A fumaça do cigarro é tão prejudicial quando a expelida pelo escapamento de um automóvel. Enquanto o escapamento libera de 30 a 80 mil ppm (partículas por milhão) de monóxido de carbono, o cigarro emite de 20 a 60 mil ppm.
Em janeiro de 2006, a Comissão de Recursos Atmosféricos da Califórnia, estado norte-americano considerado referência em regulamentação sanitária e ambiental, aprovou a definição da fumaça de cigarros como “contaminação tóxica do ar”. A iniciativa ganhou força depois que uma pesquisa revelou que, entre os pesquisados, 16% eram fumantes, mas 56% dos adultos e 64% dos adolescentes estavam expostos à fumaça alheia.
A pesquisa indicou, ainda, que cerca de 6,6 mil californianos morrem anualmente de doenças associadas à exposição ao fumo. Dos países que lutam contra o tabagismo, o Canadá saiu na frente, proibindo o fumo em locais fechados e incentivando os postos de venda de cigarros a oferecer alternativas para o controle do vício, como adesivos e gomas de nicotina. No Brasil, o pioneirismo ficou por conta da proibição do fumo em locais fechados, apesar de ainda não haver rigor na punição dos infratores.
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é terceira causa de morte evitável em todo o mundo. Mata mais que aids, alcoolismo, cocaína, heroína e acidentes de trânsito juntos. Das mais de 4.800 substâncias químicas que são liberadas durante a combustão do tabaco, cerca de 60 são cancerígenas. E a nicotina, que não provoca câncer, induz ao vício.
O tabagismo pode causar câncer de pulmão, enfisema pulmonar, bronquite crônica, doenças cardiovasculares, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, infecções respiratórias, trombose vascular, amarelamento dos dentes, envelhecimento da pele, mau-hálito, perda do fôlego e queda da resistência física e do desempenho esportivo. Além disso, há o risco de impotência sexual, infertilidade, câncer do colo do útero, menopausa precoce e dismenorréia. Um estudo do Departamento de Psquiatria da Universidade de Michigan revelou, ainda, que o consumo contínuo de tabaco torna o pensamento mais lento e reduz o QI (Quociente de Inteligência).
O tabagismo é responsável por 4,9 milhões de mortes anuais em todo o mundo, e a incidência de tabagistas entre os mortos pelas causas mais conhecidas é assustadora. Veja a porcentagem de fumantes detectada nas principais causa mortis:
– Câncer de pulmão: 90%
– Bronquite e enfisema: 85%
– Bronquite crônica: 40%
– Outros tipos de câncer, como de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero: 30%
– Doenças coronarianas: 25%
– Doenças vasculares: 25%
A mulher que fuma durante a gestação pode ter desde o descolamento prematuro da placenta e hemorragias, levando a um possível aborto, até o nascimento prematuro da criança, com baixo peso. E a criança poderá manter o quadro de baixo peso e apresentar distúrbios de desenvolvimento motor e intelectual. Se a mãe parar de fumar na fase de amamentação, o bebê pode apresentar sintomas da síndrome da abstinência, como irritabilidade, choro fácil e tremor de braços e pernas. Atenção: bebês cujos pais são fumantes apresentam cinco vezes mais risco de morte súbita sem causa aparente.
Antes de acender um cigarro, olhe à sua volta, pense no futuro e desista da ideia. Lembre-se de que, fumando um maço de cigarros por dia, por mais de dez anos, você está jogando fora, em média, cinco anos de vida.