Dona América tinha acabado de dar a luz a um menino lindo e colocou o nome de Brasil. Nasceu grande e forte, um verdadeiro gigante pela própria natureza. Quando ele estava com menos de uma semana alguém deixou na porta de sua mãe uma cesta com uma criança recém-nascida. América pegou a pequena que estava faminta. Ela mamou todo o leite que iria para o Brasil. Dona América chamou-a de Argentina.
As duas crianças cresceram juntas, mas nunca se deram muito bem. Argentina era arrogante, se achava melhor em tudo. Olhava-se no espelho e ficava se admirando igual Narciso. Brasil, por sua vez, era meio malandro, gostava de farra e vida boa. Não se preocupava muito com o futuro, mas com seu jeitinho sempre se saía melhor do que a Argentina.
As diferenças não paravam por aí. Enquanto o Brasil era louco pelo Pelé, a Argentina adorava o Maradona. Brasil escutava Elis Regina, Argentina escutava Evita Perón. Brasil era Flamengo, Argentina era Boca Juniors. Brasil adorava uma praia, Argentina gostava de esquiar na neve. Brasil era mestre-sala, Argentina era professora de tango.
Dona América não se intrometia muito na briga dos dois. Ela sempre deixou claro que apesar de crescerem juntos, eles não eram irmãos de sangue. A Argentina deu seu grito de independência antes do Brasil. Começou a caminhar sozinha e seguir sua própria história. O Brasil não se fez por vencido e, por inveja, três anos depois também se tornou independente. Cada um seguiu a sua vida.
Porém, um viu que não conseguiria viver sem o outro. “E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente uma vontade de se ver, e os dois se encontravam todo dia e a vontade crescia como tinha de ser” (Colaboração especial de Renato Russo).
Argentina e Brasil se uniram há uns anos atrás, foram morar na região do Mercosul. Da união dos dois nasceu um pequeno menino. Em qualquer foto do casal, no meio dos dois, lá embaixo, você nota, segurando a saia da mãe, o pequeno Uruguai.