O reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Marcus David, apresentou o orçamento de custeio da UFJF, e alertou que 2017 será um ano de dificuldades para a instituição, já que está prevista uma queda de 22,6% no orçamento. O anúncio foi feito em entrevista coletiva realizada na tarde dessa sexta-feira, 7, no campus da Universidade.
Segundo o reitor, o Ministério da Educação (MEC) definiu que o repasse neste ano será de cerca de R$66 milhões para manutenção da unidade, o que corresponde a, apenas, 65% do total necessário e 27% a menos com relação aos R$91 milhões aplicados em 2016. “Temos a projeção de gastar R$101 milhões em despesas. Essa redução é incompatível com as necessidades de funcionamento da Universidade”, comentou.
Marcus David reforçou, também, que irá acionar o MEC e espera a revisão dos recursos liberados. Ele alerta que essa redução pode comprometer as atividades futuras. “É claro que essa redução é motivo para preocupação. O governo havia anunciado um corte no orçamento de 7%. Como se não bastasse, existe ainda um decreto de contingenciamento prevendo corte de 20% nos cálculos. Ou seja, 20% dos R$ 66 milhões ficariam bloqueados. Neste caso, seria liberado para a Universidade apenas R$52 milhões, que correspondem a 50% das nossas necessidades”, explicou. “Vamos encaminhar um ofício ao MEC, alertando para os problemas que o corte implica. Pela emenda constitucional que determina o teto de gastos, o orçamento desse ano corrigido pela inflação será usado como base para os próximos orçamentos. Isso trará um impacto muito grande por longo período”, completou.
PLANEJAMENTO DE GASTOS
A UFJF apresentou ao Conselho superior (CONSU) uma estimativa de gastos de 11% a mais em comparação com o ano passado, que inclui despesas com ampliações em unidades e reajustes em contratos de prestação de serviços vigentes.
Na iminência de equilibrar o orçamento, cumprindo com o pagamento das despesas, a instituição utilizará recursos de receitas próprias, provenientes de projetos de pesquisa e extensão, pequenas taxas, aluguel de espaço, além de um saldo de uma liberação adicional que o governo fez no fim do ano passado. Contudo, Marcus David sinaliza que a arrecadação dos recursos próprios é uma previsão e que dependerá da capacidade dos projetos em captar e gerar recursos. “A expectativa é arrecadar cerca de R$20 milhões com recursos próprios, além de utilizar os valores remanescentes de 2016 que correspondem a R$25 milhões, sendo que R$16 milhões é o resultado da captação dos projetos internos e R$9 milhões é uma liberação adicional que o governo fez no fim do ano”, destacou o reitor.
O representante esclareceu, ainda, que a UFJF não planeja cortes que prejudiquem a vida dos acadêmicos e que manterá os projetos, assim como as bolsas de apoio estudantil e expansão. “Está sendo feito um esforço de gestão para que as atividades da Universidade sejam mantidas. Vamos buscar alternativas de financiamento para não haver cortes que afetem a comunidade acadêmica e a população que utiliza nossos serviços”, finalizou.