Presos da Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, em Natal (RN), se rebelaram na madrugada dessa segunda-feira, 16. Os detentos amotinados colocaram fogo em colchões e tentaram chegar até uma ala onde ficam os internos ameaçados de morte, sendo impedidos por policiais militares. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), não houve fugas ou feridos e a situação já foi controlada.
O motim aconteceu um dia após detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana da capital potiguar, matarem 26 internos. De acordo com a assessoria da Sesed, a ação dos presos da cadeia pública pode ser uma reação à iniciativa das autoridades de segurança pública, que planejaram inspeções nos principais estabelecimentos carcerários e, se necessário, a transferência de presos. As dependências de Alcaçuz devem voltar a serem revistadas em busca de armas, celulares, drogas e outros objetos ou substâncias proibidas.
Localizada no centro de um bairro popular, a cadeia pública está rodeada por residências, comércio e escolas. Segundo o comerciante José Lourenço da Silva, que há 20 anos mantém uma loja de peças automotivas em frente à unidade, fugas e tentativas são frequentes.
A ação do crime organizado nos últimos anos e as condições dos cárceres obrigaram o Governo Estadual a decretar, em março de 2015, estado de calamidade pública no sistema penitenciário. Pouco mais de um ano depois, em julho de 2016, grupos criminosos passaram a realizar uma série de ataques orquestrados a ônibus e prédios públicos. A situação levou o governador Robinson Faria a solicitar ao Ministério da Justiça a presença da Força Nacional de Segurança Pública, que desde agosto do ano passado está auxiliando as forças policiais locais no policiamento ostensivo.
No último dia 9, o ministério autorizou a prorrogação da permanência da tropa no estado por mais 60 dias. Após a chacina em Alcaçuz, o governador pediu a ampliação do efetivo da Força Nacional.
Segundo os secretários estaduais da Justiça e da Cidadania, Walber Virgolino da Silva Ferreira, e da Segurança Pública e Defesa Social, Caio César Marques Bezerra, as mortes registradas em Alcaçuz entre sábado, 14, e domingo, 15, são mais um episódio da guerra entre facções criminosas que disputam o controle de atividades ilícitas, sobretudo do narcotráfico. De acordo com as autoridades potiguares, as rebeliões e as chacinas de presos registradas no Amazonas e em Roraima nos primeiros dias do ano “estimularam” os detentos do Rio Grande do Norte. Segundo Virgolino, em todas as unidades da Federação, o clima no sistema prisional é de tensão. No decorrer da última semana, a Polícia Militar (PM) já tinha apreendido armas e celulares no interior da Penitenciária de Alcaçuz.
BELO HORIZONTE
Dez detentos fugiram do Presídio Regional de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na madrugada desse domingo. O 48º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais está atuando nas buscas pelos fugitivos, mas até as 16h20 nenhum deles havia sido localizado.
A fuga aconteceu por volta das 3h. Não há registro de mortos ou feridos. Também não houve rebelião no presídio. Os dez foragidos compartilhavam a cela com outros três detentos que não quiseram participar da fuga. Eles serraram as grades do local e usaram uma corda feita de cobertores e lençóis para escapar.
A PM encontrou uniformes usados pelos detentos nos arredores da unidade. Os nomes dos foragidos ainda não foram divulgados.
CURITIBA
Pelo menos dois presos morreram e 28 fugiram da Penitenciária Estadual de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na madrugada desse domingo. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Administração Penitenciária, os internos escaparam após uma explosão que abriu um buraco no muro da unidade.
De acordo com o Instituto Médico Legal (IML), os corpos dos dois presos – baleados e mortos durante confronto com os policiais que tentavam conter a fuga – foram transferidos da penitenciária para serem identificados. Com os criminosos mortos, a polícia encontrou uma metralhadora Uzi 9 mm, uma bolsa com aproximadamente 300 cartuchos calibre 5,56 e um colete à prova de balas.
Por volta das 3h, houve um tumulto entre os presos. Para o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita, o propósito dos detentos era desviar a atenção dos agentes penitenciários. Perto das 5h30, houve dois fortes estrondos na penitenciária.
Cerca de 15 homens fortemente armados participaram da ação do lado de fora da penitenciária, dando cobertura à fuga. Reunidos próximo ao buraco aberto no muro, o grupo disparou contra os policiais que estavam nas guaritas e contra as equipes de segurança em solo. Na fuga, quatro suspeitos fizeram uma família refém na cidade de Quatro Barras. Os bandidos portavam três fuzis e duas pistolas e foram rendidos por policiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Para o secretário Mesquita, a ação demonstra um alto nível de organização.
Para tentar localizar os fugitivos, a Polícia Militar deslocou um helicóptero e dezenas de unidades para o local da ocorrência. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) montaram barreiras e estão abordando veículos suspeitos na BR-116, que atravessa o estado.
Fonte: Agência Brasil