Juiz-foranos devem garantir prevenção contra febre amarela

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) divulgou um boletim nessa quarta-feira, 11, informando que subiu de 23 para 48 o número de pessoas com suspeita de febre amarela no Estado em 2017. Do total de registros, 16 são casos prováveis da doença, cujos pacientes apresentaram quadro clínico suspeito e o resultado de um primeiro exame deu positivo para o vírus.

Entre os casos suspeitos de febre amarela, foram notificados 14 óbitos que podem ter sido causados pela doença, sendo que oito destes tiveram um primeiro exame positivo para o vírus. O governo mineiro, em parceria com o Ministério da Saúde, anunciou medidas adotadas em surtos da doença, como vacinação domiciliar e mudança da idade mínima para a imunização de nove meses de idade para seis.

Os municípios que já notificaram casos são Ladainha, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de Caratinga, Imbé de Minas, Ubaporanga, Ipanema , Inhapim, São Domingo das Dores, Poté, Itambacuri, Malacacheta e Setubinha

JUIZ DE FORA E REGIÃO

A chefe do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora, Michele Freitas, ressalta que a população juiz-forana não precisa ficar alarmada. “Não foi registrado nenhum caso na cidade e nem na região”, frisa. Ainda assim, as pessoas que vão viajar para zona rural, local com mata ou cidades que já apresentaram algum caso, devem procurar uma unidade de saúde para que atualizar o cartão de vacina.

“Essas pessoas devem se vacinar com dez dias de antecedência da viagem para que a imunidade possa ser adquirida. Por isso, a necessidade da avaliação do cartão de vacinação”, explica a especialista. A vacina é encontrada em todas as unidades de saúde, no Pam-Marechal e no Departamento de Saúde da Criança e do Adolescente.

Algumas contraindicações podem ser observadas nas doses. A vacina é composta por vírus vivos, portanto, pessoas imunocomprometidas não podem tomar. “Gestantes e idosos terão seus casos avaliados pelo médico”, esclarece a profissional

Segundo Michele, a febre amarela se apresenta sob duas formas distintas: a silvestre e a urbana. Ela é transmitida por mosquito do gênero Haemagogus, que possui hábitos essencialmente silvestres, ou pelo Aedes aegypti, nas zonas urbanas. “A febre amarela urbana foi eliminada pelo país desde 1942. Então, se você for viajar para zona rural, esteja com a vacina em dia, use repelente e camisa de manga cumprida para evitar a picada do mosquito”, orienta a especialista.

PREVENÇÃO

A febre amarela é uma doença viral. Os sintomas iniciais da doença são calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. O índice de mortalidade, em estágio grave, alcança de 20% a 50% dos doentes.

O professor do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Fábio Prezoto, expõe que a doença tem sido conhecida por febre amarela urbana devido ao hábito do mosquito de viver próximo as residências. “O silvestre pode ser encontrado em áreas de mata. Ambientes que acumulam água possibilitam que ele complete o seu ciclo e gere outros mosquitos”, completa.

A temperatura elevada e as chuvas, típicas desse período do ano, aumentam as chances de procriação do mosquito. “Esses são fatores que favorecem a proliferação. Estamos em uma época que tem chovido muito e as temperaturas elevadas fazem que eles consigam terminar o ciclo em sete dias e uma nova geração de mosquito começa a circular”, fala o professor.

Para a prevenção contra os mosquitos, o professor aconselha a população que verifique, além de suas residências, os locais nos arredores de sua casa. “A maneira mais eficaz de combate é a eliminação dos criadouros. Olhe no jardim, no terreno baldio, principalmente por conta da chuva. Use repelentes e lembre-se de fechar a casa antes do final tarde, momento em que eles se aproximam das residências. Os mesmos princípios que utilizamos para o combate à dengue devem se usado no combate a febre amarela”, conclui.




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