Polícia recaptura 65 presos e identifica 46 corpos de mortos em Manaus

Sessenta e cinco dos 184 presos que escaparam de unidades prisionais do Amazonas nos primeiros dias do ano foram recapturados até as 12h dessa quinta-feira, 5. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado, as forças policiais continuam as buscas pelos 119 foragidos. Barreiras foram montadas em várias regiões da capital, Manaus, e também em rodovias estaduais e na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR).

As fugas ocorreram entre domingo, 1º de janeiro, e segunda-feira, 2. Cento e doze detentos escaparam do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) – unidade onde a guerra entre facções criminosas que disputam o controle do narcotráfico na região deixou 56 mortos. Outros 72 apenados fugiram do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).

Segundo a Secretaria de Comunicação do estado, os corpos de 46 vítimas já foram identificados. Desses, 18 foram liberados para as famílias das vítimas: 14 deles são de presos do Compaj e quatro de detentos mortos na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na zona rural de Manaus. Os assassinatos no Puraquequara ocorreram na tarde de segunda-feira, horas após o fim da rebelião no Compaj.

A maioria dos corpos já reconhecidos está degolada. Inicialmente, o Departamento de Polícia Técnico-Científica estimou que todo o processo de identificação dos mortos pode levar até um mês.

CULPA

O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse que a “responsabilidade visível e imediata” do massacre ocorrido no Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, é da empresa Umanizzare, responsável pela administração do presídio.

“O presídio é terceirizado. Não é uma PPP [Parceria Público-Privada]. É terceirização dos serviços. Basta verificar os fatos para ver que houve falha da empresa. Não é possível que entrem armas brancas e armas de fogo, e que todos saibam antes, pela internet, por meio de selfies de presos.

Quem tinha a responsabilidade imediata para verificar essa entrada e a festa de final de ano é a empresa que faz a segurança”, disse o ministro em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, minimizando o papel do Poder Público no episódio.

Em resposta à declaração do ministro, a empresa Umanizzare informou que, contratualmente, a segurança e vigilância da unidade prisional são funções exclusivas do governo do Amazonas.

Em nota, a empresa destaca que o contrato de terceirização com o governo estadual estabelece o regime de cogestão e que cabe ao Poder Público determinar a quantidade de vagas a serem ocupadas em cada estabelecimento e alocar os presos. Além disso, a empresa afirma que o comando das unidades cabe a um servidor público indicado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária justamente para zelar pelo cumprimento dos termos contratuais.

Fonte: Agência Brasil




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