O Governo de Minas, por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), assinou a captação de US$ 220 milhões, cerca de R$ 1,3 bilhão, com o CAF – Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe.
A operação, anunciada nesta terça-feira (10/12), representa um marco importante na relação entre as instituições, com o maior volume já captado pelo BDMG e a primeira no modelo A/B loan realizada pelo CAF no país com um banco de fomento.
A operação contou com a participação de destacadas instituições como Banco Continental, Banco do Brasil, Cargill, Eco.business Fund, Global Climate Partnership Fund e responsAbility.
Com este financiamento, serão impulsionados projetos estratégicos que apoiarão o powershoring, a sustentabilidade, a eficiência energética e o crescimento sustentável e inclusivo, incluindo micro e pequenos negócios, e prefeituras.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, os recursos fortalecem um dos principais pilares da gestão do governador Romeu Zema: incentivar uma economia responsável, alinhada com o meio ambiente.
“Essa captação histórica vai propiciar uma maior oferta de linhas de crédito a quem gera emprego e renda em Minas e, ao mesmo tempo, reforçar o compromisso do Governo de Minas em tornar o estado o melhor para se investir hoje no País, baseado em um crescimento econômico verde”, ressaltou Fernando Passalio. |
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Diversificação dos fundings
Segundo o presidente do BDMG, Gabriel Viégas Neto, a parceria com o CAF segue a estratégia da instituição de diversificação dos fundings.
Nesta transação em formato A/B loan, o banco da América Latina e Caribe atraiu instituições e fundos internacionais interessados em investir e, por consequência, apoiar iniciativas sustentáveis no estado.
Entre os investidores, dois deles iniciaram seus investimentos no Brasil pela primeira vez a partir deste contrato.
“Essa captação reforça a governança e solidez do BDMG no mercado internacional. Na prática, esses valores serão disponibilizados para os empreendedores mineiros e prefeituras a partir de linhas de crédito”, disse.
“O ganho não é só para os empreendedores, mas para toda a sociedade. Afinal, os investimentos que serão realizados pelos empresários geram mais emprego, renda e, consequentemente, melhoram a qualidade de vida”, enfatizou Gabriel Viégas Neto. |
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“O BDMG é um aliado chave para o CAF no Brasil e, com este novo empréstimo A/B, estamos promovendo investimentos que incentivarão uma economia mais resiliente e sustentável no estado de Minas Gerais. Este financiamento fortalecerá as capacidades do estado para enfrentar os desafios climáticos, ao mesmo tempo que apoia o crescimento econômico de longo prazo”, concluiu o presidente executivo do CAF, Sergio Díaz-Granados.
Com esta operação, o CAF consolida sua posição como um ator central na mobilização de recursos para o desenvolvimento na América Latina e Caribe, reafirmando sua liderança na estruturação de soluções financeiras inovadoras que promovam um crescimento econômico inclusivo e sustentável.
Economia verde
O BDMG bateu recorde no volume de captações em 2024, chegando a R$ 2,7 bilhões até novembro. Este montante é 94% superior a todo aquele captado ao longo do ano de 2023, de R$ 1,4 bilhão.
Ao diversificar as fontes de recursos, o banco consegue acessar funding cada vez mais aderentes à necessidade dos investidores mineiros e, assim, oferecer crédito em melhores condições, como, por exemplo, prazos maiores, que promova a industrialização verde em Minas Gerais e no Brasil, apoiando ainda mais a sociedade mineira.
A expectativa do BDMG é aplicar os recursos da captação em iniciativas relacionadas à sustentabilidade, como a realizada pela empresa Shimada Agronegócio, de São Gotardo, no Alto Paranaíba, que contratou R$ 24,6 milhões para melhorias do solo a partir de uma agricultura regenerativa.
A companhia produz 49 mil toneladas de cenoura, alho, abacate e beterraba por ano e está aplicando o crédito no modelo de rotação de culturas, com a compra e multiplicação de micro-organismos benéficos, aquisição de sementes, entre outros.
O gerente administrativo Virmondes Bomtempo Júnior explica que o negócio se torna mais lucrativo quando se investe na fertilidade do solo, o que deixa as plantas mais resistentes e, consequentemente, reduz o uso de defensivos.
“Neste momento, estamos terminando de colher a beterraba e o alho e, ao invés de plantar soja nessas áreas para evitar a vacância de terra, optamos por investir na rotação de cultura com braquiária e aplicação de microrganismos benéficos, buscando o equilíbrio biológico do solo. Não estamos perdendo dinheiro, mas investindo para ter competitividade produtiva no longo prazo”, afirma Bomtempo.
Fonte: Agência Minas