“Nova Serrana: a cidade que calça o Brasil!”. Com essa frase, o vice-governador de Minas Gerais, Professor Mateus, foi recebido no polo calçadista do estado, que abastece empresas de todo o país e também o mercado internacional.
Professor Mateus participou da abertura da 14ª Feira de Máquinas e Componentes para Calçados (Febrac), evento realizado pelo Sindicato Intermunicipal de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), nessa segunda-feira (26/8).
“Seguimos aprendendo ao longo do tempo com o polo calçadista, que se desenvolve há muito tempo como setor e foco geográfico de maior desenvolvimento de emprego de Minas Gerais”, afirmou o vice-governador. “Estamos passando a marca de mais de 100 milhões de calçados anuais produzidos. São mais de mil empresas do setor na cidade, seja na indústria, ou nos serviços acessórios à atividade calçadista”, acrescentou.
“Para nós, portanto, é importante garantir que a infraestrutura funcione bem, que sistema tributário e fiscalização funcionem de forma adequada, protegendo as empresas que estão dentro da formalidade. Isso garante que Nova Serrana seja motivo de orgulho para toda Minas Gerais”, disse Professor Mateus. |
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Ao todo, são mais de 1,2 mil negócios do segmento na região, que produzem uma média de 105 milhões de pares todos os anos. O município do Centro-Oeste mineiro é um dos principais produtores do Brasil e emprega mais de 14 mil pessoas.
A partir das políticas públicas de incentivo do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), Nova Serrana foi o município mineiro que mais gerou empregos no setor calçadista em 2023, sendo responsável por mais de 56% dos postos de trabalho na cidade.
Além disso, o polo é o principal exportador estadual no segmento, tendo participado de quase 60% da comercialização internacional de calçados mineiros no ano passado.
Pequenos negócios em alta
Do total de negócios em Nova Serrana, 90% correspondem a pequenas e médias empresas. O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, destacou a contribuição desse grupo para a economia mineira.
“Empresas que querem se manter competitivas no atual cenário mundial precisam buscar ampliar sua atuação no mercado, reduzindo seus custos, criando parcerias e investindo em aquisição de conhecimento e tecnologias”, disse Passalio, afirmando que esse grupo está no foco das políticas públicas de Minas.
“Isso é o que o conjunto de ações voltadas para o Arranjo Produtivo Local (APL) busca fomentar, sobretudo, quando se tratam de pequenos negócios, nos quais o associativismo é ainda mais crucial no desenvolvimento de soluções”, pontuou.
Tendo atuado por 10 anos no setor industrial calçadista do município, Ana Claudia Dias é uma das empreendedoras da região que decidiu apostar no próprio negócio, criando a marca Escarlata.
“Nova Serrana atrai muitos olhares, muitos investidores. É uma cidade que dá oportunidade desde o zero, para quem está começando. Sabemos que não é fácil empreender no Brasil, mas em Minas temos o diferencial de que o governo tem essa visão de mercado e pensa como nós empreendedores”, relatou Ana Claudia Dias.
Desde sua criação, há 9 anos, a Escarlata passou de uma indústria para atuar também no setor varejista, inaugurando duas lojas na cidade e gerando 50 empregos diretos. As lojas são geridas pelo marido de Ana, o empresário Luiz Antônio do Carmo Júnior, que enxergou mais uma oportunidade de investir no negócio.
“Neste ano, estamos até investindo em uma expansão da loja e, brevemente, vamos inaugurar. O Governo de Minas fazendo sua parte e nós fazendo a nossa, não tem como dar errado”, completou Luiz.
Victor Fagundes / Sede-MG
Polo das oportunidades
O Arranjo Produtivo Local (APL) de Calçados de Nova Serrana atingiu, em 2023, o estágio Pleno, maior índice de classificação dentro dos APLs mineiros. Isso significa que o polo consegue implementar com maior eficiência as oportunidades dessa política pública, que vão desde o fortalecimento local das empresas pelo associativismo, inovação e fomento de crédito até a internacionalização do mercado.
Uma das mais tradicionais do município, com mais de 50 anos de história, a empresa Batatinha, especializada em calçados infantis, tem aproveitado essa política pública para se reinventar no mercado.
“O APL favorece a cooperação. Quando temos dificuldade, temos a quem recorrer. Trocamos matéria-prima, colaboramos na qualificação da mão de obra e dividimos ideias sobre a melhoria de processos”, destacou Iago Silva Coelho Assis, diretor de Produção e Desenvolvimento da Batatinha, que já está na terceira geração da família.
Entre as ações que beneficiam o segmento, desde 2019, por meio da Sede-MG e de sua agência vinculada, Invest Minas, já foram formalizados mais de R$ 14 milhões em protocolos de atração de investimentos privados, que envolvem desde soluções em e-commerce até a distribuição de componentes.
Além disso, em julho deste ano, o Governo de Minas atuou na realização da primeira edição da “Missão Comercial para o Uruguai”, com foco no setor calçadista. A ação contou com 14 empresas de Nova Serrana, que participaram de cerca de 120 reuniões de negócios, gerando R$ 1,1 milhão em negociações imediatas e a expectativa de R$ 6,3 milhões de negócios para os próximos 12 meses.
Política pública
Atualmente, Minas conta com 70 APLs reconhecidos em mais de 330 municípios de todas as regiões do estado, envolvendo cerca de 140 mil empresas e 140 mil microempreendedores individuais (MEIs), gerando aproximadamente 265 mil empregos diretos.
Um Arranjo Produtivo Local é uma aglomeração de empresas em um mesmo território, com especialização produtiva, que mantêm vínculos de cooperação por meio de um núcleo representativo – também chamado de governança. Com isso, as empresas de um setor pujante de uma região aumentam a capacidade de negociação, o acesso a mercados, a competitividade e a qualidade dos produtos e serviços.
A política estadual de apoio aos APLs, estabelecida em 2006, é coordenada pela Sede-MG e tem o Núcleo Gestor dos Arranjos Produtivos Locais (NGAPL), órgão composto por entidades públicas e da sociedade civil, como indutor do desenvolvimento.