A morte sempre causa dor, não para quem vai, mas para quem fica.
Só que existem dois tipos de dor. Aquela que é santa, e aquela que é maligna. Deus é tão bom que nos prepara para a despedida desde a mais tenra idade. Quando éramos bebês e perdíamos do nosso campo de visão as nossas mães o nosso cérebro interpretava a informação como se ela tivesse desaparecido e que jamais voltaria. É por isso que os bebês choram quando ficam sozinhos. Mas então, a mamãe reaparece, o céu se abre e a felicidade volta e se estampa naquele rostinho lindo com um sorriso banguela.
É a mesma coisa na escola, quando nossos pais nos deixaram pela primeira vez nas mãos daquela pessoa desconhecida, pensávamos que havíamos sido abandonados, porém, passadas algumas horas, eis que os nossos pais voltam para nos resgatar. E quem pensa que a maior dor de despedida é da criança, com certeza não conhece o coração de uma mãe e de um pai.
Deus nos prepara para a dor da despedida desde que somos crianças, porque Ele sabe que haverá dias em que vamos ter que nos despedir de pessoas queridas que deixam este mundo. Haverá o dia em que o pai e a mãe não retornarão para nos buscar, nunca mais. E este dia sim será de grande tristeza.
Porém, como estamos sendo treinados por Deus desde pequenos, sabemos que uma vez passada esta breve vida terrena haverá um novo reencontro, aquele que não comportará nunca mais despedida alguma.
Naquele dia, no ‘fechar e abrir de olhos’, vamos todos nos reencontrar perante o trono de Deus. Pais reencontrarão seus filhos, bem parecido com aquele primeiro dia de aula, filhos apresentarão aos seus pais seus netos e bisnetos que no lapso da vida terrena não comportou existências coincidentes. Gerações e gerações se apresentarão num conjunto infindável de elos, pais que apresentam seus filhos para seus pais que apresentam seus filhos para pais que apresentam seus filhos…, tudo isso acontece perante o trono do nosso rei Jesus Cristo.
A tristeza santa, portanto, é parte do aprendizado que devemos tão somente experienciar.
Mas existe também aquela tristeza maligna. Uma dor desesperada que não é ornada em choro, mas a pranto, onde não há soluços mas gritos de desespero. Saiba meu irmão e minha irmã, esta não é a tristeza para a qual Deus nos preparou.
Esta é a tristeza do desespero daquele que não compreendeu que existe um desígnio eterno para todos nós. Por isso nos aproximamos de Deus o quanto antes, sentamos aos pés de Cristo para aprender tudo o que for necessário, para que a nossa paz jamais nos abandone.
Quando o ouvimos explicar sobre o porvir, não há espaço para o tipo maligno de tristeza. Pois sabemos que todos haveremos de nos reencontrar num plano mais feliz e bonito, no qual Deus governa e que não há mais dor, tristeza, amargura, ódio, violência ou qualquer outro mal que nos habituamos a conviver neste mundo passageiro.
Deus em sua infinita misericórdia ainda nos manda o Consolador para aplacar essa dor. Para que a tristeza logo se transforme em esperança, para que possamos continuar as nossas vidas sem pensar todos os dias naquela pessoa querida que se foi antes de nós.
Por isso oramos em favor dos irmãos quando perdem seus entes queridos e amigos próximos para que o Consolador venha dominar o seu coração e encurtar o período do luto.