“De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na da sua ressurreição; sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos” (Romanos 6: 4-8)
O que ocorre dentro de nós no processo de justificação? Na verdade, quando aceitamos Jesus Cristo como nosso Senhor e Salvador e nos deixamos envolver pelo arrependimento sincero e verdadeiro, Deus transforma o nosso espírito. O Pai envia o Espírito Santo para se conectar ao nosso e transformá-lo por inteiro.
“O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, e vasculha cada parte do seu ser” (Provérbios 20: 27).
Kenneth E. Hagin, (Como você pode conhecer a vontade de Deus) homem de Deus e grande pregador, certa vez interpretou esse verso afirmando que Deus nos guia a partir de nosso espírito, operando a partir do mais íntimo do nosso ser.
Na verdade, cada um de nós é uma só pessoa, parte externa, parte interna. No exterior somos corpo perecível, no íntimo somos espírito imortal e entre os dois encontra-se a alma. Onde está o nosso “eu” verdadeiro? Não na parte perecível, mas no que é eterno em nós, na verdade, Hagin nos ensina: somos um ser espiritual que possui alma e habita em um corpo.
Toda vez que as Escrituras fazem menção ao coração trata exatamente desse nosso eu autêntico, o eu imperecível.
Quando descemos nas águas do batismo no sepultamento do velho eu e emergimos renascidos com Cristo para um eu renovado, não recebemos um corpo novo, porém, nosso espírito é completamente regenerado!
E é esse espírito que pode renovar a alma, nossa razão e emoções, e cuidar melhor do corpo, a habitação que Deus nos deu enquanto estivermos caminhando por este planeta. Porém, para que o Espírito seja soberano e santifique todo o nosso ser, da alma em direção ao corpo, precisamos entregá-lo à Deus para ser sua lâmpada e permitir que dele venha as instruções que nos conduzem aos pastos verdejantes e às águas tranquilas!
Hagin ainda nos ensina que existem três vozes dentro de nós: a do corpo que são os sentimentos, a da alma que é a razão, enquanto a do Espírito é a consciência. As três vozes podem entrar em conflito, o segredo está em entregar a razão à voz da consciência, disciplinando os sentimentos para que não mais governem nossos atos.
Por isso Paulo fará essa afirmação no capítulo 8 da Carta aos Romanos
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito” (Romanos 8: 5).
Quando submergimos, o nosso velho eu fica lá, e ao retornar à superfície, vem a tona uma nova vida dedicada a Cristo, o que implica em ter de reaprender a viver. É aqui que participamos da obra regeneradora que até então foi conduzida exclusivamente por Deus. Precisamos domar nossa antiga forma de ser, controlar as emoções, deixar o Espírito Santo moderar nosso intelecto, transformando a alma para então dar um novo propósito ao corpo.
E uma vez transformada a alma, o corpo não será mais um guia cego que nos dirige a perdição, mas um corpo ofertado para a obra de Deus:
“Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suas concupiscências; nem tampouco apresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus, como instrumentos de justiça” (Romanos 6: 12, 12).