Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Marlene Barros, no Marumbi, foram reunidos no pátio da escola para uma conversa sobre bullying e construção da identidade nesta segunda-feira, 5. A equipe do projeto Guardas no Apoio e Prevenção nas Escolas (Gape) falou a uma plateia de quase cem pessoas, formada por jovens matriculados no turno da manhã, professores e funcionários. O encontro buscou sensibilizar toda a comunidade escolar para a importância de relações de respeito, empatia e boa convivência para construção de uma cultura de paz na escola.
A visita à escola se deu por solicitação da direção da unidade, atenta às situações vivenciadas no dia a dia pelos jovens alunos. “Embora a dinâmica dos encontros do Gape se baseie em atividades direcionadas a grupos menos numerosos, a fim de se apurar resultados mais diretos de uma conversa olho no olho, nós conseguimos despertar a atenção do grupo e trazê-los para a reflexão do tema”, avaliou a GM Medeiros, coordenadora do Gape.
“Saber o que é bullying, todos sabem. Mas o que nos importa é mostrar o que essa prática cruel pode gerar na vida das pessoas, com consequências que vão do isolamento e tristeza, até a evasão escolar e o adoecimento progressivo de suas vítimas”, afirmou Medeiros. Com essa perspectiva, o trabalho foi apresentando os personagens envolvidos no bullying e colocando em cheque comportamentos de invalidação do outro.
A servidora da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), Charline Juvenal, trouxe ao público o reforço de que ser diferente é normal. “A nossa identidade se forma, pelo que a gente é, como eu sou, como me apresento no mundo. E, essa manifestação, seja ela física ou por escolhas de roupa, penteado, etc, não podem ser razão de desigualdade, de discriminação”, apontou, mirando as fontes preferenciais da ação de zoar e constranger alguém fragilizado. “Nós somos diversos, existem vários tipos de pessoas, com vários tipos de cabelos, tipos de olhos, boca, nariz, corpo, cor de pele. E isso, nem sempre, eu posso mudar. Mas a minha consciência pode. A gente pode aprender e superar a dificuldade de reconhecer que somos todos diferentes e que isso é absolutamente natural”.
Acompanhou a atividade a coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação (SE), Joana D’Arc da Silva Talha. Ela chamou a atenção dos presentes para o tratamento dispensado ao corpo de professores e funcionários da escola. “Vocês já pararam pra pensar que todos aqui têm família, têm suas vidas lá fora, que poderiam estar em qualquer outro trabalho e que poderia ser a sua mãe no lugar de um deles?”, alertou sobre o respeito devido às pessoas responsáveis pela condução do processo educacional.
As conversas desenvolvidas pelo Gape buscam trabalhar a empatia e o respeito às diferenças, contribuindo para a compreensão e o valor da diversidade. O resultado esperado é a conscientização para a construção de uma cultura de paz, em que a tolerância, a convivência e a aceitação sejam fortalecidas.
A prevenção à violência e à criminalidade é diretriz do Plano Municipal de Segurança Urbana e Cidadania (Lei 14242), assim como o envolvimento comunitário é papel da Guarda Municipal. O GAPE tem sua regulamentação na portaria nº 14, da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc), que dispõe sobre as políticas de prevenção à violência e fortalecimento da cidadania.