O judô brasileiro voltou a subir ao pódio do tradicional Grand Slam de Paris após duas edições seguidas em branco. No sábado, 04.02, o brasileiro Daniel Cargnin conquistou a medalha de prata na categoria leve masculina (73kg). Ele só caiu na final diante do georgiano Lasha Shavdatuashvili, atual número um do mundo nesse peso.
O restrospecto do confronto era positivo para Daniel, que vinha de duas vitórias sobre Shavdatuashvili. Uma no Mundial e outra no World Masters, as duas principais competições de 2022 nas quais o brasileiro conquistou bronze e ouro, respectivamente.
Dessa vez, contudo, o georgiano fez o dever de casa, corrigiu os próprios erros e surpreendeu Daniel com um golpe rápido projetando Cargnin de costas no chão para finalizar a luta em ippon. “Foi difícil ali no momento o que aconteceu, mas o esporte é assim. Acho que vou aprender com isso. Foi um atleta com quem eu já tinha lutado em dezembro e tinha vencido. Hoje, perdi e confesso que não esperava ser assim do jeito que foi”.
A prata em Paris é mais um grande resultado de Daniel desde que subiu do 66kg para o 73kg. Coroa uma sequência de cinco competições seguidas no pódio: bronze no Grand Prix de Zagreb, Bronze no Mundial, ouro no Open de Cordoba, ouro no World Masters e, agora, prata no Grand Slam de Paris. Resultados que catapultaram Daniel para a quarta posição do ranking, construindo sua classificação para os Jogos Olímpicos.
“Sair daqui com uma prata é muito importante para o meu processo rumo a Paris 2024. Daqui em diante é continuar trabalhando. Não é com a vitória que está tudo certo e não é com a derrota que está tudo errado”, ponderou, depois de sua primeira derrota após uma série de 15 lutas vencidas no Circuito Mundial.
Bronze escapa de Larissa
Outro resultado positivo da seleção neste sábado veio com Larissa Pimenta, no meio-leve feminino (52kg). Nas preliminares, ela bateu Jennifer Etienne, do Haiti, e superou uma das favoritas da casa, a francesa Astride Gneto, nas quartas-de final. Na semifinal, contudo, Larissa caiu no estrangulamento aplicado pela húngara Reka Papp e foi para a disputa de bronze.
Na luta pela medalha, a estratégia da brasileira estava melhor do que a da israelense Gefen Primo. Mas, em uma tentativa de golpe, uma das mãos de Larissa escapou do judogi da adversária e ela acabou entrando de maneira irregular, o que foi entendido pela arbitragem como gesto perigoso e causou a desclassificação de Pimenta da luta.
“Senti espaço, vi uma oportunidade para colocar o golpe, mas foi de uma maneira ilegal e acabei tomando o hansokumake (desclassificação). Mas faço uma leitura positiva da competição. Nos anos anteriores, eu não consegui estar aqui nesse Grand Slam e estar aqui antes dos Jogos Olímpicos me traz uma memória e uma sensação positiva”, disse Pimenta, a melhor ranqueada do Brasil no 52kg, que busca a segunda participação em Jogos Olímpicos depois de estrear em Tóquio.
O país ainda teve um sétimo lugar de Ketleyn Quadros no meio-médio feminino (63kg) e outros dez judocas que não conseguiram avançar às disputas por medalhas: Matheus Takaki (60kg), Phelipe Pelim (66kg), Eric Takabatake (66kg), Michael Marcelino (73kg), Amanda Lima (48kg), Natasha Ferreira (48kg), Thayná Lemos (52kg), Jéssica Pereira (57kg), Gabriella Mantena (63kg) e Rafaela Silva (57kg). Rafa e Mantena vinham de bons resultados em Portugal com medalhas de prata naquele Grand Prix, mas não conseguiram repetir o desempenho em Paris.
Fonte: Confederação Brasileira de Judô