Em coletiva de imprensa, Prefeita Margarida Salomão reafirma necessidade de realizar obras de macrodrenagem em Juiz de Fora

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), a prefeita de Juiz de Fora, Margarida Salomão, realizou coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira, 26, para explicar a necessidade do município em fazer obras de macrodrenagem em diversos locais da cidade. São obras de grande envergadura que visam a solucionar problemas crônicos em Juiz de Fora.

Na conversa com os jornalistas, a prefeita lembrou que estamos no terceiro ano consecutivo do Lã Niña, fenômeno climatológico caracterizado pelo resfriamento anormal das águas do Oceano Pacífico, e que afeta as condições climatológicas no mundo, além do agravamento das mudanças climáticas, fruto do aumento da temperatura média do planeta. Para reforçar sua fala, Margarida ressaltou os números registrados até o dia 25 de janeiro: Juiz de Fora recebeu um volume de chuvas 54% maior do que a média anual. “Esse é o sétimo janeiro mais chuvoso em 62 anos ao mesmo tempo em que, por exemplo, em 2016 tivemos uma forte seca. Temos seca na Espanha, em outubro do ano passado, 70% do Paquistão estava embaixo d’água, parte dos Estados Unidos sofreu com nevascas intensas, matando pessoas. Esse é o contexto em que vivemos; dos desastres climáticos. Nenhuma cidade do mundo está preparada para isso”, afirma.

Ainda de acordo com a prefeita, as mudanças climáticas afetam as pessoas de forma desproporcional, acentuando as desigualdades. “É necessário dizer que a tragédia climática tem recorte social. Cerca de 50 mil pessoas vivem em áreas de risco em Juiz de Fora. Daí a necessidade de desenvolver políticas urbanas, inclusive de moradia, para conseguir resolver os grandes problemas. Aqui temos o centro dinâmico de uma das regiões mais empobrecidas de Minas Gerais. O esvaziamento das pequenas cidades e o aumento de Juiz de Fora é um fator que explica o desordenamento urbano. De 1980 até 2020, o Brasil cresceu 71% e a cidade cresceu 81%. Essa migração, sem qualquer tipo de fiscalização e até mesmo orientação, fez com que as pessoas ocupassem áreas de risco”, comenta.

Para resolver essa questão é necessário realizar obras de grande porte. A prefeita cita, como exemplo, as obras de retificação do Rio Paraibuna, feitas na década de 1940, quando as águas do rio invadiam a Avenida Getúlio Vargas. “Consolidações históricas, como o bairro Industrial, expansões como no São Pedro, cujo córrego impacta, por exemplo, a região do Mariano Procópio e Democrata. Temos incidências e dificuldades advindas desse tipo de crescimento urbano em outros pontos, como Jardim Laranjeiras e Granbery, que não possuem rede de drenagem. A água que corre direto sobre o asfalto faz com que este tenha 30% de vida útil menor. De um lado, a desordem climática, de outro a necessidade de políticas urbanas que respondam a isso. Muito foi feito ao longo da história, como a retificação do rio Paraibuna. Antes dessa obra, por duas vezes quase o Paraibuna chegou ao Parque Halfeld. Uma obra que durou quase 15 anos. Obras dessa envergadura atravessam governos. Entre 1977 e 1988, Juiz de Fora recebeu uma série de intervenções de infraestrutura e drenagem, como a canalização dos córregos de Santa Luzia, Humaitá e Yung. Mas são obras feitas há quase 50 anos. Depois disso, nada de grande magnitude foi realizado. Até houve investimento em infraestrutura, mobilidade, moradia, mas para drenagem não”.

Para ter essas melhorias, a Prefeitura encaminhou o Projeto de Lei (PL) de financiamento para as intervenções nos bairros Industrial, Santa Luzia, Mariano Procópio, Democrata, Linhares e na Rua Cesário Alvim. “A tragédia climática trouxe para a gente uma constatação: está esgotada a solução paliativa. Precisamos de grandes intervenções.  A população de Juiz de Fora merece viver num ambiente em que os grandes problemas recebam grandes soluções. Temos feito as ações de mitigação de danos no dia-a-dia. Limpeza das bocas de lobo, desassoreamento do Rio Paraibuna, equipamos a Defesa Civil, hoje uma das mais qualificadas do país.Também encurtamos o tempo de resposta. Por exemplo, os servidores do Demlurb trabalharam a madrugada toda no domingo. Atuaram rapidamente em Santa Luzia. Entretanto, para o enfrentamento resolutivo, com duração de cem anos, é necessário um investimento de grande envergadura.  Essa proposta nasce da Mesa de Diálogo de Santa Luzia, com representação diversa, incluindo dos moradores, e para executá-las, precisamos contrair esse financiamento de R$ 420 milhões.”, conclui Margarida.




    Receba nossa Newsletter gratuitamente


    Digite a palavra e tecle Enter.