Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), parte da equipe do projeto “Cultura de Paz e Prevenção das Violências: Tecendo Redes”, parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), participou, na manhã desta terça-feira, 1º, de uma reunião na Casa da Mulher com integrantes da Patrulha de Prevenção à Violência Doméstica (PPVD), da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG). O encontro teve como objetivo entender como está estruturada a rede de combate à violência contra a mulher, apresentar o “Cultura de Paz” aos integrantes do PPVD e estreitar laços entre o projeto e a instituição.
Para a professora coordenadora do projeto, Cacilda Andrade de Sá, o contato com a Patrulha foi significativo. “Conhecer de perto a Patrulha que atende violência doméstica foi muito importante para entender como ocorre essa dinâmica dentro do município e possamos formalizar as propostas de ações futuramente. Ficamos encantados com o trabalho realizado pelo PPVD e, cada vez que conversamos com mais um setor, ficamos mais felizes de estarmos realizando este trabalho”.
A sargento da PMMG, Roberta Pereira das Graças, reforça que o trabalho da PPVD se dá em duas frentes: a da primeira resposta, realizada quando a viatura atende denúncias de qualquer crime e contravenção contra a mulher ou qualquer pessoa, diretamente pelo 190; e a segunda, que é quando a Patrulha faz o monitoramento dos casos em que a vítima de violência doméstica é mulher.
O atendimento da PPVD é constituído por dois policiais, uma feminina e outro masculino, para abordar a vítima e o autor da violência.
A policial evidencia, ainda, a importância da existência de uma rede para o combate à violência contra mulher no município, bem como o acolhimento das vítimas. “A competência da Polícia Militar é relacionada a crime e contravenção. É para que não haja reincidência dos delitos relacionados à violência doméstica. Mas nós não temos um psicólogo, um encaminhamento de rede, não fazemos medida protetiva. Então, a importância do trabalho da rede é que as vítimas sejam acompanhadas aos demais órgãos para que haja solicitação da medida, acompanhamento psicológico e acompanhamento familiar, até que, de fato, aconteça o encerramento da violência doméstica”, ressalta.
O cabo Lellys Guimarães salienta, ainda, que o agressor deve se conscientizar de que está cometendo um crime ao agredir sua parceira. “A esposa não é propriedade dele (homem). Culturalmente, a sociedade patriarcal sempre veio dizendo ‘a minha mulher’. Essa é uma dificuldade que temos que desconstruir nessa sociedade ainda muito machista e patriarcal. Saber que ninguém é dono de ninguém e nem propriedade de ninguém, até para quando a polícia chegar, o autor já estar ciente de que cometeu um crime. Ele tem que se reabilitar para continuar o relacionamento, ou, no caso desse relacionamento acabar, que ele não pratique os mesmos crimes com próximas cônjuges”, enfatiza.
Participaram da reunião a professora coordenadora do Projeto, Cacilda Andrade de Sá, o professor coordenador do eixo de mapeamento, Wagner Batella, a professora do departamento de Geociências da UFJF e uma das coordenadoras do Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (Nugea), Clarice Cassab, a sargento Roberta Pereira das Graças, o cabo Lellys Guimarães, os bolsistas do eixo de comunicação.
Cultura de Paz e Prevenção das Violências: Tecendo Redes
O Projeto é uma parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e busca contribuir para o desenvolvimento do Plano Municipal de Fortalecimento da Vigilância das Causas Externas da PJF. Por parte da UFJF, estão envolvidas equipes dos núcleos: Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (NuGea), Núcleo de Estudos de Políticas de Drogas, Violência e Direitos Humanos (NEVIDH) e Núcleo de Assessoria, Treinamentos e Estudos em Saúde (NATES). A iniciativa tem duração de seis meses e vai contar, ainda, com fóruns e campanhas que pretendem alcançar as comunidades e sensibilizá-las para o debate sobre o tema e para a busca de soluções para as diferentes demandas.
Para saber mais sobre o Cultura de Paz, acompanhe os podcasts “Cultura de Paz Entrevista”, como parte da campanha do projeto com o tema saúde mental, e “Cultura de Paz Reportagem”, que retrata os depoimentos das pessoas que fazem as oficinas acontecerem. No instagram @culturadepazjf e no canal do Youtube começou nesta quarta-feira, 21, a série que apresenta o Projeto Cultura de Paz. Os podcasts e vídeos são produzidos pelo eixo de comunicação do projeto.