Terceira oficina do Projeto Cultura de Paz reúne 67 profissionais da Saúde de Juiz de Fora

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), “Convivo com muitos casos de violência na UBS em que atuo. Para mim, a oficina está sendo muito importante para me ajudar a direcionar melhor as situações de suspeita de violência”. Foi assim que a enfermeira da UBS Joquei II, Priscila Sanches Aquino de Oliveira, sintetiza como as oficinas do projeto “Cultura de Paz e Prevenção das Violências: Tecendo Redes”, parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), contribuem para a capacitação dos profissionais da saúde e em como este aprendizado adquirido retorna para a sociedade.

Nesta quinta-feira, 20, 67 trabalhadores da área de Juiz de Fora estiveram reunidos na Faculdade de Enfermagem nos períodos da manhã e tarde em quatro novas turmas. Como nas duas oficinas anteriores, foram levantadas questões teóricas e práticas voltadas para a sensibilização dos profissionais no momento de abordagem e do reconhecimento das vítimas de violência, bem como debates acerca da prática profissional. Foi ressaltada, também, a importância do preenchimento da ficha para o levantamento de dados do quadro das violências que acontecem em Juiz de Fora.

Para uma das professoras coordenadoras do Eixo de Educação Continuada, Letícia Moura, a terceira oficina teve saldo positivo. “Está sendo muito gratificante e proveitoso. As pessoas estão saindo, como nas últimas oficinas, muito satisfeitas. Acredito que nesta, em específico, conseguimos otimizar mais o tempo e a participação dos profissionais inscritos está sendo muito boa. A troca de experiências e aprendizados está sendo enriquecedora”, pontua.

A enfermeira da saúde da família na UBS Progresso, Adriana Luisa Zigler Oliveira Silva, destaca como a oficina contribui para expandir, na prática diária, o entendimento do que é violência. A enfermeira cita como exemplo a própria violência que trabalhadores da saúde sofrem durante sua prática profissional. “Sofremos violência quase que o tempo todo. Às vezes, a pessoa, por não conhecer a gente e não ter um vínculo, interpreta aquilo que estamos fazendo de uma forma errada e começa com agressões, principalmente com ofensas verbais e gritaria, de uma maneira opressora e tratando a gente como se fosse um nada”, ressalta.

Para a gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea) da Secretaria de Saúde (SS) da Prefeitura de Juiz de Fora, Louise Cândido Souza, é fundamental sensibilizar os profissionais da área para o processo de notificação, no sentido de possibilitar a construção de dados para políticas públicas. Louise lembrou que a parceria com o Estado viabiliza a realização de projetos com outras instituições, como a Universidade, e proporciona o fortalecimento da estrutura de saúde. “Além disso, temos o monitoramento dessas ações que são estruturantes e que esperamos que continuem a longo prazo”.

Já para a enfermeira do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Regional de Saúde (SRS) do município, Ana Amélia Dias, os protocolos de notificação auxiliam a nortear o atendimento no sistema. “Precisamos fomentar com o profissional da ponta o que é violência, o que é suspeita de casos de violência e quais encaminhamentos precisam ser dados. Hoje, o nosso grande desafio é nortear esse atendimento à vítima.” Ana Amélia sublinha, ainda, a importância do profissional sair da sua formação com o perfil vigilante. “Quando temos a Universidade envolvida nesta capacitação é visível como essas pessoas estão saindo com o olhar da notificação, não só para o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), mas também para o paciente.”

Oficinas Passadas

As duas oficinas anteriores foram realizadas nos dias 15 e 22 de setembro, respectivamente, na Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. Até então, 111 profissionais de saúde haviam sido capacitados e puderam compartilhar suas experiências com as facilitadoras, bolsistas e professores à frente do projeto. Agora, o total contabiliza 178 trabalhadores da área que passaram pelo Cultura de Paz.

Cultura de Paz e Prevenção das Violências: Tecendo Redes

O Projeto é uma parceria entre a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e busca contribuir para o desenvolvimento do Plano Municipal de Fortalecimento da Vigilância das Causas Externas da PJF. Por parte da UFJF, estão envolvidas equipes dos núcleos: Núcleo de Pesquisa Geografia, Espaço e Ação (NuGea), Núcleo de Estudos de Políticas de Drogas, Violência e Direitos Humanos (NEVIDH) e Núcleo de Assessoria, Treinamentos e Estudos em Saúde (NATES). A iniciativa tem duração de seis meses e vai contar, ainda, com fóruns e campanhas que pretendem alcançar as comunidades e sensibilizá-las para o debate sobre o tema e para a busca de soluções para as diferentes demandas.

Para saber mais sobre o Cultura de Paz, acompanhe os podcasts “Cultura de Paz Entrevista”, como parte da campanha do projeto com o tema saúde mental, e “Cultura de Paz Reportagem”, que retrata os depoimentos das pessoas que fazem as oficinas acontecerem. No instagram @culturadepazjf e no canal do Youtube começou nesta quarta-feira, 21, a série que apresenta o Projeto Cultura de Paz. Os podcasts e vídeos são produzidos pelo eixo de comunicação do projeto.

Confira o vídeo do primeiro episódio

Quadro de oficinas

As oficinas serão na Faculdade de Enfermagem da UFJF. São realizadas quatro oficinas por turno, em quatro salas simultâneas, com dois facilitadores em cada uma delas.

17 de novembro: 7h30 às 11h30 e 13h às 17h




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