Larissa Pimenta fica em 7º lugar, melhor resultado do Brasil no segundo dia do Mundial

O judô brasileiro chegou nesta sexta-feira (7.10) ao bloco final de disputas do Campeonato Mundial de Judô 2022. Larissa Pimenta (52kg) terminou em sétimo lugar, melhor resultado em Mundiais e o melhor do Brasil nesta edição em Tashkent, no Uzbequistão.

“Estou me sentindo feliz, mas não me sinto satisfeita. Eu sei e sinto que tenho muito mais para dar e para ganhar, mas foi uma experiência muito boa pra mim”, resumiu Larissa.

Na primeira rodada, ela venceu Salimata Fofana por ippon, ao imobilizar a adversária. Em seguida, encarou a anfitriã Dyora Keldiyorova, que ofereceu maior resistência e levou a luta ao tempo extra. Com dois shidos para cada lado, Larissa buscou a projeção e conseguiu o ponto salvador para avançar às quartas.

A terceira luta elevou ainda mais o nível de judô no tatame com um confronto muito equilibrado entre Pimenta e a atual vice-campeã olímpica, Amandine Bouchard, da França, que buscou um waza-ari no tempo extra para avançar às semifinais.

Na repescagem, Larissa reencontrou Gefen Primo, sua algoz do último mundial. Melhor na luta, Larissa entrou um golpe que pegou o braço da israelense e a arbitragem interpretou como hansoku make, por colocar em risco a integridade física da oponente, e desclassificou a brasileira.

“É uma luta que me faz refletir muito, porque eu me sinto bem, me sinto melhor no judô e mais forte, mas não me encontrei. Preciso estudar mais e ter mais ritmo”, analisa Larissa, cuja última competição foi em abril, no Pan-Americano. Neste ano, ela lutou apenas o Grand Slam de Antalya, onde foi quinto, e o Pan, onde foi ouro, ambos em abril. Ela estava convocada para o Grand Prix de Zagreb, mas ficou fora depois de testar positivo para covid.

Nas chaves masculinas, o melhor desempenho foi de Willian Lima, que começou com ippon relâmpago sobre Radu Izvoreanu, da Romênia, e encarou uma parada duríssima logo na segunda rodada contra o japonês Joshiro Maruyama, então campeão mundial.

Logo no início do combate, Willian surpreendeu o japonês e o waza-ari ficou por um detalhe. A luta seguiu com grande intensidade dos dois lados e Maruyama, enfim, encaixou o golpe para projetar o brasileiro por ippon.

“Acho que foi uma honra ter conseguido segurar no quimono dele e ter lutado bem. Foi mais uma barreira que eu quebrei de nunca ter lutado contra ele e ver que eu consigo chegar lá. Preciso treinar mais, mas não está tão longe assim. Está mais perto do que eu imaginava”, analisou Willian após disputar seu primeiro Mundial sênior.

“Acho que eu consegui quebrar uma barreira que eu tinha na cabeça, de sempre ouvir muito as pessoas falando que Mundial é psicológico. Eu não sabia como ia ser meu desempenho, como ia estar minha cabeça pra lutar uma competição desse nível. Consegui chegar bem, me preparei mentalmente e fisicamente e depois da primeira luta senti que estava em um dia bom”, acrescentou.

Apesar de cair nas preliminares, Willian ficou na arena ao longo do dia para assistir as demais lutas de sua categoria e também ficou na torcida, assim como a maioria dos fãs do judô, pela grande final entre Hifume Abe e Joshiro Maruyama, atuais campeões olímpico e mundial, respectivamente. Depois de encantar o público com seus potentes golpes de pernas, Maruyama sucumbiu ao estratégico Abe, que aproveitou um contra-golpe para marcar o waza-ari e sagrar-se tricampeão mundial.

“Estava torcendo muito para o Maruyama [na final], acho que, tanto por ele ter ganhado de mim, ou por admirá-lo há algum tempo. Ele estava muito bem na luta. De todas as que vi os dois fazendo, o Abe era sempre superior. Mas, acho que um está sempre evoluindo com o outro. São dois caras com nível altíssimo, que eu tenho muita vontade de lutar e, quem sabe, ter uma revanche contra o Maruyama daqui um tempo”, revelou Will.

O Brasil teve também na chave do meio-leve (66kg) Eric Takabatake, que enfrentou o finlandês Luukas Saha, na primeira rodada. Eric teve mais iniciativa no começo da luta conseguiu forçar uma punição por falta de combatividade em Saha. Em seguida, ambos foram punidos por evitar a pegada. Com dois shido contra, o finlandês precisou reagir e encaixou uma série de ataques sem eficiência para jogar, mas o suficiente para ser interpretado pela arbitragem como judô “positivo”. Dessa forma, ele virou o placar das punições e eliminou o brasileiro por shido (3-2).

Terceiro dia de Mundial
No sábado (08), terceiro dia de competição, o Brasil será representado por três judocas que vêm tendo bons resultados neste ano e geram grande expectativa para esse Mundial: os medalhistas olímpicos Rafaela Silva e Daniel Cargnin, e a novata Jéssica Lima tentarão conquistar as primeiras medalhas do Brasil no evento.

Fonte: Confederação Brasileira de Judô




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