Estamos diante de uma eleição presidencial e há uma natural curiosidade sobre o que vai acontecer na área da educação. Ficará tudo na mesma, vai piorar ou pode até melhorar? Naturalmente as esperanças são grandes.
Nas hostes bolsonaristas as perspectivas não são muito animadoras. O orçamento de 2023 prevê a redução de 1 bilhão de reais nas aplicações da educação fundamental. Isso na verdade é muito lamentável.
Os candidatos falam na prioridade educacional, mas será apenas o discurso de sempre? Em cada grupo de 10 jovens de 19 anos pelo menos 3 não conseguem terminar o ensino médio. Essa é a triste realidade nacional, agravada pelo fato de que o número sobe para 4 se estivermos tratando de negros e pobres.
É claro que queremos ampliar o tempo integral nas escolas. A maioria dos candidatos defende a existência de pelo menos sete horas de aulas por dia, como costuma ocorrer nos países mais desenvolvidos. Para que isso ocorra é conveniente que haja melhor diálogo entre estados e municípios, o que ainda está longe de acontecer.
Com os investimentos federais sendo reduzidos desde 2015, só mesmo uma fortíssima reação para virar o jogo, o que é prometido pela maioria dos candidatos. Deve-se assinalar que há uma forte simpatia pela adoção da educação à distância em todo esse processo e o desejo de que o financiamento da área chegue a 10% do PIB, o que hoje parece impossível. Deseja-se também a valorização da educação técnica, o que é perfeitamente possível, desde que haja uma decisão política.
Outra preocupação é a educação antirracista, utilizando a história da África e dos povos indígenas nos currículos. Isso pode ser alcançado com um bom trabalho unindo o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de Educação. Fala-se muito nisso, mas as ações não passam do terreno das conversas. É preciso que sejamos mais práticos, para além do que se costuma prometer em épocas pré-eleitorais. Se avançarmos nesse campo teremos dado um grande e decisivo passo.