Petrúcio Ferreira e Gabriel Araújo batem recordes mundiais em competição no CT Paralímpico

Os campeões paralímpicos Petrúcio Ferreira, do atletsimo, e Gabriel Araújo, da natação, bateram recordes mundiais logo no primeiro dia das competições que tiveram início nesta quinta, 31.03, e vão até sábado, 2.04, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

O velocista paraibano fez a nova marca mundial nos 100m da classe T47 (atletas com deficiência nos membros superiores) durante o Desafio de atletismo CPB/CBAt. Ele correu o percurso em 10s29. O recorde anterior também era dele. Em 2019, no Mundial de Dubai, Petrúcio cravou 10s42.

“Melhorar o tempo é sempre a meta. Desde os Jogos de Tóquio 2020, nos quais conquistei a medalha de ouro e bati o recorde paralímpico da prova, não parei de treinar. Fiz todo o trabalho multidisciplinar para me manter em alto nível”, disse Petrúcio, que participa do evento pelo clube Pinheiros, da capital paulista.

Além de bater o próprio recorde mundial, o paraibano reitera o título de atleta paralímpico mais rápido do mundo, dono do melhor tempo nos 100m, independentemente da classe funcional. Vale destacar que o tempo de 10s42 já o colocava neste posto.

O Desafio de atletismo CPB/CBAt é composto por provas de pista e campo, com disputas entre atletas com e sem deficiências. Em sua prova, Petrúcio chegou em primeiro, inclusive superando esportistas olímpicos, como Derick Souza, atleta do Pinheiros e integrante do revezamento 4 x 100m que foi campeão mundial. Derick terminou em 10s35.

“Os atletas sem deficiência puxam a gente. Fico motivado para superá-los. No meu dicionário não existem as palavras impossível e difícil. Só a frase: ‘Eu posso, eu quero e eu consigo’. Depois deste tempo de 10s29, quem sabe eu consiga chegar a 10s10? Não é promessa, mas tenho o desejo”, concluiu o velocista, que, aos dois anos de idade sofreu amputação de parte do braço esquerdo em um acidente com uma máquina de moer capim.

Natação

Já o nadador Gabriel Araújo, da classe S2, fez 3min37s64 nas eliminatórias dos 150m medley pela 1ª etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa e quebrou o próprio recorde anterior, de 3min47s04, registrado em 3 de março, na etapa da Itália do World Series, circuito internacional da natação organizado pelo Comitê Paralímpico Internacional.

A prova não faz parte do programa do Campeonato Mundial da natação em sua classe. Mesmo assim, o atleta mineiro de Santa Luzia tem aproveitado a competição no CT Paralímpico para treinar todas as variáveis. Gabriel ainda bateu o recorde das Américas nos 100m livre ao cravar 1min57s63 e diminuir o próprio recorde, que era de 1min5875.

“Os 150m medley é uma prova nova para mim, comecei a nadar este estilo recentemente. Então, estou feliz e é mais uma resposta de que o trabalho está sendo bem feito, no caminho certo para chegar bem no Mundial”, analisou Gabrielzinho, que tem focomelia, doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas.

Outros recordes

O nadador paulista José Ronaldo e a mineira Ana Karolina Soares também bateram recordes das Américas em suas classes. O nadador da S1 (para atletas com limitações físico-motoras severas) fez a nova marca ao nadar as eliminatórias dos 100m livre em 2min57s10 (o antigo recorde era de 3min28s00).

Já a atleta da classe S14 (para atletas com deficiência intelectual) chegou a cravar duas vezes o mesmo recorde continental: nos 100m livre fez 1min00s90 nas eliminatórias pela manhã e, à tarde, conseguiu diminuir o tempo para 1min00s85. O tempo anterior era de 1min00s98.

Garantidos

Nas provas da 1ª etapa Nacional do Circuito Paralímpico Loterias Caixa, que começaram na manhã desta quinta, no CT Paralímpico, em São Paulo, três nadadores já asseguraram suas vagas no Mundial da modalidade, em junho, em Portugal.

O pernambucano Phelipe Rodrigues, nos 100m livre pela classe S10, fez 53s77 e bateu o índice para a competição mundial, que era de 53s79. Nas finais à tarde, ele chegou a melhorar o tempo e completou em 53s74.

“Para um início de temporada estou feliz e aliviado em já ter garantido o índice nos 100 livre. Isso me dá mais confiança ainda para os próximos meses de preparação. Nesta sexta ainda teremos os 50m livre e estou confiante de que vou nadar bem também. Daqui para frente é foco total nos treinos e em nadar bem para trazer mais medalhas para o Brasil”, afirmou Phelipe Rodrigues, que já participou de cinco edições de Mundiais e tem 15 medalhas.

Já a carioca Lídia Cruz, pela classe S4, nadou a mesma prova no feminino em 1min27s69, marca mais rápida do que o índice de 1min32s36, e também assegurou sua presença em Portugal. Será a primeira vez da atleta em um Mundial de natação.

O paulista José Ronaldo da Silva também foi outro nadador do primeiro dia de competições a bater o índice mundial. Nas finais da prova dos 50 m costas pela classe S1, nadou em 1min20s83, tempo menor que os 1min27s98 estabelecidos como critério.

Critérios

Para integrar a delegação brasileira no Mundial, os atletas deverão cumprir os critérios estabelecidos pela Diretoria de Esporte de Alto Rendimento do CPB e os critérios de elegibilidade do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, sigla em inglês), como possuir classificação esportiva internacional.

Ainda de acordo com um dos critérios do CPB para o Mundial, os campeões paralímpicos Carol Santiago (S12), Gabriel Araújo (S2), Gabriel Bandeira (S14), Talisson Glock (S6) e Wendell Belarmino (S11) já estão garantidos por terem conquistado o ouro em Tóquio no ano passado.

Fonte: Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB)




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