O produtor rural Antônio Cardoso, do município de Itabirinha, no Leste de Minas, estava insatisfeito com a manutenção de uma criação de suínos em sua propriedade. O maior problema, segundo ele, era como dar uma destinação adequada aos dejetos dos animais, que até então eram lançados em uma vala aberta. Por isso, ele procurou o escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em busca de orientação.
A decisão se mostrou acertada. Após uma visita técnica à propriedade, o extensionista Vanilton Alves sugeriu a implantação de uma caixa de alvenaria com divisórias, para o recolhimento e o tratamento dos dejetos. Com a assessoria da também extensionista Marília Aparecida Martins, do município vizinho de São José do Divino, ficaram definidos os investimentos necessários para o projeto, que contou com a parceria da prefeitura de Itabirinha, que cedeu a máquina para a escavação do terreno. Para os materiais e a mão de obra, o custo foi de R$ 7,8 mil.
“Foi um sucesso, tenho uma satisfação imensa com o resultado, só tenho a agradecer à Marília e ao Vanilton. Antes desse projeto que a Emater-MG trouxe para cá, os dejetos eram todos lançados numa vala aberta, e se misturavam com a água da chuva. O odor era muito forte e atraía muitos insetos”, relembra o produtor Antônio Cardoso.
Sustentabilidade
Com as caixas de alvenaria, os dejetos sofrem decantação e o chorume, que é o resultado final do processo, pode ser utilizado como adubo na capineira e no canavial cultivados na propriedade, no processo conhecido como fertirrigação.
A extensionista Marília Aparecida Martins explica que esse reaproveitamento nas lavouras torna o ciclo de produção sustentável. “Além do benefício ambiental, ao dar um destino correto aos dejetos, o que evita a poluição do solo e da água, ainda existe o ganho de produtividade, com a adubação da capineira e do canavial, que fornecem uma alimentação melhor para os animais”, diz.
Vanilton Alves destaca, ainda, a melhoria da qualidade de vida da família e dos trabalhadores com o controle dos insetos, já que os detritos da suinocultura não ficam mais expostos no ambiente. “A higienização do local melhorou muito. Não existe mais o odor desagradável dos dejetos que corriam a céu aberto”, diz ele. Ele ressalta ainda que o mesmo sistema pode ser implantado em outras propriedades, inclusive com outras criações, como bovinocultura e caprinocultura.
Prêmio
O projeto de destinação adequada dos dejetos na suinocultura em Itabirinha conquistou o primeiro lugar da Unidade Regional da Emater-MG em Governador Valadares no prêmio Destaque MelhorInovAção 2020.
A premiação tem como objetivos destacar e divulgar as ações da empresa por meio da valorização profissional de seus funcionários que atuam em projetos, boas práticas ou ações de melhoria que tenham obtido resultados significativos na rotina da unidade de trabalho ou para os clientes da empresa.
Fonte: Agência Minas