Plano Emergencial para o frio alcançou mais de mil pessoas em Juiz de Fora

Com o fim do inverno, termina a vigência do Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas criado pela Defesa Civil da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF). A ação emergencial, que alcançou mais de mil pessoas, visou a garantir segurança para a população em situação de vulnerabilidade no enfrentamento do frio.

Segundo informações do site da Prefeitura de Juiz de Fora, como conta a secretária de governo, Cidinha Louzada, a iniciativa foi inédita no município. “Com a vinda da Defesa Civil para a Secretaria de Governo, nós passamos a entender que o frio também é uma situação de desastre na qual o órgão deve atuar. Então, assim como fizemos na época de chuvas, criamos uma ação integrada e emergencial para garantir a redução dos riscos causados pelas condições climáticas. Nosso trabalho foi considerado exemplo para outras Defesas Civis e, certamente, contribuiu para salvar vidas”, explica. A secretária lembra, ainda, que o Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas será estabelecido todo ano, sempre com duração do mês de junho até o final de setembro.

A Defesa Civil de Juiz de Fora realizou monitoramento constante das condições de temperatura mínima e de sensação térmica a fim de emitir alertas sobre quedas bruscas de temperatura. Junto ao Comitê Permanente de Gestão de Situações de Baixas Temperaturas , foram promovidas ações estratégicas para acolher a população em situação de rua durante o inverno. O Comitê é composto por representantes da Secretaria de Governo (SG); da Secretaria de Assistência Social (SAS); da Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc); da Secretaria de Mobilidade Urbana (SMU); da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH); da Empresa Regional de Habitação de Juiz de Fora (Emcasa); e da Secretaria de Comunicação Pública (Secom).

De 30 de julho a 2 de agosto, Juiz de Fora teve registro de dias com temperaturas inferiores a 10º C – o que indica nível de alerta máximo. Diante desses indicativos, a Defesa Civil acionou o Plano de Contingência e montou duas tendas emergenciais para servirem como ponto de apoio para a população em situação de vulnerabilidade neste período. As tendas eram localizadas na Praça do Riachuelo, no Centro, e na sede da Associação de Moradores, em Benfica. Cerca de 30 pessoas passaram a noite em cada uma das tendas diariamente. “O dia 30 de julho marcou 5,6º C, que foi a menor temperatura registrada em Juiz de Fora nos últimos 21 anos. As tendas emergenciais, onde dezenas de pessoas se alimentaram e puderam dormir protegidas, foram fundamentais para garantir a segurança à vida”, pontua o subsecretário da Defesa Civil, Luís Fernando Martins.

Todas as ações foram possíveis com o apoio de entidades e da população de Juiz de Fora, que atuaram como voluntários e realizaram doações. Durante os dias de funcionamento das tendas emergenciais, mais de 800 peças de roupas foram arrecadadas e mais de cem refeições foram servidas por dia através de doações da população. Além disso, a campanha “Juiz de Fora Solidária no Frio” funcionou durante todo o inverno e recebeu doações de cobertores, colchões, roupas de cama, toalhas, agasalhos, materiais de higiene pessoal, descartáveis, entre outros. O município também recebeu doações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e do programa Mesa Brasil – que foram destinadas para os abrigos temporários emergenciais.

Acolhimento emergencial

Junto à abordagem social da Secretaria de Assistência Social (SAS), a Central de Atendimento da Defesa Civil recebeu ligações durante 24 horas indicando pessoas em situação de rua que estavam precisando de apoio. Assim, a pessoa era localizada, amparada e encaminhada para um local seguro. Durante a madrugada, também foram realizadas rondas para distribuir cobertores, alimentos e para encaminhar as pessoas para abrigos.

A Defesa Civil realizou, ainda, a contratação emergencial de hotéis para acolher pessoas em situação de rua durante a onda de frio. Entre julho e setembro, ficaram disponibilizadas 20 vagas em unidades hoteleiras. As vagas eram voltadas para atendimento preferencial a mães em situação de rua com crianças.

Além disso, o Plano de Contingência para Situações de Baixas Temperaturas viabilizou a instauração de um alojamento emergencial no antigo prédio da Empresa Regional de Habitação de Juiz de Fora (EmCasa). Com capacidade para abrigar até 50 pessoas por noite, o abrigo emergencial recebeu cerca de 500 pessoas diferentes durante todo o inverno. No espaço era permitido o acolhimento de casais, de animais de estimação, havia local para guarda de carrinhos e flexibilização do horário de entrada.

Muitas pessoas passaram pelo alojamento emergencial e o público abrigado era muito rotativo. No entanto, cerca de 70 pessoas dormiam no abrigo com frequência e todos foram atendidos pela SAS. A secretária de assistência social, Malu Salim, ressalta que todos serão acolhidos pelas políticas públicas do município – sendo que 34 já foram encaminhadas para receber auxílio-moradia. “O abrigo cumpriu o seu papel, que era justamente proteger a população em situação de rua durante o inverno. Não tivemos nenhum óbito por frio este ano em Juiz de Fora”, destaca. A secretária afirma, ainda, que o tratamento recebido pelos abrigados foi fundamental para o sucesso do alojamento emergencial. “Outra coisa que chamou a atenção no abrigo foi a acolhida humanizada feita pelos servidores voluntários da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Isso fez com que as pessoas se sentissem acolhidas no espaço. Estamos atentas ao desejo de cada um para agora acolhê-los nos nossos serviços socioassistenciais”, afirma.




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