A seleção de tênis de mesa teve nesta segunda-feira (23.08) os seus únicos 110 minutos disponíveis na área oficial de competições do Ginásio Metropolitano de Tóquio antes da abertura do torneio paralímpico. Os 13 atletas do time nacional se dividiram entre sete das oito áreas de jogo para avaliar piso, mesas oficiais, espaço e iluminação. A data também marcou o sorteio das chaves de todas as classes, e os atletas brasileiros conheceram os seus primeiros adversários em Tóquio.
“Gostei muito da disposição das mesas e a iluminação está muito boa. Já dá aquele frio na barriga, mas acho que vamos conseguir jogar bem aqui”, afirmou Jennyfer Parinos, atleta da Classe 9, que estreia no dia 25 (noite de 24 no Brasil) pela fase de grupos da chave individual. A atleta chega ao torneio paralímpico motivada por uma performance convincente na seletiva que lhe valeu a vaga para os Jogos, disputada em junho, na Eslovênia.
“Ah, aquele resultado me deu muita confiança. Ganhei da atual campeã mundial durante o torneio e consegui desempenhar bem o que estava treinando”, avaliou Jennyfer. Ela vai ser uma das primeiras atletas do Brasil a estrear em Tóquio. Logo às 21h de terça-feira (de Brasília), ela encara a australiana Na Li Lei. Ainda na fase de grupos, Jennyfer enfrentará a sul-coreana Kun-Hea Kim e a polonesa Karolina Pek.
Vice-campeã mundial da classe 2, Cátia Oliveira não escondeu a ansiedade gerada após experimentar a arena e conhecer as primeiras adversárias. “Olha, as borboletas estão pulando aqui dentro. Fizemos o reconhecimento, a área de jogo é um paraíso. Estou feliz demais de estar aqui novamente representando o Brasil”, disse. Cátia estreia contra Aino Tapola, da Finlândia, e na sequência do Grupo D das classes 1 e 2, que jogam reunidas em Tóquio, enfrenta a polonesa Dorota Buclaw.
Medalhista de prata na chave individual nos Jogos Rio 2016, Israel Stroh avalia que o tempo agora, após o reconhecimento e a divulgação das chaves, é de conversar consigo mesmo e de amenizar expectativas. “É um tempo de entender as expectativas criadas, conseguir fazer disso um estímulo. Não tem uma fórmula única, cada um vai tentando achar a melhor”, afirmou o atleta da Classe 7. Israel estreia contra o japonês Masachika Inque, no dia 25, e na sequência encara o egípcio Mohamed Youssef.
Investimento
O tênis de mesa é uma das 15 modalidades em que 100% dos atletas inscritos pela seleção brasileira nos Jogos de Tóquio são integrantes do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal. O país terá 14 atletas na capital japonesa. Eles receberam investimento direto de R$ 4,3 milhões desde os Jogos Rio 2016 via Bolsa Atleta. Na modalidade como um todo, o tênis de mesa paralímpico recebeu R$ 11,1 milhões no ciclo Rio – Tóquio, valor suficiente para a concessão de 515 bolsas.
Forma de disputa
No tênis de mesa paralímpico, participam atletas do sexo masculino e feminino com paralisia cerebral, amputados e cadeirantes. As partidas são jogadas em melhor de cinco sets, e cada um deles é disputado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. Em caso de empate em 10 a 10, vence quem primeiro abrir dois pontos de vantagem.
Classificação
Os atletas são divididos em 11 classes. De 1 a 5 para cadeirantes. Quanto menor o número da classe, maior o grau de restrição de mobilidade do atleta. O mesmo critério vale para as classes de 6 a 10, voltadas para “andantes”. A classe 11 contempla atletas com deficiência intelectual.
História
Até os Jogos de Pequim 2008, a única conquista brasileira havia sido a prata da dupla Welder Knaf e Luiz Algacir. No Rio 2016, contudo, a Seleção fez a melhor campanha de sua história, com quatro pódios. Israel Stroh foi prata no individual. Bruna Alexandre tornou-se a primeira mulher brasileira a subir ao pódio na modalidade, com a prata individual e depois com um bronze por equipes, ao lado de Jennyfer Parinos e Danielle Rauen. O Brasil ainda levou outro bronze por equipes, com Iranildo Espíndola, Guilherme Costa e Aloísio Lima.
Jogos dos dia 24 e 25.08 com brasileiros (horário de Brasília)
Classes 1 e 2
Cátia Oliveira x Aino Tapola (Finlândia)
Classe 3
David Freitas x Alexander Oehgre (Suécia)
Marliane Santos x Jiyu Yoon (Coreia do Sul)
Classe 4
Joyce Oliveira x Xiaodan Gu (China)
Classe 7
Millena Santos x Rui Wang (China)
Israel Stroh x Masachika Inque (Japão)
Classe 8
Luiz Felipe Manara x Qun Ye Chao (China)
Lethicia Lacerda x Aida Dahlen (Noruega)
Classe 9
Danielle Rauen x Neslihan Kavas (Turquia)
Danielle Rauen x Alexa Szvitacs (Hungria)
Jennyfer Parinos x Kun-Hea Kim (Coreia do Sul
Jennyfer Parinos x Na li Lei (Austrália)
Classe 10
Carlos Carbinatti x Mateo Boheas (França)
Fonte: Rede do esporte