Três atletas dos saltos ornamentais conquistaram, nesta segunda-feira (03.05), no Japão, vagas para os Jogos Olímpicos, que têm início em 23 de julho. O feito foi obtido durante a Copa do Mundo, evento-teste e Pré-Olímpico da modalidade, em Tóquio. Luana Lira, de 25 anos, garantiu o posto no trampolim de 3 metros. Isaac Souza, 22, e Kawan Pereira, 18, carimbaram o passaporte ao avançar às semifinais na plataforma de 10m.
Os três são do Instituto Pro Brasil (IPB), criado em 2003 pelo técnico Ricardo Moreira e pelos ex-atletas olímpicos César Castro e Hugo Parisi. O IPB é apoiado pela Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, por meio de termos de fomento e um Termo de Execução Descentralizada. Além disso, o trio integra o Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal. Até agora, a delegação brasileira em Tóquio soma 212 vagas, em 24 modalidades. Dessas, 67 têm nome e sobrenome definidos (as demais dependem de confirmações e convocações). Nessa lista, 63 (94%) são integrantes do Bolsa Atleta.
Para compor esse grupo, Kawan Pereira e Isaac Souza terminaram as eliminatórias no Top 10. Kawan, com 456,05 pontos, e Isaac, com 427,55, foram às semifinais como quarto e oitavo, respectivamente. Na semifinal, Kawan Pereira voltou a saltar bem e garantiu vaga na final, que será disputada nesta terça-feira (04.05). Já Isaac terminou a semifinal em 18º.
“A gente vem treinando para isso. Confesso que estava um pouco nervoso no início, mas acabei me soltando durante a prova e dei o melhor. Ainda não estou acreditando que estou classificado para os Jogos Olímpicos”, disse Kawan. “Sei que posso melhorar um pouco, mas, mesmo assim consegui a vaga olímpica, o que é motivo de alegria e felicidade. Daqui a dois meses estarei de volta a essa piscina”, emendou Isaac.
No trampolim de 3 metros feminino, Luana Lira chegou à semifinal com o 16º lugar, após somar 274 pontos. A saltadora terminou a disputa por vaga na decisão com 233,30 pontos, na 18ª colocação. Anna Lucia Santos, que também disputou a prova, parou nas eliminatórias, com 219,20 pontos, na 42ª colocação. “Estou classificada para os Jogos Olímpicos. É uma felicidade enorme. Não tenho nem palavras para expressar o quão grandioso é isso. Quero agradecer a todos os que estão torcendo por mim”, celebrou Luana Lira.
O Brasil embarcou para o Japão com uma delegação de oito atletas. Além de Isaac, Kawan, Luana e Anna Lucia, estão na competição Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso, na plataforma, e Luiz Felipe Moura e Ian Mattos, no trampolim de 3 metros.
“Minha expectativa é de classificarmos cinco atletas. Esses três estavam dentro da expectativa e tem mais dois que esperamos classificar nos próximos dias”, afirmou o técnico Ricardo Moreira, presidente da Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais (CBSO).
Investimentos múltiplos
Desde 2019, o investimento por parte da Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento no Instituto Pro Brasil, na Universidade de Brasília (UnB), onde funciona o Centro de Treinamento de Saltos Ornamentais, e na Confederação Brasileira de Saltos Ornamentais foi de mais de R$ 7,64 milhões, repassados por meio de dois Termos de Fomento e de um Termo de Execução Descentralizada – TED.
O investimento direto do Governo Federal nos três atletas dos saltos ornamentais que conquistaram a vaga em Tóquio chega a R$ 200 mil no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2020 via Bolsa Atleta. Na modalidade saltos ornamentais, o aporte no período é de R$ 1,93 milhão.
Além disso, a confederação desenvolve o projeto Um Salto na Educação, que pretende massificar a modalidade no país. Estima-se que existam entre 450 e 500 praticantes no Brasil e a meta é triplicar esse número. Para isso, foi assinado em dezembro de 2020, junto à Secretaria Nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social (SNELIS), o Termo de Execução Descentralizada nº 26, no valor de R$ 4,44 milhões.
“Os saltos ornamentais têm recebido diversos investimentos por parte do Governo Federal via Secretaria Especial do Esporte. Temos aqui na capital, na UnB, um centro de treinamento que é legado dos Jogos Rio 2016 e tem revelado diversos atletas. É lá que o Kawan e a Luana treinam. Os dois e outros tantos são a prova de que o investimento no esporte dá retorno. Estamos felizes com as três vagas e que venham outras”, afirmou o secretário Especial do Esporte, Marcelo Magalhães.
“Hoje foi um dia excelente para a gente e nada disso seria possível sem o apoio da Secretaria Especial do Esporte. Então, gostaria de agradecer à Secretaria e a torcida de todos. Vamos continuar nessa torcida porque amanhã tem mais”, disse Ricardo Oliveira.
Bolha em Tóquio
Ricardo Moreira disse que não foi possível sentir como está o clima em Tóquio para os Jogos Olímpicos, já que a disputa da Copa do Mundo é realizada em um rigoroso sistema de bolha que isola os atletas e integrantes das comissões técnicas da rotina da cidade.
“A competição é toda fechada e a gente não pode sair na rua. Estamos em uma bolha. Só podemos ficar no quarto do hotel. Não podemos nem pegar o elevador sozinhos. Só estamos no quarto e na piscina e não temos ideia de como está o clima na cidade. A competição é sem público. Está tudo bem cuidado e estamos nos sentindo seguros. Na primeira semana fomos testados todos os dias e agora, na segunda semana, estamos sendo testados a cada dois dias. Está tudo bem tranquilo”, detalhou o treinador.
Fonte: Ministério da Cidadania e Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos