Os Barômetros Globais da Economia sobem expressivamente em março refletindo o sucesso inicial das campanhas de vacinação contra a covid-19 em alguns países e o otimismo quanto à possibilidade de se alcançar o controle sobre a pandemia nos próximos meses. Os resultados, no entanto, continuam heterogêneos entre as grandes regiões pesquisadas.
O Barômetro Global Coincidente sobe 4,5 pontos em março, de 97,9 pontos para 102,4 pontos, alcançando o maior nível desde dezembro de 2017. O Barômetro Global Antecedente sobe 11,9 pontos, para 117,1 pontos, maior nível desde junho de 2010. Desde setembro de 2020, este indicador se mantém em patamar elevado, na faixa entre 104 e 117 pontos, com oscilações que refletem alterações no grau de otimismo com os programas de imunização e as dificuldades em se obter o controle da pandemia nos diferentes países. Nos Barômetros Regionais Coincidentes, a região da Ásia, Pacífico & África foi responsável por quase toda a alta do barômetro global. Entre os Barômetros Regionais Antecedentes, o Hemisfério Ocidental caminha este mês na contramão das demais regiões ao contribuir de forma negativa para o resultado agregado.
“A combinação dos efeitos de medidas restritivas e imunização já surtem resultados em termos de redução nas taxas de contágio da pandemia, ainda que de forma não homogênea ao redor do mundo. Nos países em que esses resultados já são mais visíveis, indicadores de nível de atividade corrente e expectativas em relação aos próximos meses possibilitaram os avanços dos barômetros coincidente e expectativas propiciaram avanços dos barômetros coincidente e antecedente em março, ainda persistindo um resultado relativamente pior para o setor de serviços. A oferta de imunizantes continua sendo o principal condicionante para o potencial de uma retomada mais robusta ao longo de todas as regiões e setores. Do ponto de vista de política econômica, outra condicionante para essa recuperação é a capacidade da continuidade de estímulos, no contexto de deterioração do quadro fiscal e preocupações relacionadas à dinâmica inflacionária em vários países”, avalia Paulo Picchetti, pesquisador da FGV IBRE.
Barômetro Coincidente – regiões e setores
Todas as regiões contribuem de forma positiva para o resultado agregado deste mês com destaque para a Ásia, Pacífico & África, que contribui com 4,3 pontos, ou 96%, para a alta do Barômetro Coincidente Global, enquanto o Hemisfério Ocidental e a Europa contribuem com somente 0,1 ponto cada. A Europa é a região que vem se recuperando mais lentamente, seguida do Hemisfério Ocidental, refletindo as incertezas em torno do controle da pandemia e da velocidade das campanhas de vacinação no continente. O gráfico abaixo ilustra a contribuição de cada região para a distância do Barômetro Coincidente em relação ao nível médio histórico de 100 pontos.
Entre os cinco setores da pesquisa, apenas o Comércio contribui de forma negativa para o resultado agregado, enquanto os demais setores registraram alta no mês. A maior contribuição positiva veio da Indústria, seguida pelo conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível mais agregado (Desenvolvimento Econômico Geral). Estes são também os únicos níveis de agregação setorial que já estão com indicadores acima do nível de 100 pontos (neutralidade).
Barômetro Antecedente – regiões e setores
O Barômetro Antecedente Global antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses. Assim como ocorre no Barômetro Coincidente, o Barômetro Antecedente da região da Ásia, Pacífico & África foi destaque em março, ao contribuir com 9,4 pontos, quase 80%, para a alta do indicador agregado. A Europa também contribui positivamente no mês, em 2,9 pontos, enquanto o Hemisfério Ocidental caminha no sentido oposto ao das demais regiões, ao contribuir negativamente em 0,4 ponto.
Todos os Barômetros Antecedentes Setoriais subiram no mês, influenciados pela continuidade das campanhas de vacinação no mundo e pela possibilidade de retorno da economia à normalidade. O conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) e a Indústria continuam sendo os setores mais otimistas (com 123,3 e 117,3 pts., respectivamente). Apesar da melhora no mês, o setor de Serviços é o único a não recuperar as perdas ocorridas entre março e maio do ano passado.
Em março, todos os Barômetros Antecedentes setoriais contribuíram positivamente para o resultado agregado. A Indústria e o conjunto de variáveis que refletem a evolução das economias em nível mais agregado (Desenvolvimento Econômico Geral) contribuem com 5,1 e 4,0 pontos, respectivamente. Os demais setores contribuem mais modestamente o resultado agregado.
O estudo completo está disponível no site.
Fonte: FGV