No primeiro mês de 2021, o volume de serviços no Brasil avançou 0,6% frente dezembro de 2020 (0,0%), na série com ajuste sazonal. Na série sem ajuste sazonal, frente a janeiro de 2020, o setor recuou 4,7%, a décima primeira taxa negativa seguida.
O acumulado nos últimos doze meses (-8,3%) teve o resultado negativo mais intenso da série histórica, iniciada em dezembro de 2012, e manteve a trajetória descendente iniciada em janeiro do ano passado (1,0%).
Com a alta de 0,6% de dezembro de 2020 para janeiro de 2021, o setor de serviços segue encurtando o distanciamento para patamar do período pré-pandemia, e se encontra 3,0% abaixo do nível de fevereiro de 2020.
O avanço foi acompanhado por apenas duas das cinco atividades investigadas: transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (3,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%). O primeiro setor acumula ganho de 29,6% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda se encontra 2,7% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. No segundo ramo, houve recuperação de 13,9% entre junho de 2020 e janeiro de 2021, mas ainda sem eliminar a perda verificada entre novembro de 2019 e maio de 2020 (-20,0%).
A retração mais relevante veio de outros serviços (-9,2%), que devolvem o ganho acumulado de 5,7% do período novembro-dezembro. Os demais resultados negativos ficaram com os serviços de informação e comunicação (-0,7%) e os prestados às famílias (-1,5%), com o primeiro anulando parte do ganho de 4,7% registrado nos quatro últimos meses de 2020; e o segundo, com a segunda taxa negativa seguida, teve perda acumulada de 5,5%, subtrai parte do avanço obtido entre agosto e novembro de 2020 (68,5%).
A média móvel trimestral subiu 1,0% no trimestre encerrado em janeiro de 2021 frente ao mês anterior, mantendo a trajetória ascendente iniciada em julho do ano passado.
Entre os setores, ainda frente ao mês anterior, quatro das cinco atividades mostraram resultados positivos neste mês, com destaque para os serviços profissionais, administrativos e complementares (1,9%), seguido pelos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (1,6%); serviços prestados às famílias (0,8%); e informação e comunicação (0,2%).
Em sentido oposto, a única atividade em queda foi a de outros serviços (-1,3%), interrompendo a trajetória ascendente observada desde julho de ano passado.
Em janeiro de 2021, o volume do setor de serviços recuou 4,7% frente a janeiro de 2020, a décima primeira taxa negativa seguida para este tipo de indicador. Houve retração em quatro das cinco atividades e crescimento em 34,3% dos 166 tipos de serviços investigados.
Entre os setores, os serviços prestados às famílias (-27,6%) exerceram a influência negativa mais importante, pressionados pela queda nas receitas dos ramos de restaurantes; hotéis; serviços de bufê; e atividades de condicionamento físico. Os demais recuos vieram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,7%), dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-4,0%) e dos outros serviços (-2,2%).
O recuo nos serviços profissionais, administrativos e complementares deveu-se, principalmente, à queda de receita das empresas de agências de viagens; administração de programas de fidelidade; soluções de pagamentos eletrônicos; organização, promoção e gestão de feiras, congressos e convenções; e atividades de vigilância e segurança privada.
Nos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, o recuo é explicado pela queda de receita das empresas de transporte aéreo, rodoviário coletivo e metroferroviário (todos de passageiros); correio nacional; concessionárias de rodovias; e estacionamento de veículos.
Para outros serviços, o recuo é explicado pelas perdas em empresas de coleta de resíduos não perigosos de origem doméstica, urbana ou industrial; atividades auxiliares dos seguros, da previdência complementar e dos planos de saúde; e reparação e manutenção de computadores e de equipamentos periféricos.
A única contribuição positiva desse mês ficou com o setor de informação e comunicação (1,7%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento de receita das empresas pertencentes aos ramos de portais, provedores de conteúdo e ferramentas de busca na Internet; desenvolvimento e licenciamento de softwares; outras atividades de telecomunicações; e suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação.
Serviços cresceram em 12 das 27 unidades da federação
Regionalmente, 12 das 27 unidades da federação tiveram expansão no volume de serviços em janeiro de 2021, na comparação com dezembro de 2020, acompanhando o avanço (0,6%) observado no Brasil na série com ajuste sazonal.
As expansões mais relevantes vieram do Distrito Federal (10,9%), São Paulo (0,5%) e Minas Gerais (2,6%). A Bahia (-6,3%) teve a principal retração em termos regionais.
Frente a janeiro de 2020, 18 das 27 unidades da federação acompanharam o recuo do volume de serviços no Brasil (-4,7%). A principal influência negativa veio de São Paulo (-4,7%), seguido por Rio de Janeiro (-5,2%), Paraná (-9,2%) e Rio Grande do Sul (-9,1%). Os resultados positivos mais relevantes foram de Amazonas (13,7%), Santa Catarina (3,7%) e Minas Gerais (1,7%).
Índice de atividades turísticas tem alta de 0,7% em janeiro
Em janeiro de 2021, o índice de atividades turísticas teve expansão de 0,7% frente à estabilidade de dezembro de 2020. Vale destacar que o segmento de turismo, após avançar 122,8% entre maio de 2020 e janeiro de 2021, ainda necessita crescer 42,1% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado. As medidas contra a COVID-19 (como o estímulo ao isolamento social) atingiram de forma mais intensa e imediata boa parte das atividades turísticas, principalmente transporte aéreo de passageiros, restaurantes e hotéis.
A maior parte (9) das 12 unidades da federação pesquisadas acompanhou este movimento de expansão verificado na atividade turística nacional (0,7%), com destaques para Rio de Janeiro (4,4%), Rio Grande do Sul (11,4%) e Distrito Federal (10,4%). As retrações mais relevantes vieram de São Paulo (-1,7%), Goiás (-7,4%) e Minas Gerias (-3,1%).
Frente a janeiro de 2020, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil caiu 29,1%, décima primeira taxa negativa seguida, pressionado, principalmente, pela queda na receita de empresas que atuam nos ramos de restaurantes; transporte aéreo; hotéis; rodoviário coletivo de passageiros; agências de viagens; serviços de bufê; e locação de automóveis.
Todas as 12 unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram recuo nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (-37,7%), seguido por Rio de Janeiro (-27,5%), Minas Gerais (-32,8%), Paraná (-28,7%) e Rio Grande do Sul (-29,7%).
Fonte: IBGE