Ações de conservação e restauro garantem integridade do acervo do Museu Mariano Procópio

Uma rotina permanente e minuciosa é fundamental para garantir a integridade de peças em papel do acervo do Museu Mariano Procópio, que figura entre os maiores e mais importantes equipamentos museológicos do país. Trata-se do trabalho de conservação e restauração de livros, documentos, gravuras, fotografias e pinturas, entre outros itens, executado pela equipe técnica da fundação, que é gerida pela Prefeitura de Juiz de Fora.

O conservador e restaurador Aloysio de Paula Gerheim, um dos responsáveis pelo serviço, conta que a primeira etapa do trabalho é a vistoria do acervo, com o objetivo de controlar as condições gerais do mesmo. “Essa é uma função incorporada à rotina e que envolve funcionários dos diferentes setores. Diariamente, é preciso verificar se o acervo está seguro, observando riscos como umidade, fungos, mofo, ataque de insetos e sujidade, por exemplo. Além das limpezas periódicas, é necessário abrir as janelas das salas e conferir a ventilação e a temperatura em cada espaço: biblioteca, reserva técnica e salas expositivas.”
Gerheim destaca que essa primeira etapa, chamada conservação preventiva, é fundamental para evitar a necessidade de uma intervenção mais drástica nas peças, algumas com mais de 200 anos.

De acordo com o servidor, a etapa seguinte é a conservação curativa, que tem como objetivo estabilizar o acervo quando o dano não é significativo, com ações como reforço em encadernações frágeis e recomposição de páginas soltas ou rasgadas. Já a restauração propriamente dita ocorre quando a peça necessita de intervenção física e/ou química.

Essa fase inclui procedimentos como limpeza com trincha e borracha, banho de higienização, recomposição de lombadas de livros, por exemplo. É preciso escolher a abordagem mais indicada e testar antes da aplicação, para evitar danos ainda maiores.”

Conforme Aloysio Gerheim, o Museu Mariano Procópio segue protocolos internacionais, em relação às técnicas e ao material utilizado. Os papéis e fitas, por exemplo, devem ser neutros e alcalinos, e a água tem que ser deionizada (desmineralizada). “Seguir esses critérios é fundamental para não alterar características originais da obra, no momento presente e também no futuro.”

Há sete anos atuando no equipamento cultural, Aloysio afirma que já perdeu a conta do número de peças que passaram por suas mãos. Entre os itens mais antigos tratados por ele estão as “Cartas do Imperador”, datadas de 1832.

Atualmente, o restaurador trabalha em uma coletânea de dicionários da língua portuguesa de 1859. “É importante que os quatro volumes fiquem seguros e em condições de uso para os pesquisadores. A partir dele, é possível entender o sentido de uma palavra usada em determinada época histórica, considerando que a língua é viva e sofre alterações com o passar do tempo.”

Fonte: Assessoria




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