Giane e sua equipe de gerentes explanaram sobre diversos aspectos, como o processo de instalação, a modalidade de gestão e o histórico do Museu Ferroviário, tendo em vista que a Prefeitura de Ponte Nova pretende implantar um equipamento similar no município. “Viemos pegar desde ideias de gestão até formas de exposição do acervo,” explicou Fonseca, acrescentando que a cidade já possui peças como vagão, trilhos e chaves de manobra. “Agora que estamos tirando a ideia do museu do papel, vamos iniciar uma campanha para que a população doe itens menores, como fotografias e filmes, além de contribuírem como relatos orais.”
O coordenador de Patrimônio de Ponte Nova, Matheus de Oliveira, explica que a história da cidade guarda relações profundas com a ferrovia. “Nossa região se desenvolveu a partir da implantação do trem de ferro, que chegou em 1886, permitindo o escoamento da cana-de-açúcar e promovendo aproximação entre os municípios do entorno.” O museu de Ponte Nova deve ser instalado por meio de uma parceria entre a Prefeitura e o Instituto Federal de Minas Gerais.
A diretora-geral da Funalfa manifestou satisfação com o fato de Juiz de Fora consolidar-se como referência para a região. “Somos um polo de práticas culturais na Zona da Mata e Vertentes, alcançando outras regiões de Minas Gerais. Para nós é importante fortalecer as relações com instituições de ensino e fomentar a pesquisa e a produção de conhecimentos”.
Inaugurado em agosto de 2003, o Museu Ferroviário de Juiz de Fora funciona na sede da antiga Estrada de Ferro Leopoldina, prédio tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG). Embora atualmente esteja fechado à visitação pública, devido ao protocolo de contenção do coronavírus, o equipamento urbano está consolidado como espaço de criação e difusão cultural, atraindo visitantes da cidade e de outros centros, incluindo turistas estrangeiros e pesquisadores.
O acervo, que soma mais de 400 peças, aborda as origens e a evolução da ferrovia, bem como seu impacto nos aspectos sociais e econômicos a partir do século XIX, no Brasil e em Juiz de Fora. As peças incluem mobiliário, instrumentos de trabalho e de comunicação, livros técnicos, fotografias, equipamentos científicos, louças e miniaturas. No pátio externo, há duas locomotivas a vapor originais. O Museu Ferroviário de Juiz de Fora mantém um programa de educação patrimonial e oferece espaço para encontros e oficinas de arte e cultura.