Prefeitura e sociedade se unem no combate à fome por meio da Mesa de Cidadania

Criada pela prefeita Margarida Salomão, a Mesa de Cidadania vai se reunir virtualmente, via plataforma Zoom, nesta sexta-feira, dia 22, às 17h. Trata-se de um espaço para instituições assistenciais, órgãos públicos, setores empresariais e do comércio participarem em conjunto e de maneira mais otimizada, de forma a suprir demandas emergenciais no combate à fome.

De acordo com levantamento da Secretaria de Assistência Social junto ao Cadastro Único (CadÚnico), Juiz de Fora possui atualmente 13.965 famílias vivendo em situação de pobreza extrema, ou seja, vivendo com uma renda mensal menor que R$ 89. “A pandemia veio a exacerbar essa situação e levou milhares de pessoas à situação de extrema pobreza”, salienta o secretário de Direitos Humanos, Biel Rocha, que coordena a Mesa da Cidadania. Entre janeiro de 2020 e novembro de 2020, foram 1.124 famílias que passaram a viver nessa situação, um aumento de 8,7%.

A prefeitura já trabalha em parceria com instituições beneficentes, seja na distribuição de cestas básicas ou de outras formas de garantir a segurança alimentar da população mais carente. Na Mesa de Cidadania, essas organizações poderão juntamente com órgãos do poder público municipal, pensar em novas formas de agilizar esforços de combate à fome. Outro setor que participa da mesa é o empresariado e o comércio, que também tem dado apoio nessa causa. “Nós temos visto movimentos de empresários locais. O que queremos com a mesa é organizar e sistematizar esse processo. Se há cesta básica para ser entregue e distribuída em determinada região da cidade, é importante detectar naquela região específica quais as instituições estão ali trabalhando e saber quais as suas limitações e dificuldades”, explica o secretário de Direitos Humanos, Biel Rocha.

Neste primeiro momento, a Mesa da Cidadania está entrando em contato com as instituições engajadas no combate à fome. Uma pesquisa junto às próprias organizações está sendo realizada para conhecer suas capacidades e principais dificuldades. “A mesa é exatamente para identificar e chamar essas organizações para participar. Com isso podemos ter um levantamento de quantas famílias são atendidas, para sabermos o que podemos atender de imediato, onde estão as situações mais urgentes”, pontua Biel Rocha.

Articulação entre entidades e PJF contra a fome

A Fundação Maria Mãe já existe em Juiz de Fora há mais de 40 anos. Fundada pela Irmã Monique Monceau, começaram fornecendo comida para pessoas em situação de rua. Atualmente, a organização também oferece uma série de atendimentos. Desde o início da pandemia, a instituição fornece almoço aos fins de semana para os necessitados que procuram seu amparo.

Essa nova frente da organização tem sido articulada junto com a prefeitura, que por meio da Secretaria de Assistência Social (SAS) consegue as marmitas pelo Restaurante Popular que é provido pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). “Temos tido muita procura por cestas, que não distribuíamos antes. Mas como temos tido doações, felizmente temos podido atender essa demanda também”, explica o presidente da Fundação Maria Mãe, Hélio Rodrigues de Oliveira.

Apesar de pouco observada, esse tipo de sinergia entre o poder público municipal, organizações beneficente e outros atores no enfrentamento da miséria em Juiz de Fora é bastante comum e frequente. Mas precisa de agilidade. “Para isso surge a mesa da cidadania, como espaço primeiro de interação, de articulação, de conversa e diálogo com a participação de várias organizações que ao longo de muito tempo vêm se dedicando a ajudar as pessoas mais pobres de nossas cidade com distribuição de alimento ou cesta básica”, explica Biel Rocha, secretário especial de Direitos Humanos.

Gestão da informação

Além da capacidade de cada instituição de suprir as necessidades de segurança alimentar de seus atendidos, também há o aspecto da gestão da informação na assistência aos desamparados. A pesquisa também procura saber qual o grau de detalhamento as organizações conseguem ter de seus trabalhos. Segundo Hélio Rodrigues de Oliveira, da Fundação Maria Mãe, essa é uma preocupação muito grande porque a informatização traz agilidade ao trabalho. “Trabalhamos com muitos relatórios e precisamos ter esses dados à mão para não perdermos tempo copiando informação de papel”, explica Hélio.

A informatização dos registros ainda é um desafio para muitas instituições, como a Associação de Apoio à Criança, Adolescente e Idoso (Acai), formada por amigos no bairro do Retiro há seis anos e que já atua em outros quatro bairros da região sudeste de Juiz de Fora. Apesar de contar com um sistema de telemarketing para pedidos de doação, a instituição ainda se vale de fichas impressas para controlar os registros de atendidos. “Não é fácil, mas estamos desenvolvendo um sistema, Esse ano vamos nos informatizar”, explica Walter de Moura Gonçalves, presidente da Acai.

Para ter o panorama dessas capacidades e desafios das entidades aliadas no combate à fome, a Mesa da Cidadania está realizando uma pesquisa junto às organizações para fazer um perfil delas. Trata-se de um formulário online que tem sido remetido por e-mail às próprias instituições beneficentes.

Fonte: Assessoria




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