A noite da última quinta-feira (17), foi de reconhecimento especial pelo trabalho e pela dedicação de 26 professores e técnico-administrativos em educação. A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) realizou a entrega da maior honraria da instituição, a Medalha Juscelino Kubitschek de Oliveira, como parte do reconhecimento do trabalho de profissionais nos campos de ensino, pesquisa, extensão, inovação e cultura ou de projeção do nome da Universidade em cenário nacional ou internacional.
Diferentemente dos anos anteriores, a solenidade aconteceu de forma remota, diante da pandemia causada pela Covid-19. Com isso, os homenageados haviam recebido a medalha antecipadamente.
A cerimônia, que compôs parte da programação do aniversário de 60 anos da Universidade, também celebrou os 50 anos da criação da Cidade Universitária e os oito anos de atividades do campus avançado de Governador Valadares. Um vídeo em comemoração aos 60 anos exibiu depoimentos de personalidades formadas na UFJF.
Representando todos os agraciados, o ex-secretário-geral da UFJF Rodrigo de Souza Filho apontou que o recebimento da homenagem, nos 60 anos da Universidade, é motivo de satisfação e orgulho. “As ações desenvolvidas por nós, homenageados, só foram possíveis por causa de um trabalho coletivo. Essa medalha expressa que nossas atividades foram reconhecidas e requalificam a singularidade do nosso trabalho que compõem algo maior.”
Além disso, reforçou a função das universidades públicas no país, principalmente no contexto causado pela Covid-19, por situações que provocam desigualdades sociais e ondas de neoconservadorismo. “Sinto-me orgulhoso de pertencer a uma Universidade que luta pela vida. Lutar pela manutenção do processo democratico é uma obrigação de todos nós. Temos que continuar a navegar, mesmo que sob águas turbulentas, e assim construirmos condições para continuarmos a trabalhar em busca de uma universidade pública, gratuita, de qualidade e em busca de uma educação mais justa e inclusiva.”
Foco de resistência
Ladeado pela vice-reitora, Girlene Alves, o reitor, Marcus David, destacou que a UFJF coloca-se entre as principais instituições do país, reconhecida pelo mundo acadêmico, com forte atuação onde os campi estão inseridos, devido ao trabalho de muitas pessoas. “Essa noite é especial porque estamos realizando essa homenagem em um momento em que a Universidade completa o seu sexagenário. Em um período de instabilidade, a UFJF conseguiu trilhar um caminho de alternativas para as crises que vivemos.”
Neste ano, vivido com profundas mudanças, o reitor reforçou a importância de se defender o Sistema Único de Saúde (SUS), diante da sua característica universal de atendimento aos brasileiros, e as universidades federais que, no campo das ciências, oferecem soluções para o enfrentamento desse momento atípico. “É uma satisfação homenageá-los, pois vocês fazem parte das vitórias da UFJF, que comemora 60 anos. Espero que, em 2021, possamos ter um ano de reconstrução.”
Homenageados
Entre os 26 homenageados da solenidade, estava a professora aposentada da Faculdade de Comunicação (Facom) Maria Cristina Brandão. A jornalista, que atua na instituição desde a década de 1990, relembra a trajetória profissional ao se dedicar, nos últimos anos, às disciplinas práticas de rádio, impresso e TV e por ter lecionando no Programa de Pós-graduação em Comunicação a disciplina sobre teledramaturgia brasileira.
“Eu me sinto muito honrada com essa indicação que partiu do Departamento de Métodos e Práticas Laboratoriais, onde estava alocada nos últimos anos. Nos anos 2000, passei a me dedicar à pesquisa sobre a história da TV resultando em duas publicações: ‘O Grande Teatro Tupi do Rio de Janeiro’ e o ‘Cariocas do Brejo: Entrando no Ar’, com o professor Flávio Lins. Há dias que vivo uma intensa felicidade, recebendo pelo Facebook inúmeros elogios e felicitações pela indicação a essa imensa honraria”, destaca Maria Cristina.
Outro agraciado foi o professor do Departamento de Física do Instituto de Ciências Exatas (ICE) Ilya Lvovich Shapiro, que figurou entre os 600 cientistas brasileiros mais importantes do mundo, elencados pela lista publicada pela Universidade de Stanford, em outubro. Atualmente, estuda vários aspectos de cosmologia quântica – a tentativa da física teórica de desenvolver uma teoria quântica do universo. “Fico muito feliz em receber essa honraria”, afirma o pesquisador.
Indicada pela Administração Superior, outra personalidade condecorada com o recebimento da Medalha JK foi a ex-pró-reitora de Graduação Maria Carmen de Melo. Segundo a professora da Faculdade de Enfermagem, na data em que a UFJF comemora seus 60 anos, ser agraciada com esse reconhecimento é uma honraria ímpar.
“Além da forte emoção, me conduz à reflexão sobre o cotidiano profissional vivido e provoca variados sentimentos e significados. Considero-me realizada pela decisão de ser enfermeira e docente. Expresso ainda minha gratidão ao partilhar essa homenagem com pessoas que foram e são parte dessa caminhada. Na construção de nossas relações, sinalizaram o caminho do meu aprimoramento como ser no mundo”, destaca.
Fonte: UFJF