No início de novembro, consulta pública colocou em avaliação o nível de resiliência a desastres em Juiz de Fora. Através da aplicação de questionário contendo 47 perguntas sobre aspectos diversos da preparação, ação e resposta a situações de crise, foi possível traçar um perfil que indica a situação atual da cidade, suas competências e melhorias necessárias para se atingir o ponto máximo no enfrentamento de adversidades. Foram mais de duas mil respostas de 238 participantes, que durante três dias de evento validaram o processo pela participação popular. O relatório, com os resultados dessa análise, foi entregue ao Poder Executivo e apresentado à Câmara Municipal na quinta-feira (10), por representantes da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e da Defesa Civil, por meio de audiência online.
O workshop realizado no mês passado foi a segunda etapa do processo de habilitação de Juiz de Fora ao título de “Cidade Resiliente”, concedido pelas Organizações das Nações Unidas (ONU) aos municípios que desenvolvem esforços e demonstram capacidade de resposta a calamidades. Anteriormente, a mesma ferramenta de autoavalição havia sido aplicada, em caráter preliminar, aos setores nomeados pelo Decreto 14.067/20, que formam comitê de órgãos envolvidos na estruturação, prevenção e socorro a sinistros na cidade. O questionário padrão foi desenvolvido pelo Escritório das Nações Unidas Para a Redução do Risco de Desastre (UNDRR).
De acordo com o coordenador do Núcleo de Assistência Social da Faculdade de Engenharia (Nasfe/UFJF), Jordan Henrique de Souza, o material serve como indicador, instrumento útil à definição de políticas públicas para o município. “O relatório faz avaliação numérica da percepção pública das condições da resiliência em nossa cidade. Mas o que estamos entregando não é matemática. Embora se utilize das ciências exatas, não existe resposta pré-definida ou certa”, afirmou ele, em relação aos dados processados a partir do conjunto das respostas obtidas.
Para cada uma das 47 perguntas havia classificação de nota, numa escala de zero a três, sendo zero a ausência completa de condições no quesito abordado, e três, condição plena cumprida pelo Município. O consolidado da avaliação posiciona a cidade com índice dois de atendimento às medidas relativas à resiliência. Em 30 das 47 questões, ou seja, em 63,8% delas, a avaliação ficou acima de dois.
Com a entrega deste material aos poderes públicos, a ideia é que se dê continuidade ao processo, uma vez que ele identifica pontos para a definição de um plano de ação. “Contamos com a Câmara para a aprovação de projetos de lei que virão desse relatório”, solicitou o subsecretário de Defesa Civil, Jefferson Rodrigues, no encerramento da reunião. A meta é fortalecer a adoção de medidas de prevenção e socorro na cidade, favorecendo a captação de recursos para o incremento de novas ações de proteção e defesa civil. O relatório será também encaminhado ao UNDRR, a fim de possibilitar o avanço do Município no sentido da criação de um “Plano Municipal de Resiliência”.
Fonte: Assessoria