Foi publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira (14) a Portaria Nº 505, que renova a lista de contemplados com a Bolsa Pódio, categoria mais alta do programa Bolsa Atleta, do Ministério da Cidadania. Ao todo, 274 atletas de elite terão direito aos repasses do benefício, que variam entre R$ 5 mil e R$ 15 mil. Entre eles, 107 são de modalidades olímpicas e 167 de paralímpicas. Todos tiveram os planos esportivos aprovados pelo grupo de trabalho responsável pelas análises.
“O Governo Federal tem trabalhado para que nossos atletas não fiquem desamparados neste ano tão complicado para todos em função da pandemia”, destacou o secretário Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Marcelo Magalhães. “Com o adiamento dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio para 2021 e com o calendário de competições bastante reduzido neste ano, a manutenção da Bolsa Pódio tornou-se ainda mais fundamental para nossos atletas do altíssimo rendimento”, completou o secretário.
“Esses 274 atletas representam a elite de nosso esporte no momento e por isso estão contemplados com a Bolsa Pódio. Tenho certeza de que esse recurso será muito importante para que eles possam seguir treinando e se preparando da melhor maneira possível para defender o Brasil nos Jogos de Tóquio”, afirmou Bruno Souza, secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
“Se esse tivesse sido um ano normal, neste momento estaríamos trabalhando no edital para o próximo ciclo olímpico e paralímpico. Mas, em função de todos os efeitos dessa crise sanitária, o foco passou a ser a publicação da lista de contemplados visando aos Jogos de Tóquio. A pandemia transformou um ciclo de quatro anos em um ciclo de cinco”, ponderou Mosiah Rodrigues, coordenador-geral do Bolsa Atleta, que lembrou que a análise dos planos esportivos que resultou na lista dos 274 contemplados não é atribuição exclusiva do Ministério da Cidadania.
“Trata-se de um trabalho desenvolvido em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e as confederações. Todas essas entidades participaram do processo que resultou na lista publicada hoje”, explicou Mosiah Rodrigues.
Estímulo à excelência
A categoria pódio do Bolsa Atleta foi criada em 2013 com o objetivo específico de patrocinar atletas com potencial real de ganhar medalhas e de disputar finais olímpicas. “A importância da Bolsa Pódio é muito grande. Trata-se de um apoio que eleva a qualidade do nosso trabalho e nos dá segurança. Funciona até mesmo como estímulo para o atleta ver que se ele se mantiver entre os melhores do mundo e buscando resultados o governo vai manter esse patrocínio com uma verba bem considerável. Isso dá sentido para a carreira do atleta”, destacou Bruno Schmidt, campeão olímpico no vôlei de praia no Rio 2016, ao lado de Alison.
“A gente sabe que cada vez mais com essa crise gerada pela pandemia as empresas privadas estão reduzindo receitas e renegociando contratos. Com isso, a ajuda governamental é de suma importância. Não é à toa que o governo está ajudando as pessoas, inclusive com o Auxílio Emergencial. O vôlei de praia é um esporte de premiação. A gente vive das premiações das competições e de patrocínios. O Bolsa Pódio profissionaliza a nossa carreira e tem uma relevância muito grande, ainda maior nesse momento de pandemia”, continuou Bruno.
Titular da categoria -70kg na Seleção Brasileira de judô, a gaúcha Maria Portela coleciona duas participações em Jogos Olímpicos (Londres 2012 e Rio 2016) e dois bronzes em Jogos Pan-Americanos (Guadalajara 2011 e Toronto 2015). Além disso, foi duas vezes medalhista por equipes em edições do Mundial de judô e, em 2017, chegou ao título do World Masters. No ano passado, foi prata no Grand Slam de Ecaterimburgo e bronze na etapa de Brasília. Para ela, a renovação significa tranquilidade e possibilidade de foco.
“Estou contente e agradecida por ter sido contemplada com o Bolsa Pódio por mais um ano. Essa renovação me traz um sentimento de tranquilidade. Sei que terei recursos para investir no meu desempenho até as Olimpíadas. É uma segurança para treinar 100% focada somente na minha evolução”, afirmou. “Com esse suporte consigo mirar nos detalhes que vão auxiliar a minha preparação e ajustar todas as áreas que são possíveis. É uma ferramenta muito importante para o esporte brasileiro”, ressaltou a judoca.
Maior expoente do esporte paralímpico brasileiro, o nadador Daniel Dias, dono de 24 pódios (14 ouros) conquistados em Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, também ressaltou a relevância estratégica do benefício. “Nós, atletas, ficamos felizes por termos o pagamento da Bolsa Pódio e por termos a continuidade de um projeto como esse, que tem muita importância na preparação de qualquer atleta que está visando aos Jogos de Tóquio”, afirmou o nadador.
“Hoje nós temos a tranquilidade para continuar nos dedicando ao esporte, continuar fazendo nosso melhor para que a gente possa, de fato, chegar a Tóquio no próximo ano e desempenhar o melhor possível. Ter essa garantia da Bolsa Pódio é fundamental. O atleta busca isso: ter um ambiente tranquilo para desempenhar o seu melhor no treinamento e, consequentemente, chegar à competição e poder dar o seu melhor”, prosseguiu Daniel Dias, que coleciona 34 medalhas em campeonatos mundiais.
Evolução quantitativa
O histórico dos benefícios pagos pela Bolsa Pódio permite constatar uma evolução técnica dos atletas brasileiros na comparação entre os ciclos para os Jogos Rio 2016 e Tóquio 2020. A começar pelo número de benefícios pagos: foram 634 entre 2013 e 2016 e 1147 entre 2017 e 2020. O número de atletas beneficiados pulou de 324 no ciclo Rio 2016 para 450 no ciclo para Tóquio.
Quando se analisa as faixas dos benefícios, nota-se uma evolução significativa do posicionamento dos atletas brasileiros, olímpicos e paralímpicos, entre os 20 melhores do ranking mundial.
Entre 2013 e 2016, 256 benefícios de R$ 15 mil reais foram pagos. Já para o ciclo olímpico seguinte, entre 2017 e 2020, foram 335 benefícios nessa faixa. Para ter direito ao valor mais alto da Bolsa Pódio, o atleta deve estar entre os três primeiros do ranking mundial em sua modalidade.
O mesmo ocorre para os outros níveis da Bolsa Pódio. Entre 2013 e 2016, 196 bolsas foram concedidas para os valores de R$ 11 mil. Entre 2017 e 2020, o número mais do que dobrou, saltando para 449. Para ter direito a essa benefício, o atleta deve estar entre o 4º e o 8º lugares do ranking mundial.
Na faixa de R$ 8 mil, voltada aos que estão entre 9º e 16º no ranking mundial, o número também mais do que dobrou de um ciclo para o outro. Entre 2013 e 2016 foram 133 benefícios pagos, contra 303 entre 2017 e 2020.
Por último, também houve aumento na faixa de R$ 5 mil, destinada aos atletas posicionados entre o 17º e o 20º lugares no ranking mundial. Entre 2013 e 2016 foram 49 benefícios, número que subiu para 60 entre 2017 e 2020.
“Em 2020 completamos oito anos de pagamentos de benefícios da Bolsa Pódio. Analisando o número de bolsas pagas em cada faixa dos benefícios, houve aumento do número de atletas em todas elas para o ciclo de Tóquio em comparação com o do Rio”, destacou Bruno Souza. “Isso deixa claro que nesses últimos quatro anos tivemos mais atletas posicionados entre os 20 melhores do mundo do que tínhamos entre 2013 e 2017. Isso se deve a todo o investimento que foi feito para os Jogos do Rio 2016, tanto nos atletas diretamente, com a Bolsa Atleta e a Bolsa Pódio, quanto na estrutura que eles têm hoje para treinar e se preparar para as competições. Isso tudo é legado dos Jogos Rio 2016”, avaliou o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte.
Fonte: Assessoria