Motivada, Duda Luizelli traça metas para trabalho com as Seleções Femininas

Já são 26 dias desde o anúncio de Duda Luizelli como a nova Coordenadora de Seleções Femininas da CBF. Em menos de um mês de trabalho, a nova gestora não parou. No pouco tempo, já começou a mapear e a projetar os novos objetivos no comando das Seleções Principal, Sub-20 e Sub-17. De perto, acompanhou os trabalhos de Pia Sundhage e de Jonas Urias, e já deu alguns sinais dos novos rumos à frente das equipes brasileiras.

Do Presidente da CBF, Rogério Cabloco, recebeu a missão de liderar a nova fase do futebol feminino do Brasil, que passa por significativas transformações. Além da equiparação das diárias e premiações pela entidade, a modalidade é, pela primeira vez, comandada por mulheres, com Duda Luizelli e Aline Pellegrino, no novo cargo de Coordenadora de Competições Femininas.

“Eu já tinha vivido a experiência de vestir a camisa como atleta, e agora vestir a camisa como gestora de uma Seleção Nacional é algo fantástico, a gente tem muito trabalho pela frente. Nesse primeiro contato, já visualizo que temos muitos objetivos que podemos fazer a curto, médio e longo prazo para buscarmos a excelência dentro do futebol mundial. Então, eu estou feliz de saber que vou ajudar e participar desse processo”, destaca.

Ex-meia-atacante da Seleção Feminina, Duda Luizelli é um referência quando se trata da gestão do futebol feminino. Há mais de 35 anos comanda um dos mais consolidados projetos de formação de atletas do Brasil. Agora, na CBF, a coordenadora espera repetir o trabalho de sucesso tanto na profissionalização de jogadoras quanto na administração, como foi no Internacional-RS, clube que a projetou como atleta e gestora. 

“Acho que quando a ficha começa a cair, a gente começa a se dar conta de onde estamos. Sabemos que representamos todas as mulheres, e acho que isso é algo que nos faz refletir e saber da importância desse novo desafio. Realmente, vou trabalhar muito porque tenho certeza que poderei contribuir para esse processo de transformação do futebol feminino”, enfatiza.

Depois de dezenove anos sem vestir a camisa do Brasil, Duda Luizelli voltou a se sentir a sensação, agora, usando o uniforme reservado para a comissão técnica. Foi deste jeito, bem a vontade com o novo estilo, que a nova Coordenadora de Seleções Femininas conversou com a CBF e posou para fotos no seu novo ambiente de trabalho, a Granja Comary, em Teresópolis (RJ).

Mulheres no comando 

É inegável que o momento do futebol feminino no Brasil seja único. Além do anúncio de Aline Pellegrino e da própria Duda Luizelli, as atletas que representam a Seleção Brasileira irão usufruir de uma realidade até então distante, a equiparação das diárias e premiações pela CBF. Se há uma pergunta constate à Duda é a importância de ter uma mulher no comanda das equipes femininas. A gestora é categórica ao destacar que a experiência dentro e fora de campo são fatores que fazem a diferença.

“São 30 anos dentro do futebol feminino, muito dos anos foi jogando e também já na parte de gestão. Temos esse sentimento de saber quando a atleta está com algum problema, quando a comissão não está se sentindo a vontade em alguma situação. Faz a diferença também essa percepção que temos de ex-atleta e gestora, de alguém extremamente competitiva. Acredito que é essa percepção que nos faz tentar ser uma Seleção realmente campeã”, ressalta.

Além da nova gestora, as Seleções Femininas contam com um destacável número de mulheres nas comissões técnicas. Na equipe principal, Pia Sundhage, Lilie Persson e Bia Vaz, dão o tom ao trabalho. Na equipe Sub-20, Jéssica de Lima atua como assistente técnica de Jonas Urias. Já na Seleção Sub-17, a técnica Simone Jatobá conta com o auxílio de Lindsay Camila e a preparadora de goleiras, Marlisa Wahlbrink. Dar oportunidade para que mais mulheres tenham visibilidade em seus trabalhos é um dos projetos da gestora, que hoje, trilha caminhos inéditos para as mulheres no futebol brasileiro.

“Acho que o importante é cada vez mais termos mulheres capacitadas. Cada vez mais os clubes terem mulheres à frente na gestão e na parte técnica, assim, as mulheres estarão juntas com as meninas para que cada vez possamos crescer mais. Já estamos programando cursos de capacitação para gestoras, para as técnicas, para quem trabalha com o futebol feminino”, enfatiza. 

Primeira vez na Granja Comary

Os dias na Granja Comary tiveram gostinho de novidade para Duda. Foi a primeira vez da gaúcha no Centro de Treinamento. Quando vestia a camisa do Brasil, como meia-atacante, não chegou a usufruir da estrutura da Casa do Futebol Brasileiro. A coordenadora ficou impressionada com a excelência do local, elogiada também pela técnica Pia Sundhage. 

Foram dez dias de concentração, além da rotina de diária de treinos e reuniões, Duda e Pia receberam a visita do Presidente Rogério Caboclo e da Coordenadora de Competições Femininas, Aline Pellegrino. De olho no horizonte de possibilidades do futebol feminino, a gaúcha projeta trabalhar em conjunto com as comissões técnicas.

“A Granja é um local de excelência do futebol mundial, inclusive conversando com a Pia, ela me falou isso e me surpreendeu que aqui na Granja Comary é um dos melhores lugares do mundo para se treinar. Eu acho que tudo isso me fez ficar muito feliz de saber que estamos no melhor lugar do mundo, com talvez uma das melhores técnicas do mundo. Estamos no caminho certo, agora é trabalhar bastante. Dentro do possível,  tentar unificar os processos e procedimentos da parte técnica, física e mental das Seleções, para que a gente seja sempre as melhores”, projeta.

Futuro das Seleções Femininas 

Em menos de um mês no comando das Seleções Femininas, Duda já lidera um projeto para criar estratégias de integração entre as três categorias, trata-se de uma metodologia de trabalho em comum.  Na última terça-feira (22), uma reunião entre os membros das comissões técnicas já deu o tom dos novos passos.

“Começamos a desenhar alguns métodos e processos, porque eu acho que a integração de todas as comissões técnicas em todo esse processo é muito importante para evoluirmos. Então, queremos estar todos conectados em todas as categorias, com o trabalho unificado e a gestão para podermos usufruir o máximo possível do conhecimento da Pia e da Lilie. Tenho certeza que conseguiremos ter os melhores processos e métodos de uma Seleção Nacional”, conta.

Duda sabe que todo processo leva tempo, por isso, se apega na frase da técnica Pia Sundhage “step by step” (passo a passo) para nortear o seu trabalho à frente das Seleções Brasileiras. O compromisso é grande, mas a vontade de tornar os planos uma realidade passa por seu espírito inquieto e competitivo. Projetando objetivos a curto, médio e longo prazo, a gestora quer liderar mais um projeto vitorioso em sua história marcada por títulos e vitórias dentro e fora dos gramados. 

“Eu estou ouvindo todos e, dentro do possível, já consigo mensurar aquilo que podemos evoluir, mas eu acho que como a Pia fala passo a passo, mas cada vez com os pilares mais sólidos e maiores para que nunca mais a gente dê um passo para trás, só dê passo para a frente, porque assim a gente vai poder cantar como Pia cantou esses dias com alegria. E quem sabe, estarmos comemorando todo mundo junto em pouco tempo”, conclui.

Fonte: CBF




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