A questão da psicologia esportiva é um dos fatores primordiais para garantir progressos no campo de jogo, bem como o condicionamento físico e a compreensão tática.
Visando dar crescimento cada vez maior para a Seleção Feminina, a técnica Pia Sundhage, incorporou em sua comissão técnica, a psicóloga Marina Gusson, peça de suma importância para auxiliar na performance das atletas em campo, aliando aspectos técnicos, físicos e mentais.
A especialista se tornou integrante da comissão, durante o período de jogos preparatórios diante do México, em dezembro do último ano. A partir daí, Marina soma nove meses de trabalho junto com a Seleção Feminina, bem como com todos os membros da comissão técnica:
“Uma convocação é um ambiente muito propício para criarmos vínculos, porque temos momentos mais informais que permitem um contato mais direto. Então, em um primeiro momento tem a ver com conhecer cada atleta e saber como ela lida com situações de pressão por desempenho e essa necessidade de conhecimento de si mesma. É um gerenciamento tanto das emoções e pensamentos para se ter a melhor performance em campo”, conta.
Dentro do período de convocações, Marina explica que a execução de seu trabalho não se baseia somente em conversas individuais com cada jogadora. Ela relata que elabora uma série de de atividades em grupo para desenvolver aspectos inerentes a psicologia. Diante disso, explica também a importância de quebrar alguns estigmas relacionados ao fator psicológico:
“O trabalho está sendo muito interessante porque é possível conciliar essa percepção de como é o dia a dia de uma convocação, as vivências em campo, os treinos e os bastidores. Então estar sempre próximas às atletas acaba quebrando essa visão do psicólogo e facilidade a criação do vínculo e a confiança, que é o alicerce da psicologia”, destaca.
Além da preparação para os treinos e jogos, Marina Gusson explica que existe um outro fator importante exercido na psicologia esportiva, que é ajudar a estreitar as diferenças culturais entre as suecas, a técnica Pia Sundhage e a auxiliar Lilie Persson, com o restante do grupo:
“A Pia tem uma clareza de que criar uma equipe campeã é também ter uma equipe fisicamente, taticamente e tecnicamente fortes, isso é importante, mas não basta. Ela legitima muito o trabalho, ela ouve, pede os feedbacks, considera o que a gente traz na construção do treinamento. Em relação a questão cultural, a psicologia também tem ajudado muito para ela (Pia) entender as diferenças da cultura sueca em relação a brasileira”, ressalta.