Mais de 18 mil alunos iniciam Ensino Remoto Emergencial

Na segunda-feira (21), a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), retoma as atividades do primeiro semestre letivo de 2020. Depois de seis meses com as aulas suspensas, 18.070 calouros e veteranos, dos campi de Juiz de Fora e Governador Valadares, reiniciam os estudos. No total, 2.560 disciplinas, dos 72 cursos presenciais de graduação, estão sendo ofertadas pela modalidade de Ensino Remoto Emergencial (ERE). De acordo com o Calendário Acadêmico, a proposta está vigente até 22 de março de 2021. 

Mais de 60% das disciplinas estão sendo oferecidas aos estudantes, sendo excluídas apenas aquelas que possuem especificidades e precisam ser práticas e/ou presenciais. De acordo com a pró-reitora de Graduação, Maria Carmem de Melo, os dados apontam para uma importante adesão do segmento estudantil nesta modalidade de ensino. “Temos mais de 18 mil alunos matriculados nos nossos cursos e o primeiro dia de aulas está transcorrendo muito bem”, afirma.

Também destaca que o trabalho realizado previamente, por meio da capacitação de alunos, professores e técnico-administrativos em Educação (TAEs), foi importante para o bom andamento das atividades no retorno do período letivo. “Montamos uma equipe de suporte para dar apoio ao uso da plataforma Moodle. Ela já existia, mas foi ampliada para atender a introdução de novas disciplinas. Já para o uso do Google Sala de Aulas há outro grupo, organizado pela Diretoria de Avaliação Institucional, apoiada pela Diretoria de Imagem Institucional, Central de Atendimento (CAT), Centro de Gestão do Conhecimento Organizacional (CGCO) e outros setores.”

Além disso, Maria Carmem ressalta que é um dia muito especial para a comunidade acadêmica. “O cuidadoso trabalho de todos que têm se dedicado há vários meses a refletir, discutir e construir as possibilidades educativas nesse momento afinal se concretiza. Alicerçados em nossos princípios, caminhamos juntos nesse aprendizado, tecendo novos modos de nos relacionar e vivenciar oportunidades diversas. Sejam todos e todas, bem vindos e sucesso.” 

Apoio Institucional

A diretora de Avaliação Institucional, Michèle Farage, explica que as demandas relacionadas ao Google Sala de Aula estão sendo atendidas desde o último sábado, 19, e a equipe tem respondido dúvidas de alunos e professores para que a familiarização com o ERE aconteça da melhor maneira possível. “Entre docentes, nota-se que as ações iniciadas pela UFJF, como, por exemplo, a publicação do site, os treinamentos ao vivo e a Central de Ajuda, surtiram efeito. As dúvidas desse segmento são, de um modo geral,  direcionadas e pontuais. Já entre os estudantes, os questionamentos também se referem ao uso da plataforma, mas são poucos.”

Michèle também destaca a participação das equipes formadas pelo Programa de Educação Tutorial de Engenharia Civil (PET Civil), Grupo de Educação Tutorial (GET) de Engenharia Computacional, pelo Infocentro e também pelo Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI), que dão suporte para que toda a comunidade acadêmica tenha aonde recorrer caso seja necessário. “Temos que enaltecer nossos bolsistas, pois atenderam ao chamado da UFJF e estão se empenhando, cientes da importância dessa ação”, observa. 

Informação

Segundo o diretor de Imagem Institucional, Márcio Guerra, a Diretoria, por meio da Central de Atendimento (CAT), tem procurado dar todo o suporte necessário, não apenas para o momento inicial do ERE, mas fornecendo à comunidade acadêmica toda ajuda possível ao longo do processo. “Já a nossa equipe de jornalismo oferece todo tipo de informação, por meio do nosso site e das nossas redes sociais. Nosso objetivo é torná-las mais acessíveis para estudantes, professores e TAEs.”

O coordenador de Atendimento, Mauro Leopoldino, aponta que, de acordo com as demandas encaminhadas para o setor no primeiro dia de aulas, o retorno tem sido bastante positivo. Inclusive destaca a atuação junto à Diretoria de Avaliação Institucional (Diavi) para sanar as dúvidas da comunidade acadêmica. “A maioria das questões que estamos respondendo trata de dúvidas de acesso e sobre a consulta aos comprovantes de matrícula no Siga. Também há alguns professores que não estão conseguindo acessar as plataformas, mas continuamos a orientá-los sobre o uso do Google Sala de Aula. Para a CAT, chegaram apenas duas demandas pontuais sobre o Ensino Remoto Emergencial, mas que também já foram respondidas.”

Novas rotinas

Entre discentes e docentes são grandes as expectativas para o retorno das atividades. A aluna do primeiro período da Faculdade de Direito, Lorena Cardoso, afirma estar feliz com a retomada. “Penso que a pandemia da Covid-19 demorará um pouco para passar e assim devemos buscar estratégias para nos adequarmos ao ‘novo normal’. Acredito que os alunos e os professores passarão por um processo de adaptação para esse novo modelo de ensino, mas espero que, no final, consigamos ter um período produtivo dentro dos atuais limites”, diz.

Segundo o professor da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid), Heglison Toledo, o ERE será uma modalidade de grande aprendizado para instituição, docentes e discentes. Para ele, é necessário avaliar pelo lado positivo, “visto que o modelo vigente de educação se mostra ultrapassado e necessitando de várias mudanças no modus operandi. O Ensino Remoto Emergencial será válido para adaptações, melhorias e desenvolvimento de habilidades, tanto por parte dos professores quanto por parte dos alunos. É claro que essa modalidade vai apresentar alguns prejuízos, mas, como o próprio nome diz, é emergencial. Desta forma, é uma grande oportunidade de a comunidade descobrir novas possibilidades de ensino e aprendizagem. Estamos no século do conhecimento, e os próximos anos serão de grandes transformações, entre elas a capacidade de desenvolvermos a competência híbrida, que se refere à capacidade de conviver com o mundo real-virtual.”

O aluno do quarto período do curso de Ciências Biológicas, Gustavo Almeida, destaca as dificuldades impostas pelo ERE. “Acredito que uma das maiores será manter o foco e o comprometimento com as aulas online, visto que, dentro de nossas casas, estamos sujeitos a vários tipos de distrações. Há uma certa flexibilidade em relação ao ERE, que não conseguirá manter os alunos motivados e, em razão disso, muitos, incluindo eu, possivelmente não terão resultados tão bons quanto realmente são capazes”. Para o estudante, apesar disso, o ERE é uma ferramenta necessária para tentar manter as engrenagens da instituição funcionando e reduzir o máximo de empecilhos e atrasos quando as aulas presenciais retornarem. 

Para o professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc), Virgílio Oliveira, a solução é buscar a combinação entre métodos convencionais e novos, buscando a integração com os alunos, para que esse retorno seja um contraponto ao necessário, porém difícil, isolamento social. “Leituras prévias seguirão embasando as aulas. Contudo, algumas falas serão gravadas e momentos de debate, em interação síncrona, irão ocorrer. Em um primeiro momento, as dificuldades serão associadas ao equilíbrio entre formatos convencionais e tecnológicos de interação; nesse sentido, a noção de que estamos todos aprendendo é absolutamente verdadeira.” 

Governador Valadares

Calouros e veteranos do campus avançado de Governador Valadares também tiveram o primeiro contato com o ERE nesta segunda-feira. Já nas primeiras horas de atividade, estudantes e professores fizeram relatos nas redes sociais sobre esta experiência, inédita para grande parte da comunidade acadêmica. 

Em sua conta no Instagram, a professora do Departamento de Medicina da UFJF-GV, Gabriela Abreu, destacou que, apesar de remoto, o reencontro com a turma do segundo período foi importante. “Vamos conseguir prosseguir com nossas atividades, tentando manter o conteúdo com o mínimo prejuízo possível. É uma novidade para todo mundo e eu quero construir estas atividades em conjunto com meus alunos. Boa sorte para todos nós”.

A estudante do curso de Ciências Econômicas, Ana Carolina Fernandes, destacou, por sua vez, uma certa timidez inicial dos estudantes. Porém considerou como positiva a primeira aula na disciplina Economia Ecológica. “Foi uma experiência bem diferente. Eu já tive outros cursos remotos, mas é bem diferente quando é com pessoas com quem você já teve aula presencial. Creio que nós, alunos, estamos um pouco intimidados sobre a participação na aula; é meio estranho, mas acho que o início foi positivo. O professor soube conduzir muito bem e aos poucos vamos nos adaptando”.

O acadêmico de Nutrição, Arthur Felipe, também destacou o papel dos docentes. “Vejo que os professores estão se empenhado muito para, mesmo com a distância e as dificuldades da nova realidade, manterem o ensino de qualidade de sempre. Estou muito animado para tudo. Vejo que também é uma excelente oportunidade para evoluirmos como profissionais e pessoas”.

Fonte: Assessoria




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