O Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (Critt) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) firmou contrato de licenciamento de tecnologia desenvolvida por pesquisadores da UFJF para o mapeamento das áreas de risco em Minas Gerais. O acordo foi assinado com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) para a utilização do software “Álea” e visa colaborar com a prevenção e a preparação dos municípios no enfrentamento dos desastres ambientais e no desenvolvimento de ações de proteção e defesa civil.
Para a responsável pelo Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UFJF, Ana Carolina Vidon, a transferência desta tecnologia é um exemplo de como a pesquisa desenvolvida no campo acadêmico pode contribuir com a sociedade externa. Ela comenta que o objetivo é “promover a troca de conhecimento entre o Corpo de Bombeiros e a UFJF, permitindo a capacitação de Defesas Civis Municipais e Bombeiros Militares de todo o Estado, por meio do uso do aplicativo, bem como será possível fortalecer a base de dados do programa”.
Segundo o professor Jordan Henrique de Souza, coordenador do projeto e pesquisador da Faculdade de Engenharia, o Álea permite agrupar e atualizar informações das áreas de riscos de forma padronizada, no qual o benefício para a comunidade geral é uma ferramenta para a promoção das ações de Proteção e Defesa Civil que poderá ser usada pelos agentes públicos. “É importante destacar que não só o aplicativo foi desenvolvido, fizemos três capacitações para a comunidade em geral, com aproximadamente 1.500 inscritos a nível nacional, abordando o uso do aplicativo assim como os conceitos relacionados aos riscos geológicos e hidrológicos.”
A tecnologia
O aplicativo Álea foi criado, em 2017, após a realização de um projeto de extensão. De acordo com o coordenador, a ideia do projeto “surgiu da necessidade de ter uma ferramenta institucional para mapear e promover a governança de informações de áreas de riscos de acesso multiagência nas etapas de prevenção, mitigação, preparação, resposta e recuperação voltadas à proteção e defesa civil”. A tecnologia cria uma base cartográfica de informações de 144 municípios que possuem riscos como quedas de encostas e inundações. Ele ainda relata que, atualmente, os desenvolvedores estão promovendo a ampliação da cobertura para todas as cidades mineiras.
O programador do aplicativo e professor do Departamento de Ciência da Computação, Marcelo Caniato Renhe, explica que o Álea foi desenvolvido para o sistema Android, mas também pode ser acessado pelo navegador. O professor ressalta que o aplicativo permite ao usuário delimitar áreas de risco e inserir informações relativas à área cadastrada. “O usuário visualiza a região em um mapa, especifica a forma do polígono e, em seguida, insere uma série de informações em um formulário de caracterização da área de risco. O aplicativo ainda oferece um conjunto de mapas auxiliares que podem ser visualizados durante o processo de mapeamento, auxiliando o usuário na identificação das características da área.”.
O software já foi disponibilizado para a corporação e a contratação foi possível porque o projeto é regulamentado pela Lei de Inovação (Lei nº 10.973/04), uma vez que estabelece o licenciamento de uso do programa de computador e da marca Álea, de titularidade exclusiva da UFJF, registrados no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
Fonte: Assessoria