Cerca de 1,1 milhão de pessoas que estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social provocado pela pandemia de Covid-19 retornaram às suas atividades na primeira semana de agosto, na comparação com a quarta semana de julho. O dado é da edição semanal da PNAD COVID19, divulgada pelo IBGE. Não houve resultados na quinta semana de julho por causa de uma parada técnica na pesquisa.
Entre a quarta semana de julho e a primeira semana de agosto, caiu de 5,8 milhões para 4,7 milhões o número de pessoas que estavam afastadas por causa da pandemia. Também reduziu de 3,0 milhões para pouco mais de 2,2 milhões o grupo que estava distante do trabalho por outro motivo, seja por licença maternidade ou doença. Por outro lado, aumentou a população ocupada que não estava afastada (74,7 milhões).
“Isso significa que essa população afastada, por conta da pandemia ou por outros fatores, está retornando ao trabalho que tinha”, analisou a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, acrescentando que desde o início de maio, quando a pesquisa começou, a população ocupada que não estava afastada aumentou em 10,8 milhões.
Já o contingente de ocupados que trabalhavam de forma remota ficou estável (8,6 milhões) na primeira semana de agosto. O grupo de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego por causa da pandemia ou por falta de trabalho na localidade em que vive somou 18,3 milhões.
Maria Lúcia também destaca estabilidade na população ocupada (81,6 milhões) e desocupada (12,6 milhões). A taxa de desocupação ficou em 13,3%. No início da PNAD COVID19, em maio, 9,8 milhões estavam sem trabalho. “A gente observou uma queda na população desocupada no início de julho, mas houve uma estabilidade a partir de então”, disse a coordenadora da pesquisa.
A taxa de informalidade (34,2%) também ficou estável na comparação com a quarta semana de julho. Isso representava 27,9 milhões de pessoas na informalidade, cerca de 2,0 milhões a menos do que o contingente do início de maio (29,9 milhões).
Entre os informais estão os empregados do setor privado sem carteira; trabalhadores domésticos sem carteira; empregadores que não contribuem para o INSS; trabalhadores por conta própria que não contribuem para o INSS; e trabalhadores não remunerados em ajuda a morador do domicílio ou parente.
3,2 milhões de pessoas buscaram atendimento médico no início de agosto
Em relação aos indicadores de saúde, a PNAD COVID19 mostra que das 13 milhões de pessoas que se queixaram de algum dos sintomas de síndrome gripal na primeira semana de agosto, 3,2 milhões buscaram atendimento médico. No começo de maio, quando a pesquisa teve início, 26,8 milhões de pessoas tiveram algum sintoma.
Dor de cabeça foi a queixa mais recorrente (5,8 milhões) na primeira semana de agosto, seguida por nariz entupido ou escorrendo (5,1 milhões), tosse (4,5 milhões), dor muscular (3,2 milhões), dor de garganta (3,7 milhões), fadiga (2,2 milhões), perda de cheiro ou de sabor (1,5 milhão), dificuldade de respirar (1,5 milhão) e dor nos olhos (1,3 milhão).
Entre os 3,2 milhões de pessoas que tiveram algum desses sintomas, 46,8% disseram ter buscado atendimento médico em postos de saúde públicos, 25,6% em prontos-socorros e outros 21,2% em hospitais do SUS. Já na rede privada, 7,0% procuraram ambulatório ou consultório privado ou ligado às forças armadas, 3,9% foram para prontos-socorros privados e 9,6% para hospitais privados. Desse total, 136 mil ficaram internadas em algum hospital.
No mesmo período, 75,7% afirmaram ao IBGE não terem procurado nenhum estabelecimento de saúde. Já 58,0% disseram ter tomado remédio por conta própria. Outros 12,8% tomaram medicamento com orientação médica. Além disso, 4,3% ligaram para algum profissional de saúde e 2,6% receberam visita de algum profissional de saúde do SUS.
A PNAD COVID19 é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), realizada com apoio do Ministério da Saúde, para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal. O IBGE faz divulgações semanais e uma mensal da pesquisa, que se enquadra como um dos produtos das Estatísticas Experimentais.
Fonte: Agência IBGE