A pesquisa feita pelo grupo de modelagem formado por pesquisadores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), aponta que o município continua tendo crescimento do número de casos confirmados por Coronavírus. O levantamento utilizou dados do dia 21 de julho até dia 4 deste mês, quando Juiz de Fora apresentava 3.107 casos confirmados e 99 mortes. Após um período de 14 dias, os números evoluíram para 3642 casos confirmados e 119 vidas perdidas no dia 4 deste mês, representando aumentos de 16,7% e 20,2%.
O cenário na cidade é semelhante ao da mesorregião Zona da Mata Mineira, no qual a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), registrou 12730 casos confirmados e 334 óbitos confirmados. Segundo um dos pesquisadores, Marcel Vieira, os dados registrados tanto em Juiz de Fora quanto na Zona da Mata, não atendem aos critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS):
“Apenas, na 31ª semana epidemiológica, foram confirmados na Zona da Mata 1435 novos casos e 40 vidas perdidas (aumento de 9% e 8,1%, respectivamente, em relação à semana anterior). Analisando os números de casos e vidas perdidas ao longo das três últimas semanas epidemiológicas, confirmamos que Juiz de Fora e a Zona da Mata ainda não atendem a dois importantes critérios da OMS”.
Quanto à questão do Número de Reprodução Efetivo (Rt), Juiz de Fora apresentou oscilação no período entre 21 de julho e 4 de agosto, onde o Rt registrou valor máximo de 1,07 neste mês e valor mínimo de 0,58 no dia 26 de julho. Marcel relembra que “De acordo com a OMS, uma das condições para que a pandemia esteja sob controle é de que os valores do Rt sejam menores que 1 persistentemente por pelo menos duas semanas. Esta condição não foi verificada”.
Faixa etária
A análise feita pelo grupo de pesquisa, aponta que a distribuição dos casos confirmados por faixa etária, é representada pelo público de 20 e 59 anos de idade, ou seja, pertencem majoritariamente à parte da população que é economicamente ativa. Segundo o levantamento, a faixa etária é de 77,9% em Juiz de Fora e 74,7% na Zona da Mata.
Conforme a pesquisa, existe equilíbrio entre os sexos masculino e feminino, no quesito número de casos e mortes confirmadas. Já a análise da distribuição dos óbitos por faixas etárias em Juiz de Fora confirma que a maioria dos pacientes que vieram a falecer, 83,7%, tinha 60 ou mais anos de idade.
Situação em Governador Valadares
A pesquisa abordou também a situação da pandemia em Governador Valadares. No dia 21 de julho, o município tinha 3028 casos confirmados e registrava 70 vidas perdidas de acordo com a SES-MG. Estes números evoluíram para 4282 casos confirmados e 107 vidas perdidas no dia 4 de agosto, representando aumentos de 41,4% e 52,9%, respectivamente, no período de 14 dias.
Na 31ª semana epidemiológica (26 de julho a 1° de agosto), Governador Valadares teve 515 novos casos confirmados e 37 mortes registradas, sendo a semana com o maior número de registros de óbitos desde o início da pandemia. No município foram registrados em média 92 novos casos e 3 vidas perdidas por dia nos últimos 7 dias.
Controle da pandemia segundo OMS
O órgão diz que para que a pandemia seja considerada controlada em determinada cidade, é necessária uma redução de pelo menos 50%, de forma contínua, do número semanal de novos casos por um período de três semanas desde o último pico.
a redução, por pelo menos três semanas sucessivas, do número de vidas perdidas no município e valores do Número de Reprodução Efetivo (Rt) – número, em média, de casos secundários contaminados por um indivíduo com Covid-19 – menores que 1 persistentemente por pelo menos duas semanas.
Além disso, o número de testes positivos para Covid-19 precisa estar abaixo de 5% por 2 semanas; a proporção de testes positivos para quadros gripais devem estar abaixo de 5% por 2 semanas; deve-se ter conhecimento da cadeia de transmissão de pelo menos 80% dos novos casos; número de mortes por pneumonia, em faixas etárias nas quais estava alto, precisa estar em queda.