Como havia sido previsto no início do mês, a F1 confirmou o cancelamento das provas do Brasil, EUA, México e Canadá. Diante disso, será a primeira vez que o continente americano não recebe a categoria máxima do automobilismo mundial, desde sua criação em 1950.
Os cancelamentos se devem aos desdobramentos da pandemia do Coronavírus, principalmente no número de casos e mortes confirmadas. Quanto ao Canadá, cuja data original da prova era em junho, teria as melhores condições sanitárias para receber a corrida. No entanto, a questão da logística foi um dos principais entraves,ent uma vez que o acesso ao país é mais complicado por estar mais distante da Europa e também por conta das questões climáticas.
Em nota a F1 lamenta o cancelamento das etapas e garante retorno ao continente americano em 2021:
“Queremos agradecer a todos os nossos parceiros novos e existentes e às autoridades nacionais pelo trabalho e esforço realizados nos últimos meses. Embora seja decepcionante não ser possível competir nas Américas este ano, estamos ansiosos para voltar na próxima temporada e sabemos que as corridas em nosso calendário revisado continuarão empolgando nossos fãs e oferecendo novos desafios para as equipes e pilotos”.
Diante dos fatos, será a primeira vez que o Brasil fica de fora do calendário, perdendo assim uma sequência de 47 anos recebendo provas válidas pelo Mundial de Fórmula 1. Dos países que compõem o atual calendário, apenas Inglaterra e Itália tinham mais temporadas seguidas com GPs, em todas as 70, desde 1950.
Mais etapas incluídas no calendário
A F1 confirmou ainda a inclusão de mais três provas no calendário revisado da temporada 2020: Nurburgring (Alemanha), Portimão (Portugal) e Ímola (Itália).
O circuito alemão está de volta à categoria, depois de 7 anos de ausência, a última etapa havia sido em 2013, com vitória de Sebastian Vettel, na época pela Red Bull. Curiosamente, será a primeira vez que o circuito receberá a chamada “Era dos Motores Turbos Híbridos”. A etapa está marcada para os dias 9,10 e 11 de outubro
Quanto ao Circuito de Portimão, a etapa será disputada nos dias 23, 24 e 25 do mesmo mês. Será a primeira vez que o circuito português recebe a categoria. Além disso, Portugal esteve de fora do calendário da F1, desde 1996 e na época a prova era disputada no Circuito de Estoril. O último vencedor foi o canadense Jacques Villeneuve com a Williams.
Já o Circuito de Ímola, em Bolonha na Itália, será batizado como Grande Prêmio da Emilia Romagna, mas serão dois dias de programação, nos dias 31 de outubro e 1º de novembro. O formato do fim de semana ainda não foi definido, mas provavelmente haverá apenas um treino livre antes da classificação e da corrida. De quebra, marca o retorno da F1 no circuito italiano, após 14 anos de ausência, a última prova foi em 2006 com vitória de Michael Schumacher com a Ferrari. Além disso, a pista ficou marcada pelas mortes de Ayrton Senna, do austríaco Roland Ratzenberger, do grave acidente que quase vitimou Rubens Barrichello e também pela batida envolvendo o finlandês JJ Lehto, da Benetton e o português Pedro Lamy da Lotus na largada, cujo impacto fez espalhar pedaços de carro na arquibancada e deixou torcedores feridos. Tudo isso no chamado “Fim de Semana Negro da F1” em 1994.
O CEO da Liberty Media, empresa dona dos direitos da F1, Chase Carey, falou sobre a inclusão de mais três etapas no calendário revisado da temporada:
“Estamos satisfeitos por continuarmos a fazer grandes progressos na finalização de nossos planos para a temporada 2020 e estamos animados em receber Nürburgring, Portimão e Imola no calendário revisado. Queremos agradecer aos promotores, às equipes e à FIA por seu total apoio em nossos esforços para proporcionar aos nossos fãs corridas emocionantes nesta temporada, durante um período sem precedentes. Também queremos prestar homenagem aos nossos incríveis parceiros nas Américas e esperamos voltar com eles na próxima temporada, quando mais uma vez eles conseguirão emocionar milhões de fãs ao redor do mundo.”
Com o anúncio desta sexta-feira, o calendário original de 22 corridas passa a ter 11 cancelamentos: Austrália, Holanda, Mônaco, França, Canadá, Azerbaijão, Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil. As provas de Vietnã, China, Bahrein e Abu Dhabi ainda não estão confirmadas.