A macrorregião de Saúde Noroeste vai retornar à onda verde do plano Minas Consciente, criado pelo Governo de Minas para promover a retomada econômica gradual e coordenada nas cidades mineiras durante a pandemia do coronavírus. A recomendação é a de que as 33 cidades da localidade abram somente serviços considerados essenciais, como supermercados, padarias e farmácias.
A decisão foi tomada em reunião do Comitê Extraordinário Covid-19, na quarta-feira (3/6), em função do aumento do número de casos e da baixa capacidade assistencial da rede hospitalar. As outras 13 macrorregiões de Saúde mineiras serão mantidas nas ondas determinadas durante os últimos encontros do grupo técnico, mas serão acompanhadas diariamente para avaliação das taxas de contaminação e internação.
O governador pediu cautela à população e reforçou a importância de manter os cuidados de higienização e proteção individual.
“O número de casos tem aumentado e Minas Gerais não pode ceder. Nós, até o momento, temos lutado com muita eficiência. Eu peço aos mineiros que façam o que for possível para continuar assim, porque a batalha será longa. Nós só vamos vencer essa guerra daqui alguns meses. Peço que aqueles que podem ficar em casa, fiquem. E os que não podem, que tomem as medidas de distanciamento e higienização necessárias. Minas tem sido destaque no Brasil até o momento, mas não podemos baixar a guarda. Temos que continuar essa luta contra o vírus, porque ele é invisível e imprevisível. Esse aumento de casos nos últimos dias sinaliza que temos que ter cuidado redobrado. Conto com a ajuda de todos”, disse.
Adesão
Apesar do alerta, Romeu Zema disse que não há motivo para pânico e que a situação ainda está sob controle no estado.
“Até o momento, Minas Gerais tem combatido o coronavírus de forma adequada. Somos o segundo estado do Brasil com a menor taxa de óbitos por 100 mil habitantes, atrás apenas do Mato Grosso do Sul. Isso é fruto de uma série de ações que temos feito. A grande maioria dos prefeitos tomou essa guerra como uma bandeira”, afirmou.
O plano
Elaborado pelo governo estadual, o plano Minas Consciente setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas” (onda verde – serviços essenciais; onda branca – primeira fase; onda amarela – segunda fase; onda vermelha – terceira fase), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença.
O plano tem como objetivo orientar as prefeituras. Ficará a critério de cada prefeito aderir e seguir os protocolos em seu município. Os empresários que desejam reativar seus estabelecimentos devem consultar se a prefeitura local aderiu ao plano e seguir as orientações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).
Para a avaliação das ondas são analisados os dados fornecidos pela Sala de Situação da Secretaria de Estado de Saúde, que realiza o monitoramento constante dos municípios mineiros. São feitas atualizações diárias (dados epidemiológicos, leitos e ocupação) e semanais (curvas de tendência global e regional), que permitem analisar a situação de cada macrorregião e os impactos de uma possível reabertura para o sistema de saúde local.
Salões de beleza
Durante a reunião da quarta-feira (3/6), o Comitê Extraordinário Covid-19 também determinou que os salões de beleza poderão ser abertos nas cidades que estiverem na onda amarela do programa. Anteriormente, a orientação era que essas empresas só entrassem em funcionamento durante a onda vermelha. A mudança considerou fatores econômicos, como a geração de empregos no setor, além da capacidade de adaptação para atendimento à clientela.
Todas as mudanças definidas na reunião passarão a valer a partir do próximo sábado (6/6), após publicação no Diário Oficial do Estado.
Onda amarela
As regiões de Saúde Centro e Leste do Sul permanecem na onda amarela do plano Minas Consciente, permitindo, assim, o funcionamento responsável de espaços como lojas de variedades, lojas de departamentos ou magazines (exceto Duty Free), tabacarias, livrarias, papelarias e lojas de vestuário. A manutenção é possível graças às taxas controladas da doença nas regiões e o índice seguro de ocupação de leitos de UTI.
As empresas dos setores deverão seguir protocolos de segurança para a reativação. Alguns deles são: demarcar com sinalização no lado externo do estabelecimento a distância de 2 metros entre as pessoas que ficarem nas filas; só permitir a entrada de clientes se estiverem utilizando máscaras; dar atendimento preferencial e especial a idosos, hipertensos, diabéticos e gestantes, garantindo um fluxo ágil de maneira que essas pessoas permaneçam o mínimo de tempo possível no interior do estabelecimento; e limitar o número de funcionários ao estritamente necessário para o funcionamento do serviço. Todos os protocolos estão disponíveis no site www.mg.gov.br/minasconsciente/empresarios.
Onda branca
As macrorregiões de Saúde Sul, Norte e Centro-Sul, que já haviam progredido para a onda branca nas últimas semanas, continuam apresentando taxas controladas da doença e, por isso, podem manter os protocolos mais flexíveis.
Vale lembrar que, para a reabertura segura, os comerciantes devem seguir os protocolos do plano Minas Consciente. Algumas das orientações são que os estabelecimentos tenham meios para higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel 70%. Eles também devem fornecer Equipamentos de Proteção Individual adequados para a atividade exercida e providenciar barreira de proteção física quando os funcionários estiverem em contato com o cliente.
Onda verde
Além da região Noroeste, que regrediu da onda branca para a onda verde do plano Minas Consciente, as regiões Nordeste, Jequitinhonha, Leste, Vale do Aço, Sudeste, Oeste, Triângulo do Sul e Triângulo do Norte ainda não apresentam índices favoráveis para a retomada de novos setores econômicos, já que a relação entre o número de leitos e a incidência de novos casos, além do tempo médio para internação após solicitação, não permitem uma folga confiável se o número de casos crescer em decorrência da reabertura de novos estabelecimentos.
Por isso, a orientação é que os municípios dessas regiões continuem seguindo os protocolos previstos na onda verde, para preservar a saúde da população e a capacidade de atendimento do sistema de saúde local.
Fonte: Agência Minas