Juiz de Fora aumenta em cerca de 42% o número de leitos de UTI no SUS

Logo no início de março, a Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) deu início às medidas de prevenção para evitar que o sistema de saúde entrasse em colapso, diante da pandemia do novo coronavírus (covid-19). Assim, a Secretaria de Saúde (SS) começou a preparar e adensar sua rede de atendimento. Antes da crise, o Município tinha 108 leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) públicos credenciados. Durante o período de enfrentamento, a capacidade instalada (pública) do Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade foi ampliada em cerca de 42%, chegando a 154 leitos.

O número de leitos de UTI começou a subir em março. No fim daquele mês foram implementados outros cinco no Hospital Universitário (HU). Em 9 de abril, mais dez, no Hospital de Pronto Socorro “Dr. Mozart Teixeira” (HPS). No início de maio, outros 11 adicionados no Hospital Regional “Dr. João Penido”, e nesta segunda quinzena, 20, no Hospital Maternidade “Therezinha de Jesus” (HMTJ). O quantitativo de leitos de enfermaria também subiu. Antes da pandemia eram 857 públicos, agora são 906. A rede privada conta com 537 leitos de enfermaria e 91 em UTIs.

Durante transmissão ao vivo, via redes sociais, nessa segunda-feira (25), o prefeito Antônio Almas, questionado sobre a possibilidade de construção de um hospital de campanha, ressaltou que as equipes da PJF trabalham com objetivo de aumentar a capacidade hospitalar instalada. De acordo com ele, criar um novo espaço para expansão de leitos “custaria, em média, R$ 1,5 milhão, já que seria necessário montar toda estrutura. A PJF economiza, realizando a ampliação da rede pré-existente”, observou Almas. Esse propósito pode ser comprovado pelo aumento de 42% no número de leitos de UTI.

Adesão ao “Minas Consciente”

Na mesma transmissão, Antônio Almas explicou o motivo que levou a cidade a optar pela adesão ao programa “Minas Consciente”, do Governo do estado. Segundo o prefeito, Juiz de Fora é referência para a Macrorregião Sudeste, composta por 94 municípios. Isso significa que todas as medidas tomadas por essas localidades impactam a cidade: “Portanto, a administração da PJF entendeu ser necessário um plano regional, uma decisão coletiva. O ´Minas Consciente` significa exatamente isso: a oportunidade de fazer alinhamento regional”.

Importância do isolamento social

Nessa segunda-feira, a taxa de isolamento social em Juiz de Fora está girando em torno de 52%. A média, em Minas, é de 51,77%. De acordo com Almas, quanto mais cidadãos se comprometerem com o isolamento, mais rápido a cidade pode sair da crise. O prefeito ressaltou que “a experiência vivida por outros países evidencia que o isolamento social, por enquanto, é a arma mais poderosa contra o coronavírus”.

Capacidade de testagem

O Município ampliou sua capacidade de testagem, com a parceria entre PJF e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Até o último domingo, 24, a UFJF havia enviado 671 resultados ao Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (Dvea), sendo 148 positivos para covid-19. Esses dados passaram a entrar no boletim epidemiológico do Município em 30 de abril.

O material é coletado por quatro equipes e transportado nas condições adequadas para os laboratórios, sendo um no Instituto de Ciências Biológicas e outro na Faculdade de Farmácia.

O público-alvo são profissionais de saúde sintomático, entre o terceiro e o décimo dia de sintomas; todos os pacientes internados em “leitos covid”, pactuados com o Município; os atendidos na atenção básica, em situação de vulnerabilidade (acima de 65 anos, cuidadores de idosos, diabéticos, hipertensos descompensados e obesos); e servidores da segurança pública, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb) e da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama).

Transparência dos gastos públicos

Questionado sobre os gastos públicos durante a pandemia, Antônio Almas abordou, também durante a transmissão, o preço pago em insumos e equipamentos para enfrentamento à covid-19. De acordo com o prefeito, é necessário se atentar para o período em que as compras são feitas: “No início da pandemia, o valor dos materiais estava mais alto, o cenário apresentava que todos queriam comprar no mesmo momento”.

Em uma das compras realizadas pela PJF, foram pagos R$ 30,30 por cada litro de álcool em gel. O valor está acima do investimento feito em caráter de rotina. Porém, foi o menor apresentado pelas cotações. Um estudo da Agência de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de São Paulo revelou que, em março, cada 400ml do produto custava, em média, R$ 19. Outro exemplo apontado é que, antes da pandemia, era possível comprar uma caixa de máscara cirúrgica descartável, com 50 unidades, por R$ 4,50. No período da primeira compra, em março, cada unidade passou a custar, em média, R$ 4,50.

Todas as documentações de compras feitas pela PJF foram enviadas para análise do Ministério Público.

 

Fonte: Assessoria




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