A mobilidade internacional de estudantes foi afetada no mundo todo pela pandemia da Covid-19. Na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) foram tomadas uma série de medidas em relação aos programas de intercâmbio. Entre elas, a instituição mantém o acompanhamento contínuo de alunos estrangeiros que permanecem na cidade.
De acordo com a diretora de Relações Internacionais, Bárbara Daibert, há estudantes estrangeiros que vêm para cursar toda a graduação na UFJF e os intercambistas que ficam na instituição por um ou dois semestres apenas. Nessa última condição, há três estudantes: uma colombiana e dois sul-coreanos. “Estamos prestando toda a assistência, oferecendo as informações que são publicadas e traduzindo materiais, como as informações do Portal da UFJF”. O setor também conta com a iniciativa dos buddies – alunos da UFJF que exercem a função de embaixadores, estando sempre em contato com os estudantes estrangeiros.
Para Ji Heon Jung, de 25 anos, o acompanhamento feito pela UFJF foi essencial em sua adaptação ao Brasil, quando chegou há cerca de três meses. “Meu buddy me ajudou a encontrar a casa em que estou morando e me mostrou a cidade. As pessoas no DRI também me apresentaram a universidade e as aulas. Agora, estou ficando em casa quase o dia inteiro, fazendo quarentena como os outros, lendo livros, estudando e cozinhando.”
Sua colega, Sujin Min, da Hankuk University of Foreign Studies, sente-se incomodada com a distância dos familiares na atual situação da pandemia. A intercambista de 22 anos conversa diariamente com parentes e amigos através de aplicativo. “Fiquei triste porque não podia estar com minha família ou comer comida coreana, mas sempre mantenho contato por meio do Whatsapp Coreano chamado Kakaotalk. A Coréia está melhorando agora. Todo mundo é cuidadoso usando uma máscara e eles estão bem. Além disso, as universidades, como a minha, que estavam tendo aulas apenas on-line poderão realizar aula presenciais em breve”, afirma.
Para ela, a adaptação ao Brasil e a uma nova cultura foi difícil no início, mas os amigos a ajudaram a se integrar. O período de isolamento tem servido para desenvolver outras atividades. “Hoje em dia não tenho nada para fazer, por isso, estou cozinhando muito, lendo livros ou estudando em casa, especialmente aprendendo português”, destaca. Ansiosa pela modificação do panorama de isolamento provocado pela pandemia, Sujin Min faz planos: “Vou viajar. Estou um pouco entediada de ficar apenas em casa. Quando tudo estiver bem, vou viajar, encontrar amigos que não pude encontrar nessa situação, e sair”.
O isolamento social provocado pela pandemia frustrou a expectativa que a colombiana Valentina Sierra, de 20 anos, tinha antes de vir para o Brasil. “Precisei fazer um planejamento muito grande para vir, e logo quando consegui, tive a infelicidade de estar acontecendo essa pandemia. É triste não conseguir aproveitar a oportunidade de conhecer a cultura, o idioma, as pessoas e o conhecimento da UFJF do jeito que eu gostaria”, lamenta a estudante do curso de Turismo da Universidade de Tolima. A intercambista também acompanha a situação da pandemia em seu país natal, através do contato constante com a família.
No Brasil, Valentina segue obedecendo as instruções de isolamento, mas aproveita para continuar os estudos e fazer planos. “Todos os dias converso com meus familiares através de ligações e vídeo chamada para aumentar o ânimo, tanto para mim quanto para eles. Nesses tempos tem sido difícil, pois não não posso sair para conhecer os lugares, pessoas, experimentar coisas novas e praticar o português. Estou ficando em casa, seguindo as recomendações dos profissionais de saúde e praticando o português.
Assim como a sul-coreana, Valentina pretende viajar pelo país. “Quando tudo isso passar quero estudar, aproveitar tudo que a UFJF pode me proporcionar e nos tempos livres, quero conhecer muitos lugares do Brasil, conhecer mais pessoas, festas, comidas e bebidas, enfim, conhecer melhor a cultura desse país tão bonito.”
Calendário suspenso
A diretora de Relações Internacionais da UFJF, Bárbara Daibert, lembra que o calendário de programas de intercâmbio bem como viagens de acordo e colaborações foi afetado pela pandemia no mundo todo. “Gestores de relações internacionais de universidades estão pensando e discutindo como ficará a mobilidade internacional no mundo pós-Covid-19. Embora já tenhamos candidaturas para o próximo semestre, já alertamos aos parceiros, neste momento, de que haverá possivelmente um atraso em nosso calendário em decorrência da crise”, diz.
Em relação aos alunos da UFJF aprovados para o intercâmbio ainda em 2020, a DRI suspendeu o edital até que haja condições seguras de enviar os estudantes.
Fonte: Assessoria