Para tratar do enfrentamento da epidemia do COVID-19 em Juiz de Fora, vereadores e representantes da secretaria de Saúde e do Departamento de Vigilância Sanitária se reuniram no Plenário para tratar das medidas tomadas pela prefeitura para lidar com prevenção à contaminação, identificação e tratamento da doença, principalmente nas próximas semanas. Estiveram presentes a chefe de Vigilância Sanitária, Cecília Kosmann; o subsecretário adjunto de saúde, Rodrigo Almeida; e o subsecretário de vigilância em Saúde, Vitor Rodrigues. Os vereadores levantaram algumas questões, tais como a situação dos servidores com mais de 60 anos; as marcações de consultas eletivas, exames e cirurgias; as vagas disponíveis para UTIs pelo SUS; e as diretrizes para a realização dos testes em casos suspeitos e graves.
Conforme apresentou Rodrigo Almeida, as equipes de saúde da prefeitura estão trabalhando em consonância com as informações e interpretações epidemiológicas em tempo real. “Verificamos as informações dos órgãos oficiais e esses dados estão também no site da PJF”. Ele sustentou que é imprescindível que a população seja informada sobre onde encontrar as informações corretas e falou sobre os problemas da disseminação de desinformações que circulam pela população.
Cecília destacou também que é a primeira transmissão em tempo real de uma pandemia, e que o ineditismo implica cuidados, principalmente acompanhado de informações inverídicas. “Somente ontem à noite eu recebi pelo celular mensagens sobre a morte de 4 pessoas em Juiz de Fora. É fundamental não transmitir informações sem confirmação. Isso causa uma histeria coletiva que leva à disseminação da doença e problemas nas áreas social, econômica e psicológica”. Ela ressaltou que o trabalho agora é desacelerar o contágio e evitar um colapso do sistema de saúde. Para isso há duas medidas essenciais: distanciamento social e isolamento familiar. “Se isolar é isolar mesmo. Tem impactos psicológicos, mas, para passar pelo que precisamos passar, é necessário. Na saúde pecamos pelo excesso e não pela negligência”, afirmou ela.
Sobre o protocolo de testes para o vírus, Cecília explica que os procedimentos são alterados conforme as mudanças de informações. “O que primeiro foi definido foi o teste em casos suspeitos. E há critérios epidemiológicos nessas decisões. No momento, seguindo recomendação do MS, são feitos testes em casos mais graves”.
Com exemplos de outros locais, o vereador Rodrigo Mattos (sem partido) questionou a partir de que momento será dado o alarme para ficar toda a cidade em isolamento, como algumas cidades já estão fazendo, com fechamento de restaurantes e shoppings. Sobre esse ponto, o vereador Wagner do Sindicato (PTB) lembrou que um dos problemas é também econômico, porque alguns trabalhadores precisam ir ao trabalho, algumas empresas continuam funcionando, as farmácias precisam abrir. “Até o Projac fechou, jogador de futebol está isolado, mas os trabalhadores estão trabalhando. O empresário corre riscos, mas estamos falando de vidas, o que está acima do dinheiro. São necessárias medidas, mas com planejamento”.
Os vereadores Júlio Obama Jr. (PODE) e Dr. Adriano Miranda (sem partido) questionaram sobre o início da campanha de vacinação contra a gripe e a quantidade de testes disponíveis em Juiz de Fora. Cecília esclareceu que a vacinação começa na próxima segunda-feira, dia 13, para os grupos mais vulneráveis, que são os idosos e as crianças.. Sobre a quantidade de testes disponíveis para a população, Cecília explicou que os kits são disponibilizados aos poucos e que, hoje, há cerca de 50 kits. Ela afirmou também que os testes estavam sendo feito nos laboratórios privados, mas acabaram. “Por isso, não haver histeria é fundamental”. Dr. Adriano pediu que haja um telefone específico com planejamento e atendimento uniforme para suporte à população. Rodrigo Almeida explicou que a orientação é de que a população procure a Unidade de Saúde mais próxima. Sobre a linha telefônica, já está em andamento para Juiz de Fora, mas a população conta também com o telefone 136, do Ministério da Saúde, por meio do qual também podem esclarecer dúvidas.
Os vereadores Sargento Mello Casal (PTB) e Vagner de Oliveira (sem partido) questionaram especificamente sobre a população mais pobre da cidade, cujas condições demandam mais cuidados. Vagner pediu a análise pela Cesama da possibilidade de suspensão por 60 dias no corte de água feito pela companhia aos inadimplentes, para não impedir recursos para higienização às famílias sem condições de adquirir álcool em gel. Já Mello quis saber se a PJF vai fazer um mapeamento da população de quem não tem as condições necessárias para as medidas de higienização, como sabonete, por exemplo. Para o questionamento do Sargento Mello, Rodrigo Almeida respondeu que já há um comitê no gabinete do prefeito, há um grupo na superintendência do estado em JF, e já há trabalhos com o Corpo de Bombeiros.
O vereador Juraci Scheffer (PT) salientou os problemas na estrutura da saúde e chamou atenção para a quantidade de leitos na cidade. Rodrigo Almeida respondeu que, pelo SUS, há 128 leitos, além de outros 10 que já foram pedidos no Hospital João Penido e outros 20 leitos serão abertos nos próximos dias no Hospital da Maternidade Therezinha de Jesus. Além disso, existem 87 leitos privados em Juiz de Fora, mas que são credenciados.
Em contraponto, os vereadores Juraci e Dr. Adriano lembraram que são 128 leitos para todos os casos de saúde em Juiz de Fora, e não apenas para os casos de COVID-19. Sobre o questionamento, Rodrigo Almeida justificou que a situação é nova e ainda estão criando diretrizes.
O vereador Wanderson Castelar (PT) sugeriu urgência na implantação de atendimento por telefone para agendamento de consultas nas Unidade Básica de Saúde para que a população, principalmente os mais velhos, não ter de ficar em filas e correr riscos. Sobre os idosos, os vereadores João Coteca (PR) e Militão (PTC) questionaram as medidas para os servidores com mais de 60 anos. Rodrigo Almeida respondeu que o Decreto Emergencial da Prefeitura já prevê que as pessoas com mais de 60 anos devem se resguardar em suas residências e estão com o ponto de trabalho suspenso.
Fonte: Assessoria