A cantora paulista, Tita Lima, lançou seu terceiro cd intitulado “Titanium”. Expoente da geração de cantoras paulistanas que inclui Céu e Tulipa Ruiz, Tita lança agora um álbum que passeia pelo retro-pop, rock, soul, reggae e MPB em uma prazerosa jornada por cenários, texturas e climas. A cantora, filha do lendário produtor e ex-baixista dos Mutantes, Liminha e que contou com a produção do falecido Carlos Eduardo Miranda, diz que o enfoque do novo disco é “A perspectiva de uma realização pessoal, de ter completado um trabalho iniciado com o Miranda e que infelizmente foi interrompido (pelo meu acidente). Quero atingir o maior número de pessoas, levar a minha mensagem a todos”.
Batizado pelo nome Titanium, a cantora conta que juntou outros gênero de música para a composição do projeto e relembra sobre o Miranda “Eu e Miranda ouvíamos muita música, (re)descobrindo muitos artistas dos anos 80, sons com sintetizadores, teclados. Foi uma mistura natural, sem pensar em “vamos fazer um disco dessa maneira”. O Miranda produz de uma forma muito intuitiva. Ele escuta a melodia e aí “desce” na cabeça dele os timbres e os arranjos pra música. Algo incrível! Eu gosto (e preciso) estar sempre renovando meu som, minhas influências e, consequentemente, meus trabalhos. Talvez o meu próximo disco seja mais roots, sem muito eletrônico. Mas, vai saber? Eu não faço nada pensando no mercado. Eu faço de acordo com o meu astral, o meu momento. Sou muito eclética, gosto de ouvir novos e diversos sons!”
Quanto à concepção do trabalho, Tita diz que existem diversos aspectos que influenciaram na produção do novo cd e fala também sobre o tema das músicas “Essas letras eram canções em bossa-nova que eu tinha escrito em voz e violão. Eu tinha uma pegada meio afrobeat, numa época em que eu estava cantando com uma banda chamada Echocentrics, que me influenciou bastante nessa sonoridade. Além disso, eu e Miranda estávamos numa pegada anos 80, ouvindo muita soul music. Na chegada ao estúdio para gravarmos, o Miranda acabou dando uma mudada no som, desconfigurou tudo e deixou ele mais pop. E eu gostei bastante! Após a pausa do meu acidente, eu fiz mais 3 músicas em inglês com parceiros que eu conheci quando me mudei para Los Angeles, o que acabou deixando o disco bem internacional, com uma pegada brasileira e world music”.
Ainda sobre a produção do novo disco, Tita comenta sobre a dificuldade de trabalhar nele, após sofrer um grave acidente em 2013 ‘Foi bem difícil. Por muito pouco eu não larguei tudo e desisti de lançá-lo. Após essa pausa, quando me recuperei fisicamente, voltei a pegar gosto novamente pela música, por tocar e cantar. Comprei um violão e um baixo novos. Encontrei e conheci o Peter Pedro e Alexandre Burzstyn (ex-Móveis Coloniais de Acaju), que me levantaram muito o astral, pois ficaram muito entusiasmados com o material que eu já tinha e me deram uma mão enorme para finalizarmos o disco, produzindo algumas músicas”.
Sobre a gravação que foi feita em Los Angeles nos EUA, Tita conta sobre como foram os processo para produção do novo material e lembrou do acidente que a fez interromper o trabalho de forma temporária “Levou bastante tempo. A pré-produção eu fiz sozinha e levou quase 1 ano pra montar o repertório, porque eu queria chegar pronta no estúdio. Gravamos tudo ao vivo em um único final de semana! A mixagem foi feita em Los Angeles e houve uma pausa de quase 3 anos por conta do meu acidente. Após isso, retomei a masterização e consegui enfim lançar o álbum”.
A cantora realizou apresentações nos EUA, inclusive já tem festivais agendados para 2020 e diz que deseja retornar para o Brasil “ Já fiz shows pelos EUA, tenho alguns festivais agendados para 2020 por aqui onde eu também farei alguns shows com meu pai (Liminha). A partir de maio quero voltar ao Brasil para fazer shows por aí, tanto nas capitais, quanto principalmente, em cidades menores, para desbravar o meu país, que faz tempo que não visito e estou com saudades”.