Somente a criação de verdadeiros valores proporciona a felicidade

É somente através da criação de verdadeiros valores, com esforço e dedicação, que a sociedade e os indivíduos prosperam e se tornam felizes. Não produzir nada e procurar desfrutar o que os outros produziram – isto é exploração. Não são somente os capitalistas que exploram; os trabalhadores também exploram os semelhantes quando, utilizando a força da união, pressionam a sociedade a fim de obter regalias sem o devido merecimento. Os capitalistas que trabalham para criar novos valores, fazendo projetos, realizando inovações, incentivando empreendimentos etc., não estão explorando os outros, pois estão gerando lucros para todos; se enriquecem é porque o seu esforço pessoal retoma em forma de lucros. Num sentido literal, o capitalista e o proletário tanto podem ser exploradores como também explorados. Classificar os homens apenas em capitalistas e proletários, suscitando antagonismo e conflitos, é distorcer a questão social. Enquanto não se corrigir essa distorção, nenhum problema relacionado à produção e ao salário terá uma solução satisfatória; movimentos norteados por uma visão distorcida só aumentarão o problema, diminuindo a produção e colocando em crise a economia do país. Obter mais lucros produzindo menos – com esse tipo de pensamento, não se pode conduzir o país para a verdadeira prosperidade. Somente pela produção de valores o país prospera – é preciso que os jovens se conscientizem dessa verdade fundamental.
Quando comparamos o desenvolvimento econômico do pós-guerra do Japão com o de outros países, notamos que alguns estão progredindo mais que o Japão e que suas exportações são ativas porque eles procuram solucionar os problemas entre empregados e empregadores por meio de conversações, e não de greves. No Japão, como há muitos operários que procuram ganhar mais trabalhando menos, o total da produção diminui, o preço sobe e a inflação proporciona maiores lucros aos grandes capitalistas; assim, o movimento anti capitalista tem efeito contrário e fortalece ainda mais os grandes capitalistas*.

O bom trabalho prospera e o mau trabalho fracassa
Tempos atrás, um adepto da Seicho-No-Ie tinha uma estamparia de tecidos. Sua fábrica prosperou logo após a guerra e seu capital de giro chegou a atingir 50 milhões de ienes. Ele tinha como princípio administrativo da sua indústria a honestidade. Quando um cliente fazia a encomenda e pediu para esticar o tecido o mais que pudesse na secagem após tingi-lo ou estampá-lo, de modo a obter maior metragem, o dono da estamparia não atendia a esse tipo de apelo e fornecia o tecido submetido ao processo de pré-encolhimento. Houve época em que as encomendas diminuíram por causa disso, mas aos poucos esta postura honesta passou a atrair muitos fregueses e a estamparia se transformou numa grande empresa.
Certo dia, essa pessoa ofereceu-me amostras de tecidos para roupas de verão destinados à exportação para países do Sul. Eram tecidos estampados de cores vivas como vermelho, amarelo, verde, bem ao gosto dos habitantes do Sul. Perguntei-lhe: “Não desbota ao lavar?”, e ele me respondeu: “Desbota”. Fiquei perplexo e repeti a pergunta, ao que ele disse: “Desbota, porque tecidos são destinados aos nativos do Sul e, segundo o Ministério de Comércio Exterior, eles não costumam trocar a roupa para lavar, e portanto, disseram que é melhor assim”. Ouvindo isso, senti qual algo estava errado. Mesmo que não lavassem as roupas para utilizá-las, no Sul faz muito calor e os nativos deveriam transpirar muito e poderiam então ficar com a pele manchada pelas cores que desbotassem do tecido. Meu receio se confirmou, e mais tarde o contrato de exportação maciça de tecidos destinados ao Sul foi desfeito, é claro que a culpa não coube apenas àquela estamparia, mas houve quebra nos preços dos tecidos, e a fábrica foi incorporada por uma empresa de maior porte.




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