Nova edição da Feira “É Daqui” evidencia busca crescente por hábitos saudáveis

Seja na busca por um estilo de vida mais saudável ou por alguma condição de doença ou intolerância alimentar, a busca por produtos agroecológicos, livres de fertilizantes químicos, sem glúten, açúcar e lactose tem aumentado cada vez mais. E, se parecia difícil encontrá-los nas prateleiras dos supermercados ou, ainda, se eram considerados caros demais para estarem na mesa no dia a dia, Juiz de Fora fez a diferença, lançando, há dois anos, a primeira feira inclusiva livre de glúten certificada do Brasil. A Feira “É Daqui”, que acontece todas as sextas-feiras, no Parque Halfeld, ganhou, nesta terça-feira, 6, mais uma edição, que funcionará todas as terças-feiras, das 8 às 14 horas, na Rua Mister Moore.

“As pessoas estão tomando consciência da importância e da relação que tem a nossa alimentação com a nossa saúde e isso tem sido bem crescente. Por isso, têm procurado se alimentar cada vez melhor”, observa Nathália Martins, que trabalha com produtos orgânicos. “Somos certificados há três anos. Trabalhamos com verduras frescas e trazemos alguns legumes e algumas frutas que vêm do boxe orgânico de São Paulo, porque são produtos que não temos clima para produzir aqui. Também fazemos a revenda de algumas marcas de produtos orgânicos, como arroz, milho de pipoca, açúcar e torradas”, diz. A diferença para os produtos encontrados nos supermercados, explica ela, está na ausência de fertilizantes químicos. “E isso respeita o tempo da verdura, ela é colhida entre 45 e 50 dias. As que a gente encontra no mercado convencional são colhidas com 25 dias, pois têm fertilizantes e crescem antes do seu próprio tempo. Aqui tudo cresce de forma natural”.

 

Negócio de família

Sônia Ribeiro orgulha-se dos ovos frescos expostos na feira. Vindos do sítio da Graminha, do bairro homônimo, são o negócio da família há mais de 50 anos. “Meu pai trabalhou com ovos e damos continuidade ao legado dele. Estamos aperfeiçoando, pois antes, quando ele trabalhava, não havia tantas exigências como hoje. Eu, meu sobrinho, minha sobrinha, marido da minha sobrinha, meu cunhado e minha irmã. A família toda trabalhando com ovos”, diz. Para garantir a qualidade, Sônia explica que o segredo envolve o bem-estar das aves. “As galinhas são criadas soltas, e os ovos são firmes e frescos. Temos tantos fregueses que às vezes nem damos conta. Tem apanha de ontem aqui”, conta ela.

Além da variedade de alimentos de qualidade, quem passa pela feira “É Daqui” encontra produtos veganos, como cosméticos naturais sem adição de conservantes. “Tudo carinho da mamãe natureza”, destaca Ana Elisa, produtora de cosméticos há mais de cinco anos. “São produtos absolutamente naturais, bons para a pele, sem adição de parabeno (produto químico utilizado em cosméticos) e conservantes”.

A ideia de lançar a sua própria marca veio da preocupação com a origem dos produtos que consumia, desde o creme dental aos hidratantes corporais. “Quando comecei a produzir, tive a preocupação de procurar saber de onde vinham as coisas que eu estava comprando. Antes de abrir a minha marca, viajei pelo Brasil, cheguei a ir à Amazônia, conheci os produtores de cupuaçu, de manteiga de cacau, fui estabelecendo contato com essas pessoas para que, quando voltasse para cá e abrisse a minha marca, pedisse para enviarem direto para mim. Então, todas as matérias-primas que eu uso, sei de onde vêm e quem são os produtores”, afirma.

“Também tenho vários fornecedores aqui da região, de produtores que estão aqui e que são orgânicos e agroecológicos. O que eu faço é juntar em um monte de potinho todo esse carinho da mãe natureza e dessas pessoas que estão cuidando da terra e da saúde das outras”, enfatiza.

 

Boa ocupação do espaço público

O prefeito de Juiz de Fora, Antônio Almas, conferiu o primeiro dia de atividade da feira na Mister Moore e chamou a atenção para a importância da utilização do espaço público. “Com a feira, fazemos uma ocupação inteligente, que fornece alternativas para a cidade e não agride o espaço comercial que já existe”, destacou. “Podemos perceber o retorno do interesse das pessoas pelas coisas orgânicas, sem defensivos agrícolas, o que permite melhor qualidade do alimento que nós recebemos, com mais saúde. Com essa feira, aquelas pessoas que já apresentam alguma patologia, alguma doença ou intolerância poderão encontrar um espaço para comprar esses produtos ao passar pela rua”, destaca.

Fonte: PJF




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