Lair Ribeiro

Criar seu futuro significa criar do nada. Então, para entender por que toda invenção é feita do nada, você tem de aprender a trabalhar com o processo criativo, que tem três fases — a da germinação, a da assimilação e a da conclusão. Vamos ver como isso funciona.

Germinação

Quando você tem uma idéia, ela germina. O universo é bastante sábio para, no momento em que você tem uma idéia, dar energia para essa idéia se desprender, sair do chão.

Assimilação

Depois, parece que tudo está parado, que nada está acontecendo. É a fase da assimilação. Assimilar significa, também, agir de acor­do com a sua estrutura, sem forçar a realidade. Agir contra a estrutura gasta muito mais energia, e a vontade acaba. Nessa fase, muitas idéias são abor­tadas porque as pessoas não dão tempo ao tempo e se precipitam antes de os resultados aparecerem.

Conclusão

Quando você co­me­ça uma coisa e não termina, você cria a chamada uni­dade de aten­ção do cérebro, e para isso gasta energia.

Se você diz, por exemplo, que vai estudar inglês e não es­tuda, toda vez que passa defronte a uma escola de inglês você diz: “Ih, eu preciso estudar inglês!”. Por que isso? Porque você gerou a idéia de estudar inglês. Então, de duas uma: ou você estuda inglês ou desiste de uma vez por todas. Se você fica nessa história de que vai estudar e não es­tuda, você está gastando energia. Há pessoas que, em razão disso, já não conseguem ger­minar mais nada. Ia fazer isso, não fez; ia fazer aquilo, não fez. Essas pessoas acabam gastando toda a sua energia por nada.

Você tem, portanto, de germinar, assimilar e con­cluir. Mas não force a realidade. Nem sempre dá para concluir algo que você começou. Se você fez alguma coisa pela metade (um curso, por exemplo) e quer re­sol­­­ver esse problema que ficou pendente, há duas opções: fazer ou desistir. Muitas vezes, saber desistir tam­bém é uma boa decisão, que traz um grande alívio.

É preciso mudar

Para fazer alguma coisa, é preciso mudar. Conservar sempre a mesma visão, manter opi­niões e conceitos in­flexíveis re­presentam uma postura in­compatível com o movimento do universo. Quem não muda não vai adiante.

Para mudar, você tem de aceitar viver per­manen­temente um processo de destruição. Porque não há construção sem destruição. Não se faz omelete sem quebrar os ovos.

Quando você retira do seu armário roupas que não usa mais, você abre espaço para novas peças. Você abre espaço para mudanças. Mas isso não é tudo. Não se prepara o ter­re­no para a construção da casa sem um projeto ar­qui­te­tônico. Para destruir e depois construir, é preciso planejar e ter metas claras, conforme foi discutido no capítulo anterior.

 




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