“DEZEMBRO VERMELHO”: mês de conscientização e combate à Aids

Dezembro é marcado com o mês de conscientização e combate à Aids. A ‘AcquiredImmuneDeficiencySyndrome’, em sua abreviação Aids, é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico, conhecida também por “Síndrome da Imunodeficiência Adquirida”, causada pelo HIV. Este vírus ataca as células de defesa do corpo humano, deixando o organismo mais vulnerável para doenças e infecções. A campanha “Dezembro Vermelho”, batizada em 2017, marca uma grande mobilização com objetivo de alertar para as medidas de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV. A escolha do mês foi em função do Dia Mundial deLuta Contra a AIDS, celebrado no mundo inteiro em 1º de dezembro.

DADOS MUNDIAIS

De acordo com dados do UNAIDS, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS, 36,9 milhões de pessoas em todo o mundo viviam com HIV, sendo parte deles adultos, cerca de 35,1 milhões, e outra parcela crianças e adolescentes (menores de 15 anos – 1,8 milhões). Um relatório divulgado pela UNAIDS mostra que esforços intensificados em testagem e tratamento do HIV estão alcançando mais pessoas que vivem com o vírus, é o que aponta. Conforme aponta a pesquisa, em 2017, três quartos das pessoas que vivem com o HIV, totalizando 75%, conheciam seu estado sorológico, comparado a apenas dois terços, 67%, em 2015. Ainda no último ano, 21,7 milhões de pessoas vivendo com HIV, 59%, tiveram acesso à terapia antirretroviral, sendo que em 2015 esse número era de 17,2 milhões.  Esse mesmo relatório ainda mostra que 9,4 milhões de pessoas com HIV não sabem que vivem com o vírus e precisam urgentemente estar vinculadas aos serviços de testagem e tratamento do HIV.

NO BRASIL

Segundo o Boletim Epidemiológico de 2018 divulgado pelo Ministério da Saúde no mês de novembro, em quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017. Essa redução na taxa de detecção tem sido mais acentuada desde a recomendação do “Tratamento Para Todos”, implementada em dezembro de 2013.A nova pesquisa revela que, de 1980 a junho de 2018, foram identificados 926.742 casos de Aids no Brasil, com registro anual de 40 mil novos casos. No ano de 2012, a taxa de detecção de doença era de 21,7 casos por cada 100 mil habitantes. Essa mesma análise comparada a 2017, foram 18,3, apontando queda de 15,7%. Além disso, o boletim mostra que em quatro anos também houve queda de 16,5% na taxa de mortalidade pela doença, passando de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017.

MINAS GERAIS E JUIZ DE FORA

Em Minas Gerais, entre os anos de 2010 a 2018, até novembro, foram diagnosticados 35.299 casos de HIV/AIDS, com crescimento progressivo em média 5%, tendo uma incidência de 23,82/100.000 habitantes em 2017. Neste ano, até novembro, foram notificados 3.649 casos novos de HIV/Aids.

Em Juiz de Fora, segundo dados da Secretaria de Saúde, 156 testes de HIV realizados na rede pública deram positivo em 2018.Desse total, 126 são homens e 30 mulheres. O número de testes realizados até 26 de novembro deste ano no Departamento de DST e Aids chegou a 6196. De acordo com o Gerente do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Hepatites Virais (DST/Aids) da Secretaria de Saúde (SS) de Juiz de Fora, Oswald Alves, aquelas pessoas que foram expostas a alguma situação de risco, como relação sexual sem preservativo e uso de seringas compartilhadas, e têm dúvidas se contraíram o vírus do HIV, podem ser atendidas pela rede pública.“O atendimento, dependendo do tempo de exposição, pode ser oferecido tanto no departamento ou no HPS, que é o serviço de risco biológico do município que funciona 24 horas”, disse.

Somente em 2018, a Secretaria de Saúde iniciou o tratamento de 281 pessoas no município. Esse tratamento médico é chamado Antirretroviral (TARV), conhecido popularmente como ‘coquetel’. “O paciente é atendido por uma equipe multiprofissional no SAE, que é o Serviço de Assistência Especializada. Ele conta com a consulta com seu Infectologista e com a equipe ‘multi’, composta por psicólogo, assistente social, equipe de Enfermagem, farmacêuticos e bioquímicos, e vai retirar sua medicação de forma gratuita pelo SUS”, explica o gerente do Departamento DST/Aids. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza testes rápidos para a detecção do vírus nas unidades de saúde do país. De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2018, foram distribuídos 12,5 milhões de unidades.

Oswaldo Alves ressalta que “é importante que a população se conscientize. Realize a testagem rápida, procure o serviço de saúde para tirar as dúvidas, se orientar e fazer o diagnóstico precoce e, se necessário, iniciar o tratamento o quanto antes, visando sempre manter a qualidade de vida desse usuário da melhor forma possível e também diminuir a transmissão”, finaliza.

Segundo o Boletim Epidemiológico de 2018 divulgado pelo Ministério da Saúde no mês de novembro, em quatro anos, a taxa de mortalidade pela doença passou de 5,7 por 100 mil habitantes em 2014 para 4,8 óbitos em 2017. Foto: Rafaela Frutuoso

 

MAIS INFORMAÇÕES

Conhecer o quanto antes a sorologia positiva para o HIV é extremamente importante, pois aumenta muito a expectativa de vida de uma pessoa que vive com o vírus. Por este motivo, quem se testa com regularidade, busca tratamento no tempo certo e segue as recomendações da equipe de saúde ganha muito quando o assunto é qualidade de vida.

Para aqueles que passaram por alguma situação de risco é sempre indicado que se faça o teste anti-HIV. O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, existem exames laboratoriais e testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo SUS, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Esses exames podem ser feitos de forma anônima. Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há também um processo de aconselhamento para facilitar a correta interpretação do resultado pelo(a) usuário(a). Além disso, também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).

Também é possível fazer os testes através de uma Organização da Sociedade Civil, no âmbito do Programa Viva Melhor Sabendo. Em todos os casos, a infecção pelo HIV pode ser detectada em, pelo menos, 30 dias começando a contar a partir da data da situação de risco. Esse período é porque o exame busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. Esse é o período chamado de janela imunológica.

O autoteste de HIV é vendido em farmácias privadas do país, mas os resultados não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo. Caso uma pessoa apresente positivo, a orientação dada pelo Ministério da Saúde é que o usuário busque o serviço de saúde para realizar testes complementares. Caso o paciente precise tirar alguma dúvida, ele pode utilizar o Disque Saúde 136 e no site www.aids.gov.br/autoteste.

Além do teste, o Governo federal também financia o tratamento para o HIV/Aids no país. Desde 2013, pessoas diagnosticadas soropositivo podem ter acesso aos medicamentos antirretroviraisnas unidades de saúde. Desde a introdução do ‘Tratamento Para Todos’, até setembro deste ano, 585 mil pessoas com HIV/aids estavam em tratamento no país, como aponta o Ministério da Saúde. A maioria, 87%, fazem uso do dolutegravir, que é considerado um dos melhores medicamentos do mundo e que está disponível gratuitamente no SUS.

Segundo estudos realizados pelo Ministério da saúde, o medicamento aumenta em 42% a chance de supressão viral (que é diminuição da carga viral do HIV no sangue) entre adultos, quando comparado ao tratamento anterior, usando o efavirenz. Além disso, a resposta virológica com o dolutegravir é mais rápida: no terceiro mês de uso mais de 87% os usuários já apresentam supressão viral.

COMO OCORRE A TRANSMISSÃO DA AIDS / HIV?

  • Sexo vaginal sem camisinha.
  • Sexo anal sem camisinha.
  • Sexo oral sem camisinha.
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa.
  • Transfusão de sangue contaminado.
  • Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação.
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

MITOS E VERDADES

É importante esclarecer que a pessoa infectada com HIV ou que já tenha manifestado a AIDS não transmite a doença das seguintes formas:

  • Sexo, desde que se use corretamente a camisinha.
  • Masturbação a dois.
  • Beijo no rosto ou na boca.
  • Suor e lágrima.
  • Picada de inseto.
  • Aperto de mão ou abraço.
  • Sabonete/toalha/lençóis.
  • Talheres/copos.
  • Assento de ônibus.
  • Piscina
  • Banheiro
  • Doação de sangue.
  • Pelo ar.




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