LIRAa aponta estado de alerta para Juiz de Fora

A Secretaria de Saúde divulgou nesta quinta-feira, 25, o resultado do último Levantamento do Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa). O índice de 2.3% é baixo, mas coloca o município em estado de alerta de acordo com o Ministério da Saúde. Ao todo, 15 equipes de agentes, 150 pessoas envolvidas, vistoriaram 5.594 imóveis em 221 bairros, entre os dias 15 e 19 de outubro. Para o levantamento, foram analisadas 381 amostras, sendo 134 positivas para o Aedes.

De acordo com pesquisa, a porcentagem de focos encontrados dentro das casas aumentou de 80% para 98%. Elizabeth Jucá, Secretária de Saúde, explica que esse índice é resultado de um conjunto de fatores. “O primeiro é o fator climático, começou a chover bastante. Segundo, foi um relaxamento por parte da população. Em 2016 houve uma epidemia e a população ficou muito alerta, mas agora as pessoas estão ficando mais acomodadas”, disse. A Secretária convoca a população para combater o Aedes. “O poder público não consegue fazer todo seu papel e, por isso, eu convoco as pessoas para verificarem suas casas. Isso será bom para toda sociedade”.

A pesquisa também mostra que os focos estão pulverizados em toda a cidade, como nos bairros Vila Ideal, São Judas Tadeu, Borboleta, Sagrado Coração, São Mateus e Linhares são os com maiores índices de focos encontrados. “Verificamos a modificação dos focos positivos na cidade. Durante muito tempo a região Norte foi o nosso ponto-chave de combate de vulnerabilidade. Em 2016, esse ponto migrou para a zona Sul e agora verificamos os focos espalhados em todas as regiões do município”, analisa Rodrigo Almeida, Subsecretário de Vigilância em Saúde.

De janeiro até outubro, foram 83 casos de dengue confirmados, 17 casos de chikungunya e três casos de zika. Cecília Kosmann, Gerente do Departamento de Vigilância Epidemiológica Ambiental da Secretaria de Saúde, ressalta que, mesmo com o número baixo de casos em Juiz de Fora, a distribuição homogênea dos focos na cidade é um alerta. “Se chegar um vírus em um desses focos e começar a circular, ele vai encontrar as condições necessárias para se propagar. Esse cuidado tem que ser redobrado”, disse. Ela ainda reforça que é importante que a população esteja monitorando suas casas e fique de olho nos locais vizinhos.

Prefeitura antecipa as ações

Algumas ações vêm sendo desenvolvidas em Juiz de Fora com o intuito de combater o mosquito. Uma delas é a Sala de Operações de Combate ao Aedes, coordenada pela Secretaria de Saúde, que será reestruturada a partir de agora. A Sala de Operações está atuando na cidade desde o início do ano, com ação direta da Defesa Civil, Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Demlurb), secretarias de Atividades Urbanas (SAU) e de Obras (SO), Guarda Municipal e apoio das demais secretarias.

Além disso, a parceria com o Exército também é um ponto importante para o combate ao Aedes aegypti. Ao todo, 228 homens reforçam o trabalho dos agentes, monitorando 215 pontos estratégicos e realizando ações extras, como recolhimento de pneus, um dos principais vilões na proliferação do mosquito.

Outro grande reforço para as ações realizadas na cidade são as “ovitrampas”, armadilhas utilizadas para o monitoramento e o controle populacional do Aedes, as quais estão espalhadas 165 delas na cidade nas regiões Norte, Leste e Nordeste. Segundo Cecilia, essas armadilhas são monitoradas semanalmente, possibilitando uma resposta quase que em tempo real. “A partir de uma armadilha positiva para o Aedes aegypti, direcionamos nossas ações para esses locais, para que possamos realizar um tratamento”, disse.  A expectativa é chegar em 400 armadilhas até o primeiro trimestre de 2019.

O Disque-Dengue 199 continua disponível para denúncias.

Aedes do Bem

A Secretária de Saúde, Elizabeth Jucá, informou que o contrato com a Oxitec, empresa responsável pela realização do projeto na cidade, foi suspenso temporariamente. “Essa suspensão vem em fator de que estamos revendo todos os contratos da prefeitura em função da crise fiscal. Além disso, acabou a primeira fase do nosso contrato e estamos avaliando a efetividade e o custo benefício da ação. Esses dois motivos nos levaram à suspensão do projeto”. Elizabeth explica que esse estudo foi implantado em regiões dos bairros Vila Olavo Costa, Monte Castelo e Santa Luzia, somando 10 mil pessoas. De acordo com ela, essa suspensão não influencia no resultado apresentado, uma vez que esses locais não estão na lista dos mais infestados.




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