Polícia Civil cumpre mandado de busca e apreensão em boate interditada por denúncia de exploração sexual

A Polícia Civil de Juiz de Fora, por meio da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, cumpriu mandado de busca e apreensão nesta segunda-feira, 15, na boate Dallas Night Club, localizada no Bairro Mariano Procópio, na Zona Nordeste. O estabelecimento está interditado desde o mês de agosto, após receber uma denúncia do crime de exploração sexual.

De acordo com relato da Delegada Ione Barbosa, responsável pela operação, a polícia recebeu informações de que haveria comercialização de drogas na boate e em uma borracharia localizada ao lado. “Diante das várias denúncias que tivemos, por telefone e presenciais, nós requeremos esse mandado de busca e apreensão”, explicou à delegada. Durante o rastreamento, nenhuma droga foi localizada, mas, ainda segundo Ione, outros materiais importantes para a investigação foram encontrados, os quais vão ser submetidos à Perícia.

Delegada Ione Barbosa. Foto: Rafaela Frutuoso

A delegada também explicou que os estabelecimentos envolvidos na denúncianão pertencem à mesma pessoa e que, em tese, os entorpecentes eram fornecidos por algum funcionário da borracharia. “Essa ação foi importante para as investigações para averiguarmos se, juntamente com os crimes dignidade sexual, também tinha alguma relação com o tráfico de drogas”, comentou a delegada.

Estiveram presentes na ação a Polícia Militar, com os cães farejadores, o Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Atividades Urbanas (SAU).

 

HISTÓRICO

A casa noturna está interditada há aproximadamente 2 meses. No último dia 14 de setembro, duas garotas, uma de 19 e outra de 25, registraram uma denúncia contra a boate, o que levou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher da Polícia Civil a investigar o estabelecimento. De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência, as duas garotas de programa relataram ser de Belo Horizonte (MG) e terem vindo para Juiz de Fora com recursos da boate Dallas. Segundo o depoimento das vítimas, elas eram vigiadas por câmeras 24 horas por dia, esse recurso era usado com o intuito de impedir que as garotas saíssem do local sem a permissão da gerência.

Na ocasião, as duas deixaram o local após a mulher de 25 anos passar mal e precisar de ajuda médica. Acompanhada da colega de 19, ela foi atendida na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte. Elas retornaram à boate e foram informadas que deveriam ‘prestar contas’ com a gerência. Ao chegarem em seus quartos, as mulheres perceberam que seus objetos não estavam lá. Diante da situação, elas acionaram a PM.

Uma mulher de 38 anos, que seria uma das proprietárias do estabelecimento e trabalhava como gerente está presa na Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires. Ela foi presa em flagrante após apreender os objetos pessoais das duas vítimas que trabalhavam no local e queriam ir embora.

Além disso, a boate funcionava sem alvará de localização e condições de higiene inadequadas. A polícia segue investigando o caso para tentar descobrir se as demais mulheres que atuam na casa também eram exploradas da mesma forma. Segundo os artigos nº 228 e 229 do Código Penal, é crime o favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual com pena de dois a cinco anos de reclusão e multa.




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