Quem possui fé Verdadeira não vê Imperfeição
Quando conhecemos a Verdade através da fé, deixamos de nos afligir diante de situações fenomênicas como doença, pobreza, conflito familiar, calamidade, pois nos conscientizamos de que não passam de imagens ilusórias, geradas pelos homens que, afastando-se de Deus e da Verdade, acreditam em falsas existências. Alcançando um estágio mais avançado, podemos extinguir aspectos desarmoniosos manifestados nos outros afirmando ou mentalizando que tais aspectos não têm existência real. Ao adquirirmos a verdadeira fé, conscientizando-nos de que unicamente Deus é existência verdadeira, passamos a viver com a mente voltada para Ele e a confiar totalmente nele. Então, tornamo-nos capazes de fazer com que se manifeste, no mundo da forma, a perfeição da Imagem Verdadeira.
Ao conhecer a Verdade de que tudo é manifestação de Deus, você entra em sintonia com a única existência verdadeira (Imagem Verdadeira). E, mentalizando a perfeição da Imagem Verdadeira, você conseguirá extinguir todos os aspectos fenomênicos imperfeitos.
Não se deixe iludir pelo aspecto fenomênico
Uso a expressão “aspecto aparente” ao me referir às imagens fenomênicas manifestadas no mundo e no ambiente em que vivemos. Para se obter a felicidade superando os infortúnios, é preciso fazer clara distinção entre aspecto aparente e Imagem Verdadeira. Doença, pobreza e todos os outros infortúnios não passam de aspectos aparentes; não são existência verdadeira (Imagem Verdadeira). Jesus demonstrou isso quando curou doentes e quando multiplicou cinco pães para distribuí-los a 5 mil pessoas. Mesmo ao ver diante de si um cego de nascença, Jesus negou a existência da cegueira e a fez desaparecer diante da luz da Verdade. Pelo poder dessa mesma Verdade, a Seicho-No-Ie curou vários deficientes auditivos através da leitura da Sutra Sagrada Chuva de Néctar da Verdade.
Que é “existência verdadeira”? Na Seicho-No-Ie, ela é chamada Imagem Verdadeira. É o aspecto real do ser humano, idealizado por Deus, ou seja, a perfeição que lhe é inata, na condição de filho de Deus. Quando despertamos para esta Verdade e rejeitamos todos os aspectos ilusórios, manifesta-se o aspecto verdadeiro, que é perfeito. Ilusão é o falso aspecto que se desfaz perante a Verdade. O aspecto imperfeito desaparece quando mentalizamos a Verdade, porque somente ela é existência real. Os aspectos imperfeitos e desarmônicos, que vemos através do senso comum, não passam de mera ilusão, não existem de verdade.
Quem tenta fugir da vida real não possui fé verdadeira
Enquanto a pessoa pensar que a desarmonia e a imperfeição são existências verdadeiras e continuar com a mente presa a tais aspectos, não obterá a liberdade espiritual. Quero chamar a atenção do leitor para não ver desarmonia ou imperfeição nos fatos reais desta vida. Isto não é fugir da realidade, pelo contrário, é um procedimento que possibilita aperfeiçoar a vida real.
Muitas guerras aconteceram porque certas nações, vendo a situação desarmônica do país vizinho, suspeitaram dele e fomentaram hostilidades. Conforme afirmava a Seicho-No-Ie antes mesmo do surgimento da UNESCO, a guerra é gerada primeiro na mente e depois se concretiza no mundo das formas. Quando a humanidade consolidar a fé, a lealdade e o amor no mundo mental, não mais haverá guerra no mundo real.
Desde Emerson, muitos pregadores do pensamento positivista provaram que, mentalizando-se a saúde, obtém-se saúde e mentalizando-se a doença, contrai-se doença. Porém, entre os governantes da época atual, são poucos os que acreditam que tudo é reflexo do mundo mental. A maioria não crê que, mentalizando-se a paz, consegue-se a paz. Muitas pessoas parecem acreditar que só precisarão recorrer à força de Deus quando estiverem prestes a cair numa tentação. Porém a verdadeira fé manifesta-se como sabedoria que nos possibilita solucionar os problemas do cotidiano e triunfar na vida. No meu entender, viver a fé verdadeira é ter liberdade e independência espiritual e ser capaz de conduzir com autonomia a própria vida em todas as áreas de atividade, sem ser dominado pelos outros.