A Polícia Civil finalizou, nesta segunda-feira, 1°, o inquérito envolvendo um professor de capoeira, 65 anos, de Juiz de Fora, suspeito de ter abusado de uma de suas alunas, 13 anos. A denúncia contra o professor foi feita no dia 23 de agosto. O professor dá aula de capoeira há cerca de 50 anos em várias cidades, tendo mais de mil alunos.
De acordo com as informações do Boletim de Ocorrência (BO), o crime aconteceu no dia 20 de agosto. Após um treino de capoeira, o professor, a vítima e outros alunos foram para uma pizzaria. A caminho do local, um dos alunos percebeu que o professor havia passado a mão nas pernas da adolescente. Em outro momento, já no estabelecimento, o capoeirista pegou a mão da vítima e colocou-a em seu órgão genital. Ainda segundo o BO, a mãe da menina, após perceber o comportamento estranho da mesma, questionou sobre o que estava acontecendo e foi quando tomou conhecimento da situação envolvendo a filha. A menina também contou que já vinha recebendo mensagens do professor. A mãe procurou a polícia para tomar as devidas providências.
Segundo as informações da Delegada Ione Barbosa, responsável pelo caso, várias testemunhas foram ouvidas, sendo uma delas um adolescente de 13 anos, que confirmou a situação relatada pela vítima.
Outra testemunha envolvida no caso é um senhor, não identificado, que relatou em depoimento que seus filhos, atualmente com aproximadamente 40 anos cada, também foram abusados pelo professor. Um dos filhos dessa testemunha, que não mora mais no Brasil, confessou ao pai em dezembro de 2017 o episódio que viveu no passado envolvendo esse professor. O pai tomou conhecimento da investigação contra o capoeirista através dos meios de comunicação e procurou a delegacia para prestar depoimento.
Além dos relatos, a vítima apresentou para a Polícia as mensagens que recebia do professor. De acordo com a delegada, o capoeirista enviava mensagens via WhatsApp, apresentando certa intimidade e utilizando palavras mais ‘carinhosas’. Ione explicou que apenas pelas mensagens do professor poderia ser considerado assédio, mas que, diante dos relatos, ele seria indiciado por estupro de vulnerável. “Estou concluindo o inquérito pelo indiciamento de estupro de vulnerável, tendo em vista o ato libidinoso presenciado por um colega da vítima, além das demais testemunhas ouvidas”, informou a delegada.
Em depoimento, o professor de capoeira negou todas as informações e disse que enviava mensagens para os alunos apenas com conteúdo referentes a eventos. O inquérito será enviado para a justiça. A pena prevista para este crime é de 12 a 30 anos de reclusão.